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P.O.V. Narradora/Autora:

— Mãe? Pai? — chamava enquanto entrava em casa.

Seus dedos entrelaçados nos da psicóloga. Heyoon estava tensa e nervosa, tanto que sua mão começou a ficar fria. Sina fazia um carinho de leve em seus dedos.

Depois de boas horas conversando, ela decidiu contar aos seus pais que Sina era sua namorada. Sina apoiou a decisão e prometeu que estaria com ela, e está cumprindo. Depois do pedido de namoro, cada uma foi para sua casa, e elas se encontraram uma semana depois, para realmente ir falar para os pais da morena.

— Na cozinha, filha — a mulher gritou.

Heyoon olhou Sina, que lhe lançou um sorriso acolhedor. A morena respirou fundo, uma, duas, três vezes, para então continuar seu caminho.

— Hey — sussurrou ao chegar no cômodo.

Quando seus pais a olharam, as mãos das duas já não estavam juntas. Sina estava um passo atrás da menina, mas não tão longe, apenas queria ser educada com os donos.

— Sina, oi! — Irene foi cumprimentá-la.

— Oi, senhora Jeong. — Retribuiu o beijo de bochechas e então apertou a mão de Mark. — Senhor Jeong. — Balançou a cabeça.

— Oi, Deinert.

— Não sabia que viria. Espera, algo aconteceu? Você está bem, Yoon??

— Sim, eu estou bem. — Engoliu em seco. — É só que... — Respirou fundo outra vez. — Tenho algo para contar a vocês.

— E o que a doutora tem a ver com isso? — Mark perguntou confuso. — Nada pessoal, eu só tô estranhando! — afirmou, olhando para a loira.

— Tudo bem — assegurou, sorrindo um pouco.

— Aceita alguma coisa, Sina? Água? Suco? — Irene ofereceu.

— Não, obrigada! — agradeceu educada.

Irene sentou-se ao lado do marido e olhou para sua filha, agora esperando que ela falasse. Heyoon respirou fundo mais uma vez, sentou na cadeira em frente ao seus pais e Sina sentou ao lado.

— E então? — Irene perguntou, curiosa. — O que têm para falar?

— Vocês... Vocês sabem que eu gosto de mulheres e isso está claro, certo? — Os dois se assustaram um pouco, mas assentiram devagar. — E eu sei que estão se esforçando pra aceitar essa ideia, eu vejo a mudança de vocês e eu agradeço muito. — Sentiu seus olhos arderem, mas seguiu firme: — Eu sou eternamente grata por isso. Por realmente tentarem... E eu não sei como vocês estão em relação a isso atualmente... Mas eu quero que vocês façam parte da minha vida e estou, de novo, confiando em vocês para contar algo. — Suas mãos tremiam em seu colo, ela suava frio e agora seus olhos já estavam cheios de lágrimas, mas não escorreu nenhuma. — Por favor, não percam minha confiança de novo — sussurrou, e provavelmente seus pais não ouviriam, mas ouviram.

Sina, percebendo a tensão da mulher, levou a mão até as suas e apertou, fazendo um carinho reconfortante. Debaixo da mesa ela tentava apoiá-la e acolher sua garota. Enquanto por cima, intercalava a visão entre Mark, Irene e a própria Heyoon.

— Pode nos contar, filha — Mark falou, percebendo o nervosismo da menor. — Somos seus pais.

— E sempre vamos amar você. Eu entendo que tem medo, pela nossa reação ao se assumir... Mas eu prometo que agora estamos mais abertos e mais acessíveis, digamos. Não tenha medo de falar conosco.

— Certo... Certo. — Suspirou, olhando alguns segundos para o teto. Voltou a olhar para seus pais. — Eu estou namorando.

— Você está assim por nos dizer que está namorando? — Irene perguntou confusa. — Sabemos que é uma mulher, isso já estava estabelecido desde que você nos falou sobre sua sexualidade.

— É... Bom. — Sorriu sem graça.

Sina soltou um riso nasal e então foi como um clarão na mente de Irene. Ela abriu a boca e sorriu. Heyoon ficou confusa, assim como Mark, mas Irene sorria. Sorria para Sina e para sua filha.

— Vocês estão namorando? — perguntou esperançosa.

— Estamos — Heyoon confirmou e Sina assentiu.

— Uou! — Mark encostou na cadeira, chocado. — Por essa eu não esperava. — Riu um pouco e olhou a loira. — Nem judas, Sina!! — Irene gargalhou.

Heyoon estava confusa e surpresa pela reação, mas riu junto. Olhou Sina, que apertou os lábios, soltando uma risada também.

— Brincadeiras à parte, garotas. Eu espero que sejam felizes. E eu ainda estou chocado. — Levantou tirando uma risada da filha.

— Tem meu apoio, meninas. — Irene sorriu. — Gosto de você, Deinert. Você me ajudou e ajudou minha família. Por favor, não machuque-a.

— Jamais! Não faria nada para machucar Heyoon. Isso é uma promessa. Só quero fazê-la feliz. — Irene sorriu satisfeita.

— Obrigada, mãe — Heyoon sussurrou, deixando as lágrimas que ainda estavam em seus olhos escaparem.

— Por que o choro, Yoon? — perguntou, levantando para ir abraçá-la.

— Não esperava esse apoio todo. Perdão. — Abraçou a mãe.

— Não deve pedir perdão! Nós que devemos. Nos desculpem por como te tratamos, por todas as brigas e discussões, por fazer você se sentir mal, por te fazer chorar... Por não te apoiar e não estar com você desde o início. Desculpa fazer isso ser difícil. Mas eu estou pronta para lidar com tudo, e agora de verdade. Ser sua mãe e sua melhor amiga. Te apoiar em tudo e estar com você. Prometo que vou ser a melhor mãe que você merece. —  A essa altura Irene também chorava.

— Eu te amo, mãe — murmurou, chorando.

— Eu te amo, minha filha.

Depois desse abraço, seu pai também a abraçou e disse algumas palavras como as da Irene. Eles abraçaram Sina e garantiram que a mulher era bem-vinda na vida deles, na casa, na família e tudo mais. Irene até brincou, dizendo que agora passaria a chamá-la de "norinha" ao invés de "doutora Deinert", o que tirou risadas de todos.

Fim da tarde. 18h40min. Sina passou o dia todo ali, com Heyoon e seus pais. No fim, ela se despediu deles, agradeceu por tudo e disse que estava feliz por ter ajudado eles no quesito "aceitação" de sua filha.

Eles chamaram ela para jantar lá, mas o pedido foi negado, já que ela marcou de jantar com Noah e Sabina.

Agora o casal estava na frente da casa da morena. Estavam abraçadas e sozinhas. Um silêncio alto, mas não desconfortável.

— Obrigada por tudo — Heyoon falou, quebrando aquele silêncio.

— Não me agradeça.

— Preciso agradecer.

— Aceito beijo como agradecimento então. — Heyoon riu e a beijou.

— Tô feliz.

— Que bom, minha pequena. — Colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. — Falei que daria tudo certo. — Heyoon sorriu.

Mais uma mini sessão de beijos e a loira foi embora e Heyoon entrou.

Na casa dos Jeong's, o assunto era o namoro delas e Sina, os pais elogiando a loira e falando que estavam feliz pela filha. Depois disso eles viram um filme juntos e acabaram por dormir ali na sala mesmo.

Com Sina, ela comemorava com os amigos. Contou sobre o namoro e sobre como os sogros reagiram. Eles passaram a noite bebendo vinho, comendo, jogando, assistindo e conversando.

Estavam felizes. Todos eles. Sem exceção.

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Bodia, bão??

O que acharam??
Estão confiando nos pais dela? Acha que mudaram? Perdoaram eles? Me contem 👀

Qualquer erro sinalizem, por favor!!
E não esqueçam do voto hehe

Até mais <3

🧡

Solução - SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora