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Kali os seguiu para o meio da floresta das bestas cujo ela conhecia como a palma da mão. A carroça estava lenta pois os cavalos estavam assustados com tantos galhos. Mitra caminhava de arrasto com os pulsos presos a uma corda no final da carroça. Kali esperou o momento mais denso da floresta puxando sua magia pra poder ter força e ver melhor naquele breu. Rápida ela cortou a corda e levou Mitra, quando estavam seguras sussurraram uma à outra.

—Corra pra alcateia de Ian eu vou tentar salvar nossas irmãs.

—Está louca, eles vão me comer.

—Iam é filho da alfa, chame por ele, ninguém vai te machucar. . .  —Silenciaram ao ouvir uma gargalhada. —Corre.

Mitra a puxou pela mão e ambas correram na mesma direção.

—Bruxinha travessa roubando nosso pertence! —Disse um macho.

—Quero essa pra mim! —Disse outro macho.

Eles pareciam estar perto delas o tempo todo, como se correr fosse inútil. Kali lembrou de um barranco onde escorregou uma vez e sabia que se Mitra caísse ali poderia se esconder. Ela lhe fez sinal de silêncio e a empurrou. Mitra caiu sem fazer barulho enquanto ela corria em outra direção para dar tempo a Mitra.

—Que amiga jogaria a outra pra isca para fugir? —Ronronou um deles.

—Estou me divertindo tanto a caçando que não me importo de os lobos comerem sua amiga.

—Acredite, você ia sentir muito mais prazer conosco do que com um lobo.

Idiotas. Um surgiu a sua frente e o outro atrás, ambos sorrindo.

—Humm. . .

—Uma delícia seu sangue.

—Com magia então nos deixará empanzinados.

Eles começaram a passar as mãos por seu corpo quando um uivo cortou a noite. Eles riram e Kali tentou correr, mas foi barrada.

—Acha que já estão pela floresta atrás dos reprodutores?

—Não quero estar perto pra descobrir.

—O que são reprodutores? — Perguntou Kali.

—Cães pra fazer cachorrinhos pra nós comer. —Zombou.

Os dois ficaram atentos ouvindo algo, um segurou seu braço então relaxou.

—É só a Zefra.

—Acharam um lanchinho? — Brincou uma voz feminina saindo da escuridão da floresta.

—E ta com o sangue cheio de mag. . .

O uivo que cortou a noite foi tão perturbador que distraiu os vampiros dando tempo pra Kali correr novamente. Desta vez ela correu em direção ao uivo, algo lhe dizia que aquilo era familiar. Algum deles a derrubou e seu coração disparou enquanto riam, novamente tentou levantar e lá estava ela no chão, mesmo machucada, humilhada, rastejando por galhos e espinhos ela tentava sobreviver.

—Agora sim você está uma delícia.

—O sangue dela está correndo tão rápido que não vou aguentar . . .

Um rosnado chegou a ela pela floresta, mas os três estavam tão sedentos por ela que não ouviram o que se aproximava. Ela viu os três vampiros levantar a cabeça ao mesmo tempo e olhou para cima vendo um enorme lobisomem com dentes enormes reluzindo o branco. Seu coração acelerou não de medo, mas por reconhecimento.

—Ian!

Ele pulou por cima dela não dando chance para os vampiros escaparem. Ela só conseguiu ver quando uma cabeça rolou para longe do corpo e sua mente apagou.

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Ian arrancou a cabeça do macho como se fosse um pedaço de carne macia sendo descolada do osso, a fêmea ele a partiu ao meio com suas mãos e o outro correu não por muito tempo pois três pulos dele e o pegou, o vampiro tentou mordê-lo, mas perdeu a mandíbula assim que suas garras o abriram ao meio. Ian arrependeu-se de não ter mantido um vivo pra descobrir onde seu irmão estava. Ficou com raiva de si mesmo terminou de dilacerar aqueles demônios. Não ouviu Kali e voltou-se pra ela. Estava . . . ?

—Não! — Rosnou.

Ela respirava e seu coração ainda batia forte, Ian teve cuidado com suas garras ao levantá-la do chão. Ele não conseguia voltar seu ser humanoide, raiva e o senso de perigo ainda o atingiam. Cada passo mais perto da matilha ele a espiava, mesmo concentrado em sua respiração estava atento a tudo. Apenas sua mãe o esperava no local onde deixou Mitra. Ian bufou em desacordo.

— A bruxa está bem, está com Polina.

—Bom! —Disse Ian em sua voz gutural.

—Consegue pensar além dos seus instintos?

—Desliguei só o suficiente pra acabar com aqueles demônios.

—Quero explicações sobre as bruxas!

Kali moveu-se em seus enormes braços e ele teve vontade de apertá-la contra o peito de alívio, mas controlou para não a machucar.

—Ian? — Murmurou forçando abrir os olhos.

—Oi bruxinha.

Kali abraçou seu pescoço e Ian controlou sua força enquanto retribuía o abraço.

—Você está bem? —Perguntou Ian.

Ela assentiu afastando o rosto de seu pescoço.

—Que dentes enormes você tem! — Comentou ela passando a delicada mão por seu canino quando ele abriu a boca pra ela ver melhor. — Como vou beijá-lo?

Ian sorriu aliviado e com esse sentimento conseguiu sentir a magia no sangue puxando sua transformação para fora, doeu um pouco, então soltou Kali de pé a sua frente. Que sorriu e o beijou. Quando a olhou ela chorava.

—Está segura agora! — Disse ele acariciando seu cabelo.

—Eu sei. . . — Sussurrou. Então saltou. — Mitra?!

—Está com Poli.

Kali relaxou os ombros e virou-se rapidamente encostando as costas no peito de Ian quando ouviu a voz da mãe dele.

— Vocês têm muito a explicar!

—Deusa! — O coração de Kali disparou.

—Kali está é minha mãe. Mãe está é minha parceira!

—O quê?!— Saltou sua mãe quase rosnando pra ele.

—A Deusa a escolheu como minha parceira.

—Isso é impossível, ela é uma bruxa vermelha. . .

—Tudo o que sabe sobre elas está errado. — Ian passou os braços pela cintura de Kali e ela segurou firme em seus antebraços.

Sua mãe andava de um lado pro outro.  Seu pai surgiu em forma humana. Olhou para Kali e para Ian e depois sua parceira.

—O que está acontecendo aqui?

—Nosso filhote é um Berserkir consciente, consegue falar e pela ironia da Deusa escolheu uma bruxa como parceira — Sua mãe estava muito irritada.

—A Consciência percebi, mas deve ser pelo fato dele ser meio Lycan.

—Talvez, não sei, mas o fato que me preocupa é ele estar apaixonado por uma bruxa.

Seu pai voltou a olhá-lo.

—Isso é perigoso. . .

—Eu posso protegê-la. . .

—É perigoso para os dois lados filhote, acha que as irmãs dela vão aceitar? Acha que só pelo fato de que acha que ela não faria nada com você as outras não fariam? Elas abandonam os próprios filhos. . . 

—Isso é mentira! — Saltou Kali.

—Se é mentira, então me responda onde estão os filhos machos de suas irmãs?

Por sangue e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora