Prólogo

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P.O.V. Heyoon Jeong:

Eu estava na escola, era a penúltima aula. Aula de matemática, uma das matérias mais odiadas por todos, mas amada por mim. Meu sonho era fazer medicina e a área de exatas me chamava muito a atenção. Por querer ter um futuro bom e sonhar comigo vestida de jaleco branco e indo salvar vidas, eu me esforço bastante na escola. Eu estou no último ano, então logo todo esse esforço vai acabar – e piorar, pois entrarei na faculdade.

Meus pais sempre me apoiaram sobre isso, eu era grata. Eles deixaram bem claro que iriam pagar a faculdade caso eu não conseguisse fazer o ENEM. Mas eu ainda me garanto. E sei que é caro a faculdade, não quero jogar isso para eles.

Prestava atenção no que a professora explicava quando senti meu celular vibrar no meu bolso. Peguei-o escondido, e sorri leve, ao ver a mensagem de Hina. Lá falava para encontrá-la no banheiro. Eu respondi que já estava indo e guardei o celular no bolso.

— Professora — levantei a mão e ela me olhou —, posso ir ao banheiro?

— Claro, Heyoon. Não demore. — Assenti.

Levantei e saí de lá, andando em passos apressados até o banheiro feminino. Entrei devagar, procurando Hina, quando senti uma mão puxando meu braço e me prensando na parede. Sorri ao sentir seus lábios nos meus e retribuí o beijo na mesma intensidade.

— Senti saudades — ela sussurrou.

— Eu também. — Suspirei, segurando em sua cintura.

— Podíamos sair hoje, né? Jantar e... — sorriu — e podemos dormir juntas lá em casa. Meus pais não estão.

— Eu gostaria muito, Hina. — Abracei sua cintura. — Mas não vai dar... Meus pais não vão deixar eu sair e muito menos dormir fora de casa.

— Mas, Yoon, a gente não fica há décadas! Quero ficar agarradinha contigo, poxa — fez manha deitando em meu peito.

— Eu sei, Hina... Eu realmente queria.

— Se quisesse mesmo, daria um jeito de ir!

— Você conhece meus pais, meu anjo. — Ela me olhou.

— E até quando será assim, Heyoon? Até quando teremos que nos encontrar apenas no banheiro da escola para dar alguns beijos? Até quando eu não vou poder contar para meus amigos e minha família que eu estou com alguém? Até quando teremos que esconder o que temos?

— E-eu... Eu não sei. Até eu sair de casa, talvez...? — Sorri amarelo.

— Ah, claro... Você vai ficar uns 10 anos fazendo faculdade de medicina e vivendo na casa dos seus pais porque eles não vão deixar você trabalhar até estar formada e depois veremos o que vamos fazer em relação a nosso relacionamento, se é que existe algum.

— Não é bem assim.

— É sim, Yoon... E você sabe que é. — Suspirou e me olhou. — Você está presa nas asas dos seus pais e não consegue se libertar, eu estou tentando te ajudar nisso há três anos... Desde quando éramos amigas, desde quando nos beijamos pela primeira vez e desde quando decidimos que teríamos algo, sem rótulo, e que seria escondido "por enquanto" — fez aspas com os dedos —, eu cansei, ok? — Fiquei em silêncio, sentindo meus olhos arderem. — Eu cansei, tô cansada disso, de não poder contar para o mundo sobre a pessoa que eu gosto. Eu não posso mais, Heyoon. Eu estou me machucando.

— Me desculpa — foi a única coisa que consegui dizer.

— Você prefere terminar comigo do que tentar conversar com seus pais? — Abaixei a cabeça. — Ok. — Ela me soltou. — Então chega... Deu por aqui. — Encarei ela. — Eu não posso mais.

Solução - SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora