Kali o esperava com um manto novo, da mesma cor que o outro. Ian correu em sua volta feliz e saltitando, Soltou o tecido que trouxe de casa em sua boca. O coração a mil, com sentimentos descontrolados.
—Oi meu amigo!—Ela se abaixou e ele pulou nela lambendo seu rosto a fazendo rir e o som mexeu em algo especial em seu coração e lá estava Ian menino em cima dela sorrindo.
—Oi amiga!
Ian saiu de cima dela a puxando pra ficar de pé.
—Eu trouxe algo pra você não ficar nu enquanto estiver nessa forma.
—Mas eu não sinto frio.
—É que não estou acostumada a ver meninos sem roupas.
—Ah. O que tem de errado com isso?
—Onde vivo, andar sem roupas é algo vergonhoso durante o dia, só mostramos nossos corpos nus diante da fogueira para adorar a Deusa em dias de sabbats. —Kali tirou um pano preto do cesto.— Coloque os pés aqui.
—Eu vou cair se fizer isso.
—Um de cada vez, segure em meu ombro e levante um pé.—Ele o fez. —Isso, agora o outro.— ela o ajudou a fechar a calça.
—Como ficou?
—Ficou bem em você.
—Tenho um presente pra você também. — Ele tirou o colar e colocou nela.
— Uma pedra da Lua? —Ela o olhou nos olhos. —Tem certeza de que quer me dar? Elas são tão raras e poderosas. Para nós . . . minha espécie isto é uma pedra de proteção.
—Então mais ainda que quero lhe dar.
—Quer me proteger?
—Você é minha amiga, eu protejo meus amigos.
—Mesmo eu sendo. . . —Kali segurou a pedra e desviou o olhar.
—Uma bruxinha?
Kali deu um passo pra trás com medo.
—Vo-Você não vai me comer né? —Murmurou ela.
—Eu é que deveria estar perguntando isso a você. —Ian voltou a se aproximar estendendo a mão e ela não hesitou em retribuir o carinho.
—Por que eu comeria você? —Murmurou Kali.
—Me foi contado que as bruxas de sangue comem lobos no jantar e não se importam se não somos lobos de verdade, e ainda disseram que espalitam os dentes com nossos ossos.
Kali começou a rir e apertou os dedos nos de Ian.
—Contam pra nós que vocês Lycanos trituram nossos ossos com uma simples mordida.
—Eu sou metade Lycan e metade berserkir.
—Você é um filhote dos lendários berserkir?—Kali o olhou com espanto e admiração.
—Minha mãe é a última berserkir pura, nossa linhagem está espalhada, meu pai também tem os gens, mas é meio Lycan. Eu era pra ter nascido mais forte, no entanto —Ian abriu os braços para indicar o corpo.
—Um dia se tornara um lendário berserkir, ficara tão grande e forte que vão o reconhecer apenas pelas pegadas na neve.
—Acredita nisso?
—Hurum!—Kali afirmou com a cabeça. —Agora vamos procurar trufas enquanto conversamos.
—Vamos.
. . .
O cesto dela estava cheio de trufas. Conversaram muito, brincaram bastante, riram até perder as forças.