Capitulo 6 Parecia Real.

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       Pisquei meus olhos algumas vezes enquanto ainda parecia sentir o doce cheiro de Alyna. —Foi tudo realmente um sonho? Mas... Os toques, o cheiro, as sensações... Pareciam tão reais... Como isso poderia ser apenas um sonho? – Eu me perguntava enquanto levava minha mão até meu rosto que agora estava tão vermelho e quente como se estivesse com febre. —Como pude ter esse tipo de sonho com Alyna? Não que durante a viagem eu não tivesse sonhado com ela, mas aqueles sonhos nada mais eram que lembranças das nossas poucas noites juntos, mas o sonho de agora foi diferente foi mais intenso, mais real, w a Alyna de agora era completamente diferente, não havia receio, medo ou insegurança, a timidez ainda estava lá, mas era diferente e havia mais entrega e paixão misturada com urgência e saudade, seus olhos refletiam o mesmo amor e paixão que brilhavam nos meus olhos, eu sabia da intensidade do meu amor por ela, e sabia que ainda era muito cedo para ela sentir o mesmo amor por mim.
—Alyna... O que você esta fazendo comigo. – Sussurrei enquanto ainda lembrava de cada detalhe daquele sonho doloroso, mas ao mesmo tempo doce,  depois de alguns minutos levantei vesti minhas roupas quentes e a armadura o dia mal havia amanhecido quando desci as escadas.
—Parece que este ano o inverno vai chegar mais cedo e vai ser intenso.
       Ouvi uma servente falar com outra enquanto passava por elas e olhei para fora da Estalagem ainda era final do outono, mas um vento gelado soprava impiedoso fazendo os ossos das mãos doerem, eu sabia que aquele evento era causado pelo dragão de gelo e as coisas poderiam piorar muito.
—Capitão! Vem tomar o café da manhã com a gente.
        Ravy me chamou e Arvid entrou na conversa enquanto colocava um enorme pedaço de pão em sua boca.
—Sim capitão, aproveita que o pão ainda está quente fazendo a manteiga derreter... Ah! Não sabemos quando teremos outra refeição assim...
—Ora por favor não fale com a boca cheia!
       Eric o repreendeu com um rosto cheio de desgosto.
—Um cavaleiro Dragão Celestial que não perde a sua finesse...
      Arvid lhe lançou leve olhar de desprezo ao falar com ironia depois sorriu com deboche antes de continuar a falar.
—Meu senhor me desculpe por ser apenas um plebeu mau educado, mas esse pão está realmente maravilhoso...
      Depois que falou colocou outro pedaço de pão na boca fazendo suas bochechas inchar como as bochechas de um esquilo.
—Isso não tem nada haver com ser um nobre ou um plebeu e sim com educação, então não fale de boca cheia para não cuspi seu alimento nos outros.
      Eric retrucou irritado e Arvid se fez de surdo, Ravy apenas os ignorou e continuou seu café da manhã, eu me sentei ao lado dele e comecei a comer também.
— Ravy, você já teve um sonho tão lúcido que parecia ser real?
—Um sonho lúcido? Você teve um capitão?
—Acho que sim... –Respondi sentindo minhas bochechas esquentar, me arrependendo em seguida de fazer aquela pergunta.
—Eu como foi?
—Não importa, se você não teve não adianta eu te contar. – Respondi dando uma grande mordida em um fatia de pão com manteiga.
—Isso não quer dizer, preciso saber para poder te dizer se foi uma visão lúcida, sem bem que apenas descendentes de fadas podem ter a visão lúcida com fatos acontecidos no passado, presente, ou futuro, e é claro a visão lúcida precisa ser treinada... Pode ser também um sonho onírico.
    Enquanto Ravy divaga a sua última frase né chamou a  atenção.
—Um sonho onírico?
— Bom os sonhos oníricos são proibidos hoje em dia, então é bem provável que tenha sido apenas um sonho.
     Ravy concluiu após pensar um pouco sem me dar mais explicações
—Me conte mais sobre como são esses tipos de sonhos.
     Usei meu tom de voz mais sério e intimidador, me irritando um pouco com a falta de explicação dele
—Um sonho onírico acontece quando um mago usa magia para invadir sua mente, ele pode entrar em seu sonho e te passar informações importantes, as sensações e sentimentos que acontecem nestes tipos de sonho são muito lúcidos por que são de alguma forma reais, já que a pessoa que se comunica se projeta ali.
—Não me parece ser perigoso por que foi proibido? Eric que estava apenas ouvindo perguntou com curiosidade.
—Por que essa magia vai além de um sonho, ao evoluir e se tornar uma dominação onírica, ele domina a mente da pessoa e a torna em uma marionete, por isso o templo catalogou esta magia como magia proibida desde a grande guerra e a queda de Hagnar.
     Após ouvir a explicação de Ravy eu pensei no sonho que tive com Alyna. —Ela realmente poderia ter vindo me encontrar? – Me perguntei mentalmente, foi quando um pensamento cruzou minha mente e meu coração afundou.
—Ravy, existe uma possibilidade de um mago negro copiar a forma física de uma pessoa e invadir o sonho de alguém usando essa forma?
Ravy pareceu surpreso antes de pensar um pouco e responder com firmeza.
—Não, definitivamente não.
—Como você pode ter tanta certeza?
       Perguntei ainda me sentindo desconfortável com aquela possibilidade.
—Por que não existe uma magia que possa copiar a forma física de alguém, e mesmo se houvesse tal magia o mago não se arriscaria em usa-la em um sonho onírico por que se a outra pessoa desconfiar e o atacar ele sentirá toda a dor do ataque e se for um ataque fatal no sonho ele morrerá de verdade, os sentimentos e as sensações que ambos sentem em um sonho onírico são também transmitidos para o corpo físico, seja dor, prazer, medo, alegria, ou a morte.
    Eu não respondi a sua explicação, já que me perdia em meus pensamentos. Uma magia proibida e perigosa. — Não Alyna está menos de seis meses na torre mágica não há tempo suficiente para aprender e dominar tal técnica, mas ainda assim eu preciso confirmar.
—E existe alguma maneira de Norman ensinar tal técnica para seus alunos?
—Que?
      Ravy pareceu confuso por um segundo antes de voltar a responder.
—Absolutamente não! Todos os livros que ensinavam as magias que foram catalogadas como proibidas foram extintas de Norman e nenhum professor está autorizado a ensinar, e mesmo que por descuido ainda existisse tal livro perdido dentro da torre não seria possível ler ele por conta própria já que a escrita das magias proibidas são todas em linguagem antiga.
—Hm.
     Apenas grunhi em resposta e antes de me perder mais uma vez em pensamentos, Ravy largou seu pão e me pergunto com o cenho franzido.
—Agora meu lorde vai me contar o que está acontecendo?
       Havia um pouco de irritação e ironia em sua voz, eu apenas ignorei a sua pergunta e continuei a comer.
—Capitão! Se algo sobrenatural aconteceu eu preciso saber...
      Claro a curiosidade de Ravy estava desperta e ele não iria deixar isso passar tão fácil, eu apenas suspirei e interrompi seu discurso que com certeza não teria fim até eu lhe dar uma resposta.
—Nada de sobrenatural aconteceu, foi apenas um sonho e nada mais, não perca seu tempo com coisas inúteis.
       Respondi secamente me levantado da cadeira dando a entender que aquele era o fim daquele assunto e sai do restaurante sem olhar para trás. —Apesar de ter sido um sonho tão lúcido tudo não passou de um sonho. –Pensei empurrando para longe qualquer tipo de dúvida enquanto seguia para fora da Estalagem.

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⏰ Última atualização: Jan 11 ⏰

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