11. Confiar

173 17 6
                                    

Inúmeros olhos estão direcionados a gente, soldados e civis, todos reunidos em um único lugar, um maldito tribunal. Estávamos presos esperando por um julgamento, que maravilha.

— Andem — diz um soldado rispidamente.

E usa a coronha da arma para empurrar Eren para frente, o homem de olhos celeste me segura pelo braço e me arrasta para o centro do salão, onde uma pequena plataforma de pedra polida nos esperava.

Eu sou posicionada no meio e Eren à minha direita. A plataforma tinha sido planejada para apenas uma pessoa, pois a um encaixe de ferro centralizado onde uma barra entraria para o prisioneiro ser algemado, só que agora, havia outro encaixe feito de última hora à direita do primeiro.

Queriam resolver logo a situação, os dois juntos em um único julgamento. Não teria diferença eu ser mulher ou não, afinal, éramos duas as aberrações, cometemos o mesmo tipo de crime. Não faria sentido gastar tempo com dois julgamos separados.

— Ajoelhem-se.

Obedecemos a contragosto, as barras de ferro são colocadas e somos algemados. Olho para Eren, ele está com o cenho franzido, com os olhos esmeralda arregalados observando tudo à sua volta, resolvo fazer o mesmo.

À minha esquerda, vários soldados, mas os que me chamaram atenção foram só dois, Erwin e Levi, que era realmente bem baixo.

“Direita.”

Olho para o outro lado, mais soldados, mas entre eles estão Riko, Mikasa, Armin, Marco e Juniper. Riko tem o olhar relaxado, Mikasa fria como sempre, Armin visivelmente assustado, Marco está preocupado, enquanto Juniper tem uma expressão de pura raiva e ódio.

O barulho de uma porta sendo aberta, com o silêncio mortal que o tribunal estava, qualquer mínimo barulho chamaria a atenção. Um homem entra e se direciona ao enorme pedestal, para se sentar na cadeira de juiz. Cabelos e barba grisalhos, mas não parecia ser velho, estava em boa forma.

— Agora, vamos começar — ele anuncia, olhando para um papel em cima de sua mesinha. — Vocês são Eren Jaeger e Selene Leroy, certo? — pega o papel aproximando-o um pouco de seu rosto e coloca a mão em seu óculos, como se isso fosse melhorar sua visão. — Soldados que juraram dedicar suas vidas a nossa causa. Isso está correto?

— Sim, senhor — respondemos em uníssono.

— Este é um caso excepcional — observa. — Está fora dos limites da lei comum, portanto, devemos convocar uma corte marcial especial. Mas a decisão final será proferida por mim.

Ele abaixa o papel e olha diretamente para nós.

— Vamos deliberar a decisão se vocês irão viver ou morrer.

“É.”

Eu e Eren nos olhamos.

— Vocês tem alguma objeção? — pergunta.

Obviamente porque faz parte do procedimento, ele não queria saber, aliás, não tínhamos escolha, era isso ou isso. Não faria diferença nenhuma se um de nós discordasse.

— Nenhuma, senhor — respondemos.

— Estou feliz por vocês estarem sendo tão cooperativos. E deixe-me dizer isso diretamente.

“Esconder a existência de vocês se mostrou impossível, caso não divulgassemos ela, de alguma forma, teremos que enfrentar outra ameaça além dos titãs. Este tribunal tem a tarefa de decidir qual força vai assumir suas custódias. A Polícia Militar ou a Tropa de Exploração. Primeira vamos ouvir a proposta da Polícia Militar.”

ExtâseOnde histórias criam vida. Descubra agora