Bolhas e amado

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O NASCER DO SOL ESTÁ APENAS ESPIRANDO PELA JANELA, MAL ILUMINANDO O QUARTO POUCO ILUMINADO.

Alfie acorda com um gemido suave e começa a seguir sua rotina matinal habitual, esticando os braços sobre a cabeça enquanto suas articulações estalam maravilhosamente. Ele coça a barba, os olhos ainda fechados, pronto para rolar e resmungar até chegar à mesa de canto para verificar a hora.

Ele está acostumado a acordar sozinho em uma cama vazia, acostumado com sua figura enorme tomando tudo, mas hoje há algo que o impede de se mover. Ele finalmente abre os olhos e há algo espetacular para cumprimentá-lo.

Então não foi só um sonho. A noite passada não foi uma invenção de sua imaginação fodida, provocando e zombando dele. Lá está ela.

Griselda Shelby, adormecida, linda e sem filtro.

Ele sorri para si mesmo, aproveitando esse momento de admiração silenciosa. A pequena cigana se agarrou a ele durante o sono, uma de suas pernas enganchada em sua cintura, um braço enrolado em torno de seu ombro, seu estômago contra seu peito. Mesmo com seu cabelo selvagem emaranhado e as pequenas melecas no canto dos olhos, sua pele basicamente brilha em plena luz.

Ele não quer acordá-la, trazê-la de volta à realidade ainda, mas ele tem que tocá-la. Com uma risada incrédula, ele afasta alguns dos cachos dela do rosto dela, expondo seus cílios cheios, e começa a arrastar os dedos pelas costas dela, contando cada sarda escura.

Deus, quanto tempo faz desde que ele acordou ao lado de alguém? Ele teve no passado com mulheres sem nome e sem rosto, mas nunca assim. Nunca esteve em sua casa, em sua própria cama, finalmente fresco e sem suor e em paz.

Ele nunca fica surpreso com a mulher, nunca a observou dormir, nunca não quis nada além de uma rápida transa matinal e nunca quis ficar suspenso no tempo.

Quando seus dedos finalmente alcançam suas omoplatas, seu nariz se contorce de uma forma adorável enquanto seus olhos se abrem lentamente. Ele é recebido com a visão de olhos azuis sonolentos e desorientados e um sorriso meio forçado.

"Mm... bom dia, Alfie," ela murmura, levantando uma mão delicada para esfregar o sono de seus olhos, lentamente tentando se sentar.

Porra, ela ainda soa perfeita segundos depois de acordar.

"Sim, é, não é?" ele diz, empurrando as costas dela suavemente para mantê-la no lugar.

"Você estava me observando dormir?" ela questiona, bocejando através de suas palavras, desistindo e descansando a bochecha contra o peito dele. "Um pouco assustador, você não acha?"

"Nah", ele mente. "Seu ronco me acordou."

"Mentiroso." Ela dá um tapa no braço dele de brincadeira, estendendo a mão para beijar sua bochecha, seus lábios demorando lá. "Que horas são?"

"Cedo. Eu sempre acordo cedo demais", ele resmunga, esticando o pescoço para que ele possa ver o relógio na mesa de cabeceira. "Acho que temos tempo suficiente para te dar um banho, e então vou pedir a Benji para te levar para casa depois. Sim, eu gostaria, mas..."

Ele para, a infeliz realidade o atinge como uma pilha de tijolos. É a realidade que o lembra que isso, acordar ao lado dela, não será uma ocorrência comum.

Ela havia dito isso na noite anterior, aproveitaram a situação que lhes foi apresentada, decidiram que não queriam esperar outra hora. Engraçado, não tinha realmente se estabelecido ontem à noite, não quando ele estava mais preocupado com outras coisas, e isso cria uma profunda amargura em seus ossos doloridos.

No entanto, toda essa amargura e ressentimento é contido quando ele vê seu sorriso doce que não contém um pingo de malícia ou decepção.

"Eu sei, Alfie", ela sussurra, o lençol caindo enquanto ela se senta de joelhos. "Eu não quero que você se sinta mal por isso, certo? Eu entendo."

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