lógica científica e magia cigana

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ALFIE GEME COM A FERIDA AFIADA ENQUANTO MAIS UMA AGULHA ESTÁ MERGULHA EM SUA VEIA.

O Dr. Leiberman está se esforçando ao máximo para ser gentil, Alfie tem certeza disso porque toda vez que ele pisca, o bom médico derrama mais uma gota de suor de sua testa.

"Acalme-se", murmura Alfie, não se esquivando - o que parece - a centésima amostra de sangue sendo retirada dele. "Você vai se dar um maldito ataque, cara."

O médico quase perde o controle sobre a agulha grossa presa nos braços de Alfie enquanto ele gagueja. "Ah, certo. Desculpe, Sr. Solomons. Só sei que essa parte pode ser dolorosa."

Os lábios de Alfie formaram uma linha apertada, mas ele não se atreve a dizer ao médico que tirar sangue é a menor de suas dores. "Sim, bem, eu estou bem. Oh, você tem certeza que minha esposa está bem?"

Como Griselda exigira tão ferozmente na noite anterior, Alfie cumpriu suas palavras e ligou para o Dr. Leiberman logo de manhã. Griselda - sentada à mesa do café da manhã com uma refeição enorme na frente dela e seu sobrinho no colo - ficou emocionada quando ele disse a ela que estava indo para Camden Town para ser examinado novamente.

O que ela não estava entusiasmada, no entanto, era o fato de que ela também seria examinada.

Sua preciosa cigana resmungou e fez beicinho durante todo o passeio de carro, insistindo que sua maldita gipo-magia era garantia suficiente para ela de que seus filhos estavam bem.

Bem, definitivamente não era foda o suficiente para Alfie. Então, ele insistiu com tanta raiva que ela conseguisse alguma porra de ciência para provar seu ponto.

E, como uma característica tão fodida de sua cigana, ela estava certa.

"Sua esposa está bem", diz o médico, finalmente abrindo um sorriso nervoso. "Os bebês são fortes e saudáveis."

O sorriso de Alfie mostra todo o orgulho que ele sente. Ele até alivia a erupção cutânea em seu pescoço que vem se manifestando durante toda a manhã. "Todos os três, sim? Todos os três são perfeitos."

O médico acena com a cabeça, pegando outro frasco do balcão. "Se eu puder, Sr. Solomons, achei que não veria você aqui novamente."

Alfie bufa porque o médico não está errado. Antes de ontem à noite, Alfie não tinha a porra da intenção de voltar a esta loja da morte para ter algum maldito açougueiro cortando seu corpo até que esteja dolorido e quebradiço. Ele não está nem um pouco surpreso que o Dr. Leiberman o esteja olhando com cansaço, questionando seus motivos, imaginando se Alfie finalmente veio para estrangulá-lo por ser o portador de más notícias.

Normalmente, Alfie simplesmente ignorava o comentário curioso do médico ou mandava ele se foder, mas ele está se sentindo fraco hoje.

Não são seus ossos, suas peles, seus órgãos que estão ficando macios e pegajosos, mas seu coração também. Depois de tudo o que aconteceu na noite passada - homens invadindo sua casa, o dedo quebrado de sua esposa, a vida de seus filhos em perigo - ele se vê suspirando profundamente enquanto se recosta na cadeira e fecha os olhos.

"Bem, isso é o que acontece quando você pega uma porra de uma mulher, certo? Veja, eu tenho sido um homem mau, doutor. Eu bati e matei e massacrado e torturado. Eu fui um maldito diabo toda a minha vida, um diabo que sempre foi destinado ao inferno." Alfie abre os olhos e ri quando vê que o médico ficou quieto e toda a cor sumiu de seu rosto. Ele tem certeza que o homem não quer ouvir tudo sobre a brutalidade de Alfie quando ele está sozinho com o homem violento e moribundo. Ele sorri enquanto fecha os olhos e continua sua história. "Então eu sou ruim, sim? Maldito como o inferno. Certo. Então, um dia, esse maldito anjo perfeito cai no meu colo. Sério, doutor, ela caiu em meus malditos braços."

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