Aquele que é atingido pelo amor não pode esquecer o tesouro do seu coração. Adeus. Tu não podes ensinar-me a esquecer."
𖥸
Algumas horas antes
William tinha os olhos fechados.
Não estava com sono, muito pelo contrário. Seu coração batia tão rápido e tão fora do ritmo que tinha medo de que a mãe pudesse ouvi-lo da sala de estar. Seus olhos claros fitam o teto branco repleto de estrelas neon; havia ganhado aquilo de seu padrinho Ben, há um par de anos atrás. Ainda continuava sendo sua coisa favorita naquele cômodo. Ele observa a janela entreaberta, a cortina esbranquiçada e então arregala os olhos quando ouve um barulho abrupto. Uma pedra pequena havia atingido o vidro da janela. Um assobio baixo, e então mais uma pedra. Quando estava prestes à colocar a cabeça para fora, seu olho acaba sendo atingido por mais uma daquelas pequenas pedrinhas, tirando dele um gemido dolorido.
- Merda!
- Sério? - ele sussurra em resposta, ainda segurando no olho machucado - Não podia ter, sei lá, me mandado uma mensagem?
O garoto solta uma rápida risada, largando as pedrinhas e esticando os braços, dando com os ombros como quem não se importava.
- Assim era mais legal.
- E totalmente mais perigoso.
O Fairmont luta para escalar a macieira em frente ao seu quarto, soltando a respiração somente após ter os dois pés, novamente, em solo firme, revirando os olhos claros quando observa o sorriso satisfeito do amigo para si.
- Oi.
William pigarrea, rezando aos céus para suas bochechas não estarem vermelhas naquele momento. Seria totalmente embaraçoso.
- Oi - rebate em um sussurro, sorrindo de lado - Como vamos?
- O ônibus passa em - ele fita o relógio no pulso - cinco minutos. A parada não é tão longe daqui.
- Tudo bem - William arruma a mochila azul bebê nas costas à medida que começava a andar pela rua extensa e escura de sua casa, ao lado do menino de olhos grandes e negros. Quando percebeu que Tim o observava, ele pigarreou, segurando nas alças da mochila de forma tímida - O que?
- O que, o que?
- Por que está me olhando assim? - Timeus ri, mostrando suas covinhas evidentes, e encolhendo os ombros - E você está rindo de mim!
- Não estou rindo de ninguém.
- Nossa, você é tão insuportável - o Burns empurra o menor com o ombro, que devolve na mesma moeda, acabando por tirar risadas de ambos.
Como a rua estava escura e praticamente esquecida - por conta do horário - a risada dos dois ecoava pelo local de uma forma quase sinistra, porém, nenhum dos dois parecia perceber. Estavam ocupados demais em traçar uma linha reta até o ponto de ônibus ou em, simplesmente, fitar um ao outro, tirando brincadeiras e até flertando, mesmo que de forma velada.
- Como foi quando chegou em casa? - William questiona primeiro. Quase se amaldiçoou mentalmente pela pergunta quando viu os olhos de Tim, que antes estavam claros e ansiosos, se tornarem negros, frios e distantes - Quer dizer, não precisa falar se não quiser.
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Fechando o ciclo
RomansCalliope e Juliette tiveram um amor adolescente, puro e passageiro. Amor esse que fora transformado em ódio no instante em que Juliette resolveu transformar o irmão de Calliope em um vampiro, transformando-o no monstro que Calliope sempre temeu e fo...