Passando a floresta das bestas, estava o vilarejo das Bruxas de sangue. Kali como uma boa bruxa conhecia o próprio corpo e sabia se tocar, mas ela queria que Ian a tocasse. Queria viver aquele sentimento a tanto tempo semeado em seu peito, ela queria deixar florescer.
—Mãe posso lhe perguntar uma coisa íntima?
Sua mãe não parava de catar ervas e misturar em um pilão em sua cozinha.
—Estou ouvindo.
—Quando chegar a minha vez de emprenhar . . . se eu. . . se existir algo, um sentimento.
—Não podemos ter sentimentos, somos livres e sentimentos nos prendem, por isso quando queremos filhas, vamos a vila dos humanos e possuímos os homens mais fortes até a semente estar plantada. Não nos prendemos a machos, está bem?
—Algum dia alguma de nós já se apaixonou?
—Já e ela foi tão errante conosco que perdeu os poderes e se tornou um monstro.
—Por quem ela se apaixonou?
—Por um vampiro.
—Ele a mordeu?
—Sim e hoje ela é um deles e será eternamente seca sem poder gerar uma bruxa se quer, sua linhagem morreu nela.
—Mas ela é feliz?
—Uma bruxa sem suas irmãs não é nada.
—Como era o nome dela?
—Frija Mesiac, pelo menos os vampiros pararam de nos atacar desde que ela virou a rainha deles.
—Isso é bom.
—É . . . —Sua mãe passou a pasta em uma casca de árvore papiro. —Por acaso não anda se encontrando com nenhum macho, não é?
—Claro que não, só se contar os animais que paro para acariciar durante o caminho.
Sua mãe sorriu balançando a cabeça.
—Vou a casa de Malec, ela está com dor na coluna vou levar isto pra ela. Mitra deve de estar por lá, não quer ir comigo?
—Outra hora, agora vou fazer umas conservas de trufas para Bina.
Sua mãe saiu com um sorriso orgulhoso a deixando com seus pensamentos. No dia seguinte seu coração disparava mais rápido que suas pernas pelo bosque até entrar floresta adentro. Queria mais do que tudo sentir os lábios de Ian. Não parou de correr até que estivesse nos braços dele que a recebeu aconchegante em seu peito, girando-a e a fazendo rir com as mariposas em sua barriga.
—Cada dia que passa sinto mais sua falta. —Com aquela declaração, Kali resolveu confessar olhando em seus olhos. Ainda em seus braços.
—Eu desejo passar todos os minutos dos dias com você.
Ian sorriu passando os dedos por sua bochecha.
—Posso experimentar algo novo?
—O que é?
Ian a soltou, abaixou a cabeça para ficar com o rosto mais perto do dela e quando seus lábios o encostaram sussurrou.
—Não me morda por favor.
Ela sorriu e ele a beijou primeiro como da primeira vez. Ian abriu a boca e passou a língua por seus dentes, Kali sentiu o calor invadir por seu interior, e abriu a boca para fazer o mesmo com ele, mas suas línguas cruzaram-se e foi tão devastador e quente. Kali queria mais mesmo não conseguindo respirar direito. Ian passou as mãos de seu rosto para sua cintura a levantando, deixando-a mais alta que ele enquanto a beijava.