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P.O.V. Sina Deinert:

Estava em meu consultório esperando dar o horário da minha próxima consulta, comecei a ler a ficha da minha paciente e nada ali fazia sentido, já que quem marcou a consulta foi sua mãe, alegando que a filha estava estranha, com comportamentos estranhos e falando coisas que não faziam sentido, ela achava que poderia ser algo da escola. Mas não especificou o que era.

Ouvi batidas na porta então fui abrir, me dando visão de duas mulheres.

— Olá, doutora Deinert. Boa tarde! — a mais velha falou, me estendendo a mão. — Eu sou a Irene Jeong, quem falou com você pelo telefone — assenti — e essa é a minha filha, Heyoon.

— Boa tarde! É um prazer. — A mais velha sorriu brevemente e soltou minha mão, então estendi para Heyoon. — Olá.

— Oi — se permitiu responder.

— Pode entrar, fica à vontade. — Encostei na porta, dando passagem.

— Bom, te espero no carro — falou para a filha, que assentiu. — Tchau. — E saiu.

Heyoon me olhou dando um sorrisinho sem graça e entrou. Fechei a porta e guiei ela até uma poltrona, me sentando em outra. Peguei meu prontuário deixando sob o meu colo. Ela olhava tudo ao redor, parecia admirar o local. Apoiei minhas mãos no objeto em meu colo e esperei ela me olhar.

— E então... — começou, me olhando — eu não sei como isso funciona.

— Não é nada fora do normal — falei calma. — Não sei se sua mãe falou com você, mas meu nome é Sina Deinert.

— Prefere o nome ou sobrenome?

— Qual você preferir me chamar. — Ela assentiu. — Sua mãe me disse que você parecia estranha, com comportamentos fora do normal e parecia que estava sendo influenciada pelos colegas da escola... — Ela fez cara de tédio. — Por que, exatamente, está aqui?

— Não tem motivo, minha mãe tá paranóica depois que eu contei algo a ela. — Ela suspirou, parecia mal por estar aqui. — Eu não tenho nenhum problema, Sina. Quer dizer, para meus pais, isso que eu contei é um problema... Mas não tem nada a ver com psicologia. Eu realmente não entendo a cabeça da minha mãe. Ela veio me falar que marcou uma consulta para mim hoje de manhã, quando eu acordei.

— Está aqui sendo obrigada então. — Ela concordou com a cabeça. — Talvez isso te ajude a passar pelo o que está passando dentro de casa. — Ela ficou em silêncio por alguns segundos.

— Tudo o que eu disser aqui minha mãe vai ficar sabendo?

— Não, fica tranquila. Nós psicólogos muitas das vezes não contamos nem 10% do que vocês falam conosco, falamos apenas o necessário. E se você me pedir para não contar eu não irei, a não ser que seu pensamento esteja colocando sua vida ou sua mente em risco.

Ela encostou ficando em silêncio. Um silêncio alto. Conseguia vê-la pensando em algo ou lembrando de algo. É claro que o maior problema dessa garota vem de sua casa e sua mãe não sabe lidar com isso.

— Quanto tempo isso aqui?

— Sendo a primeira, apenas 20 minutos. Antes de realmente se abrir comigo, preciso que confie em mim, e a confiança não vai aparecer na primeira consulta. — Ela balançou a cabeça. — Sua mãe parece se preocupar com você.

— Talvez. Mas não vê que ela mesma está me machucando com coisas fúteis.

— Imagino que deve ter contado algo que mexeu bastante com ela e com a relação de vocês.

— Ela e meu pai nem falam mais comigo direito. Se eu soubesse eu nem teria falado nada.

Eu pensava o que de tão grave essa garota contou aos pais.

Solução - SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora