Drakevacs & Mylings

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      Assim que entramos novamente em uma rota dentro da floresta diminuímos a marcha dos cavalos, o conde olhou a sua volta e suspirou aliviado ao perceber que não havia nada nos perseguindo e assim que ele me lançou um olhar de fulminante e pareceu abrir a boca para reclamar um grito horripilante foi ouvido, todos os cavalos relincharam ao mesmo tempo que batiam suas patas no chão.
—Uooaa! Calma Abu.... shiii.... Calma...
     Assim que o acalmei  fiz um sinal para que todos calvalgassem em silêncio e com máxima atenção, com sinal da minha mão todos os cavaleiros Dragão Celestial já sabiam que algum monstro se aproximava e era perigoso, e não demorou muito para mais um grito ser ouvido e dessa vez estava mais próximo fazendo os pelos da minha nuca se oriçar, logo um monstro sobrenatural  apareceu na nossa frente com seu corpo branco alongado e fino ele andava com ambas as mãos e os pés no chão porém estavam retorcidos e sua coluna fazia um ângulo de noventa graus, sua enorme cabeça com olhos negros e grande boca cheia de saliva viscosa com dentes pontudos girou a trezentos e sessenta graus agora ficando com o queixo para baixo deu outro grito e correu em alta velocidade para nós, neste momento Eric gritou ao mesmo tempo que descia do cavalo.
— Drakevacs!
—Merda! – Xinguei enquanto puxava a minha espada, aqueles monstrinhos eram ágeis e difíceis de matar, porém bastava uma mordida para ser amaldiçoado ou ser rapidamente devorado por eles, e o pior é que eles nunca vinham sozinhos!
—Protejam os cavalos e os vagões! Ravy barreira protetora!
     Gritei ao mesmo tempo que Ravy ergueu a barreira mais de dez Drakevacs apareceram.
— Necromancia, estão usando magia proibida para a possessão dos copos das crianças enterradas por essa floresta! – Ravy gritou fazendo vários cavaleiros xingar em voz alta.
—Malditos...! Maldições saíram da minha boca também enquanto eu corria em direção daqueles monstros encarnecidos, para matar um Drakevac tinha que desmembra-lo e rapidamente atear fogo para que seus membros não se juntassem novamente, ou apenas as espadas sagradas poderiam mata-los. Assim que minha espada atravessou a cabeça daquele monstro, automaticamente pegou fogo e virou cinza, enquanto eu sozinho conseguia destrui-los, eram preciso cinco cavaleiros para  dar conta de apenas um daquele monstro, assim que eles o desmembraram Ravy lançou  ataque mágico de fogo, com isso os cavaleiros de Aegis também começaram a lutar de forma coordenada após perder mais de vinte de seus companheiros, o Conde Erastor estava petrificado atrás da barreira  mágica lançada por Ravy, a batalha durou mais de duas horas  quando por fim os pequenos demônios pararam de vir, mas não tivemos tempo de nos sentir aliviados logo uma neblina gelada nos surpreendeu.
—Por Vita o que é agora!
O Conde gritou  em pânico, eu o olhei com desprezo sem vontade de responder, era certo que onde apareciam Drakevacs também poderiam aparecer Mylings.
—Temos que achar o necromante! Gritei para Ravy e logo comecei a dar as ordens
—Mago mantenha a barreira de proteção em volta dos vagões de suprimentos! Milo e Bertô fiquem responsáveis por guardar os mantimentos junto com o mago assim que ordenei  o mago de Aegis e os aprendizes de escudeiro voltei minha atenção para Ravy que rapidamente lançou um feitiço e uma runa de forma triangular verde apareceu sob seus pés, logo ele tocou o solo com as mãos em estado de transe.
—Merda são realmente Mylings!
      Eu estava protegendo Ravy quando senti meu corpo endurecer ao ter a confirmação. — Maldito necromante! Como ele podia fazer isso com os corpos e espíritos de fetos não nascidos e bebês mortos? Aqueles eram em sua maioria bastardos assim como eu, que foram jogados fora por suas famílias, que não tiveram nem o direito de serem enterrados e purificados!
      Eu olhei para as árvores e vários espectros negros do tamanho de um bebê, com olhos esbranquiçados e unhas em garras, saltaram em nossa direção.
—Não deixem eles te tocarem! Mago use magia da luz! Todos peguem suas  pedra de mana de luz!
    – Assim que gritei um círculo mágico apareceu sob os pés do mago de Aegis e logo as  runas começaram a brilhar, a luz forte queimou os Mylings os transformando também em cinzas, mas logo vieram mais, o mesmo acontecia com os cavaleiros usando as pedras de mana.
— Lorde Cedrick não sei o quanto mais consigo aguentar!
— Comandante!
      O mago avisou em agonia, assim como os cavaleiros que lutavam com suas vidas, eu elevei a forma do meu mana e com a espada celestial comecei a girar e cortar os Mylings que soltavam murmúrios de lamento antes de virar cinzas.
—Achei! A menos de duas milhas daqui a leste em uma caverna...
        Assim que Ravy falou eu corri na direção enquanto balançava a minha espada em movimento circulares evitando assim ser arranhado ou tocado por esses monstros de forma espectral, parei a uma dez metros da caverna haviam dois homens com um manto negro e capuz que cobriam seus rostos  parados na entrada da caverna, consegui reduzir ao máximo meu mana,  assim como a minha presença, primeiro eu precisava separa-los então atirei uma pedra na direção oposta a minha fazendo um dos magos correr até a fonte do barulho então peguei meu chicote com ganchos adiados o girei em movimentos circulares por alguna segundos  antes de lançar na direção de um deles, sua ponta afiada o atingiu em cheio, puxei o chicote e fiz o mesmo movimento em direção ao outro guardião que caiu sem saber de onde veio o ataque.
— Vermes! –Os olhei com desprezo enquanto os xingava e entrei na caverna, um homem sentado em uma runa negra triangular parecia em transe, eu peguei minha espada, mas antes de acerta-lo ele abriu os olhos.
—Quem? – O mago se calou ao perceber que não era um de seus companheiros a sua frente, e rapidamente lançou a sua magia de ataque, ao sentir a onda de energía vindo em minha direção eu elevei meu mana ao máximo e com a espada em diagonal a minha frente formei um escudo protetor, enquanto eu dava alguns passos para trás devido ao poder de seu ataque, o mago começou a cuspir outro feitiço em língua antiga.
Ch’iyar ajayunakax inamado dominio ukampix ch’amam mayt’apxitu ukat aka contrato ukanx ch’amax churapxitu...
     Neste momento as pedras dentro da cavernas começaram a levitar e com um gesto de sua mãos vieram todas em minha direção, maldições não paravam de sair da minha boca enquanto eu girava e balançava minha espada contra as enormes pedras que dispararam de todos os lados, algumas não consegui evitar e gotas de sangue começavam a se formar em minha testa e omoplata, bravia e mãos.
—Não pense que este ataque vai funcionar! – Gritei enquanto elevava minha força e com uma explosão de mana todas as pedras viraram pó, o mago arregalou os olhos e sem pensar duas vezes eu corri em sua direção, atravessando sua carne com a minha espada, sangue negro fluiu de seu ponto vital enquanto seus olhos sinistros se tornaram sem vida.
—Capitão!
     Assim que eu saí da caverna ouvi Ravy e Eric me chamar.
—Estou bem, como estão as tropas?
—Estão se realinhando, e o sacerdote está purificando os corpos dos cavaleiros mortos.
—Tivemos muita baixas?
—Trinta e sete homens dos cavaleiros de Aegis em sua maioria eram  escudeiros e cavaleiros recém formados, do nosso lado perdemos dois aprendiz de escudeiros. – Havia pesar na voz de Eric ao falar a última frase.
—Quem eram? –Perguntei sentindo uma inconformidade.
—Milo e Bertô.
      Após dois segundos de silêncio comecei a delegar ordens para esconder as minhas emoções.
  —Quando voltarmos teremos que aumentar o nível de treinamento desde os aprendiz de escudeiros aos capitães! Ravy volte e traga o sacerdote quero deixar este lugar o quanto antes.
    Ravy abriu uma fenda temporal em silêncio e em seguida voltou com o sacerdote que ficou chocado ao entrar na caverna.
  —Esse maldito necromante além de usar magia negra proibida também lançava o feitiço em língua antiga.
     Falei em voz baixa e Ravy me olhou surpreso ao mesmo tempo que seu rosto ficava um pouco pálido.

AlynaOnde histórias criam vida. Descubra agora