10. Azuis Celeste

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Assim que deixo a cela olho para o lado procurando o par de olhos esmeralda até encontrá-los. Eren Jaeger com os cabelos desgrenhados, vestindo uma camisa branca, calça desgastada e calçando sapatos marrons (filhos da puta, ele ganha e eu não).

Parecemos pensar na mesma coisa, porque avançamos um na direção do outro, mas ambos são impedidos. Pela matemática, com mais aquela pessoa esquisita que está entre nós, são sete soldados ao todo, que maravilha. 

— Me soltem — peço calmamente, dado que não queria me debater, poderia machucá-los ou coisa pior e não queria mais um crime a minha lista... embora pelo o que eu me lembre, não tenha cometido nenhum.

“Claro, sua ficha está 100% limpa. Sua santa.”

Ironiza a voz.

— Rapazes, acham mesmo que eles tentariam alguma coisa conosco aqui? — pergunta a pessoa de óculos.

— Eles são traiçoeiros — pontua um dos homens que me segura, sua voz é mais fina do que esperava.

— Ao meu ver, só querem se abraçar, se tocar ou eu sei lá — observa. — Dar umas bitocas talvez.  Acho que isso não mataria ninguém, certo?

Olho para Eren, que tem uma expressão estranha no rosto ao ouvir que talvez nos beijássemos. Desvio meu olhar para o chão.

— Nossas ordens são de–

— E acredito — interrompe. —, que nenhuma delas proíba o contato físico entre esses dois — argumenta. —, certo?

O homem contrai os lábios.

— Certo — responde de cara amarrada.

E nos soltam ao mesmo tempo. Não espero nenhum segundo a mais para saltar em cima de Eren, com isso acabo abrindo meus dois braços muito rápido, esquecendo completamente das algemas e parto a corrente que as ligava, fazendo-o cair de costas no chão com as mãos presas para cima.

Não liguei se estava fedendo, muito menos lembrei das minhas vestimentas e de que provavelmente ele sentia cada centímetro de meu corpo contra o dele, visto que ambos os tecidos eram finos.

Eu só queria ele... no sentido de amizade, claro. Sempre é bom deixar bem implícito isso.

— Lenny, você está me esmagando — brinca Eren, passando os braços por cima da minha cabeça. — Isso tudo é saudades?

— Vai se fuder — digo, o apertando mais e afundando minha cabeça em seu ombro.

— Eu sei que você me ama.

— Nem em seus sonhos — resmungo.

Ele dá uma risadinha.

— Senti sua falta — admite.

— Acredite, eu senti mais a sua — cochicho.

Acho que estou com diabetes...

Zomba a voz, fazendo um som de vômito.

— Sobre as bitocas, era apenas brincadeira — repreende um soldado.

Levanto a cabeça confusa e  só então percebo que estou sentada no colo do garoto, nossos rostos próximos o suficiente para que ambos sentissem a respiração quente um do outro. Uma queimação toma conta de minhas bochechas e meu coração dispara, dou uma risadinha sem graça e de uma maneira completamente atrapalhada, fico de pé.

Estendo a mão para Eren, ele a aceita levantando de cabeça baixa e depois batendo o pó das roupa só para não ter que olhar para mim. Um silêncio constrangedor preenche o espaço.

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