15. Eu toquei nele

179 18 0
                                    

— Sonny! Bean! — lamuriava Hange desesperada.

Vale ressaltar que não era uma visão e um cheiro muito agradável, saia fumaça dos ossos dos titãs, já que essa é a única coisa temporária que fica quando eles morrem.

Acho que vou vomitar. Penso. O cheiro era horrível.

E só para constar, eu e Eren tivemos que vir junto pois a nossa babá e seu esquadrão está aqui, porque é hoje que os graduados vão escolher a qual força querem servir. Nós não tivemos a nossa escolha quanto a isso, mas não reclamamos, queríamos entrar para a Tropa de Exploração mesmo.

— Isso não pode ser real! — gritou a morena, colocando as duas mãos na cabeça e desabando no chão. — Alguém me diga que estou sonhando!

A toda nossa volta tinham soldados da Polícia Militar circulando e conversando sobre o ocorrido, cheguei a ouvir a conversa de dois deles, dizendo que o culpado era um soldado desconhecido, que matou os titãs antes do nascer do sol e escapou com o Dispositivo de Manobras Tridimensional assim que um guarda o viu.

— SONNY! — berrou aos prantos.

“Toque neles.”

Manda a voz, e estranho o pedido, mas a essa altura eu já tinha certa confiança nela.

— Capitão, eu poderia–

— Vamos — interrompe Levi. — Isso faz parte da jurisdição da Polícia.

— Sim, senhor — concordamos eu e Eren em uníssono.

“Toque neles.”

Repete com mais urgência.

— Eren, eu preciso tocar neles — cochicho.

— O que? Por que? — pergunta confuso.

“Toque neles.”

— Eu só tenho, confie em mim — explico.

Olho de relance para trás, bem a tempo de ver Levi saindo e Erwin se aproximando de nós, sua autoridade está acima da do capitão, é a minha chance.

— Comandante Erwin — abordo, fazendo a posição de respeito, a mão fechada em cima do coração — Preciso urgentemente fazer uma coisa — anuncio rapidamente, antes que ele falasse alguma coisa.

— E o que seria? — quis saber.

— Preciso tocar em uma das carcaças — revelo.

Ele franze o cenho estranhando o pedido, até mesmo Levi volta para ver se ouviu direito.

— Quer tocar nos ossos?

— Sim senhor — afirmo.

Os dois homens se entreolham.

— Como já disse, eles são propriedade da Polícia Militar agora — argumenta o capitão.

“Toque neles.”

— Eu preciso tocar neles — reforço, soando um pouco autoritária.

— Precisa? — contestou. — Acho que não está em posição para exigir alguma coisa.

“TOQUE NELES! TENTE TOCAR NELES!”

Minha cabeça começa a latejar.

— Por favor — repito. — Eu preciso tocar neles.

— Selene, por qual motivo você quer tanto fazer isso? — indaga Erwin, desconfiado.

“TOQUE NELES! TOQUE NELES!”

ExtâseOnde histórias criam vida. Descubra agora