casamentos ciganos

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HOJE É UMA LINDA NOITE PARA UM CASAMENTO.

Os céus estão claros, a lua está brilhante e o ar está cheio de um ar de bela celebração. Griselda sorri enquanto caminha pela multidão de pessoas, um braço enrolado firmemente em torno do cotovelo de Tommy e o outro segurando cuidadosamente um copo de rum.

O casamento foi uma cerimônia adorável, se alguma coisa um pouco... estranha.

Foi difícil tentar incorporar ambas as culturas e suas respectivas tradições. Os pobres Shayna e Benji estavam se atrapalhando, sem saber o que deveria acontecer a seguir ou o que deveriam dizer. Shayna parecia que estava prestes a desmaiar quando Johnny Dogs, brincando, mencionou que eles poderiam renunciar à tradicional verificação de virgindade, e Benji ficou totalmente humilhado quando acidentalmente cortou o calcanhar ao quebrar o vidro do casamento judaico.

Levou três tentativas.

"Você acha que eles vão ficar felizes?" Griselda questiona, olhando para Tommy enquanto toma um pequeno gole de sua bebida. "Shayna e Benji ?"

Tommy resmunga ao lado dela, apagando o cigarro enquanto levanta a mão educadamente para um judeu que passa. "Eu suponho. Por que você perguntou?"

"Nenhuma razão..."

Griselda fica surpresa com o quão bem ela consegue mentir entre os dentes. Há uma razão muito válida para a pergunta dela, mas ela não está nem um pouco confortável o suficiente para falar sobre isso com o irmão.

Durante a cerimônia, seus olhos inadvertidamente piscaram contra a multidão, tentando encontrar um certo judeu forte, bonito e imprudente.

Desde o encontro entre ela e Alfie alguns dias atrás, ela não o viu muito. Ela não deixa isso aborrecê-la porque agora ela entende que ele tem seu próprio negócio ilegal e tumultuado para administrar, mas ela não pode negar que está sentindo falta da companhia dele.

Mas ela não pode admitir isso para Tommy. É muito cedo, muito cedo para ela se entregar a essas noções infantis, mas se Shayna e Benji podem fazer suas diferenças funcionarem, ela e Alfie não podem?

"Hum..."

A resposta de Tommy chega tão distraidamente que Griselda tem que erguer as sobrancelhas para ele. Desde quando Tommy Shelby não aceita nenhuma razão como resposta?

Tommy, embora não mostre isso para os outros, é curioso demais para seu próprio bem. Ela não consegue se lembrar de um único momento em sua vida em que ele não tenha tentado se intrometer em seus assuntos pessoais.

Ela se lembra de como ele era insistente quando ela tinha treze anos e ficou trancada dentro do banheiro, tentando ignorá-lo. Ela resistiu por cerca de duas horas antes de finalmente admitir, para seu constrangimento, que havia sangrado pela primeira vez.

Ela tenta seguir sua linha de visão, mas percebe que não é direcionado a ninguém em particular. Aqueles olhos que são tão parecidos com os dela são vazios, inexpressivos, não demonstram um pingo de nervosismo ou ansiedade, mas - como sempre - seus dedos contam uma história diferente.

"O que te machucou?" ela questiona, puxando seu braço, olhando como seus dedos se contorcem em torno de seu cigarro recém-aceso. Ele mal reconhece o gesto dela. "Você está preocupado com os italianos?"

Tommy sussurra baixinho enquanto balança a cabeça. "Não precisa, Grissy. Eles não vão fazer nada. Não seria bom para os negócios."

Griselda bufa enquanto revira os olhos. Não é bom para os negócios.

Sim, ela sabe tudo sobre o raciocínio elaborado de Tommy por trás do porquê ter esta cerimônia em um campo aberto de Birmingham é impecável. Tommy enviou alguns de seus homens para Camden Town para dobrar a segurança ao redor da padaria. Ela concorda com o pensamento de que Sabini não tentaria nada esta noite. Há muitos Brummies e judeus em Birmingham, e Sabini nunca atacaria Alfie com o entendimento de que ele poderia precisar dele mais tarde.

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