Capitulo 4 |Kael

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  — Já estamos mais de três meses em exceção, como será que ela está indo?   –    Me perguntei en voz baixa enquanto guiava minha tropa a caminho de uma batalha que talvez lhes tirasse a vida então cada vez que um dos meus camaradas gritava. —Meu capitão! – E me elogiavam como um bom líder ou falavam que eu era mais que um líder um amigo, uma enorme sensação de culpa me invadía, por que os estava levando para a morte por que eu era inescrupuloso e egoísta.
   —Mas ainda eu não me arrependo... – Sussurrei enquanto apertava com força as rédeas de Abu. — Por que tudo o que sempre fiz foi por ela, por seis anos meu mundo gira em torno dela, então quando vem a oportunidade por que não posso ser egoísta e agarra-la? Sempre a amei e se está em minhas mãos tê-la por que deixá-la escapar para as mãos de outro homem? – Aqueles pensamento não passavam de meras justificativas para as decisões que tomei sem levar em contas as inúmeras vidas que estavam ao meu comando, eu sabia que iria para o inferno, sabia de tudo aquilo, sabia da responsabilidade que havia criado para mim mesmo, mas ainda assim meus pensamentos eram guiados para ela.
   —Ahh! Parece que caí fundo. – Suspirei pesadamente com aquele pensamento enquanto minha mente me levava ao dia em que nos encontramos pela primeira vez, foi no marquesado de Bryer, eu estava ali como um cavalario a mando do duque Efraín e Alyna era uma garota pequena e delicada parecia que se partiria ao meio com qualquer brisa, mas ela estava brincando sem medo com dois cães de guarda que eram três vezes seu tamanho ela não parecia ter mais que treze anos, era inverno e ela usava um manto azul claro com capuz felpudo,  devido a estranheza da cena eu parei e olhei de longe até que o vento soprou forte tirando seu capuz foi quando pude ver aquele cabelo comprido e encaracolado era tão ruivo que brilhava como raios de sol, seus grandes olhos azuis se arregalaram aos se sentir ser empurrada para trás então ela firmou seus pés no chão e começou a sorrir como vitoriosa por não ser arrastada pelo vendo, mas agora Kael não pôde sorrir com seus atos infantis e ingênuos porque sua mente estava presa em uma minúscula garotinha que passeava pelas ruas com sua mãe, ela vestia um lindo vestido rosa e seus longos cabelos ruivos estavam presos em duas transas com laço da mesma cor do vestido a garotinha era curiosa e parecia ser a  primeira vez que caminhava pelas ruas comercias, ela então olhou para um garotinho sujo e mal vestido que mendigava por comida, dinheiro ou trabalho, ele tinha cortes por todos os lados de seu corpo e era tão desnutrido que tinha a mesma altura da garotinha que já havia soltado a mão da sua mãe  quando sua escolta aprecia estar distraída,  já que não viram ela escapar e seguir até o garoto, aquela garotinha que aos olhos do garoto sujo pareceu um lindo anjo pois não o olhou com nojo, medo ou ódio ao contrário disso ela lhe sorriu brilhantemente.
  — Ola! – O garoto se assustou dando um passo para trás se perguntando se ela estava realmente conversando com ele.
  —Você não pode falar? –Ela perguntou de maneira curiosa.
—Oh! Olá. – O garoto respondeu com medo de ser acusado por  desrespeitar uma nobre.
— Porque você está ai com uma cara de medo e tão triste? você está ferido ? Por isso você chora? – Ele se perguntou por que ela lhe fazia aquelas perguntas, mas ainda assustado ele se pôs na defensiva e ousou responder.
— Sim, é por que estou ferido! Você não pode ver?! – O garoto que perdeu a paciência e respondeu bruscamente se arrependeu em seguida sua mente estava uma confusão. — Como posso responder a uma nobre assim? E se sua escolta me levar preso ou ela chama a sua mãe? O que eu vou fazer? – Se perguntou aflito
—Oh! Me desculpe por ser rude... É que te vi chorando antes e pensei que estava com dor. – Mas a garotinha não se sentiu ofendida com seu tom rude e parecia até preocupada com ele, surpresa tomou conta do garoto. —Desde quando uma nobre se desculpava com um plebeu?
   Ele se perguntou, mas ela não percebeu o espanto do garoto e continuou.
—É que minha mamãe é uma maga poderosa e pode curar qualquer dor...
   Quando o garoto iria responder ele ouviu uma voz suave e gentil que  chamou a garotinha por um apelido.
—Aly o que você está fazendo aqui? Eu já não te pedi para não sair do meu lado quando a gente estiver fora?  E ainda sem a escolta?
   A mulher era calida e gentil ela apenas repreendia a filha calmamente, a menina se desculpou  e explicou seu motivo.
—Eu vi esse garoto chorando e pensei que estava com dor, então por que ninguém o ajuda se ele chorava tão dolorido mamãe? – A mulher suspirou e a repreendeu mais uma vez com gentileza explicando que era descortês falar assim na frente das pessoas, depois olhou para o garoto  com os mesmos olhos azuis gentis como se as duas crianças fossem iguais.
—Garotinho você realmente está ferido?
    Mediante a sua pergunta o garoto hesitou antes de explicar que embora estivesse ferido não chorava por causa de suas pequenas lesões e sim por que sua mãe estava doente e não podia pagar um mago ou ervas para cura-la e para piorar seu pouco pagamento por um trabalho havia sido roubado, a senhora o olhou com tanta tristeza e falou que iria olhar a sua mãe sem poder acreditar na sua rara sorte o garoto sorriu tão feliz por encontrar pessoas tão bondosas,  então as levou até sua podre casa rezando no caminho que seu bêbado padrasto não estivesse em casa a mulher entrou na casa pequena e quebrada tirou suas luvas brancas  sem se importar com a sujeira da casa e usou magia curativa para tratar sua mãe pálida deitada em uma cama mostrando grande agonia, após alguns minutos ela então explicou que como sua doença já era antiga e profunda era impossível de curar e podia apenas tratar para diminuir sua dor, sua mãe logo pode dormir com uma expressão de paz em seu rosto que a muito tempo ele não via.
—Minha senhora obrigada por sua ajuda, quanto lhe devo? Não tenho muito, mas ainda há uma economia guardada. –Ela gentilmente acariciou a cabeça do garoto ao perceber seus olhos envergonhados e hesitante ela fez um gesto de cabeça negativo, além de não cobrar nada pelo tratamento ela pediu para sua dama de companhia ir buscar ervas para o alívio da dor enquanto se sentiu um uma cadeira com a tinta descascada e contou uma emocionante história de fantasia que fez o garoto esquecer pós algumas horas as suas preocupações, e antes de ir embora ela deixou um pequeno saco com moedas de Denars, o garoto estava tão emocionado que esqueceu de agradecer apropriadamente e até mesmo perguntar seus nomes, ele só sabia que a garotinha tinha um apelido. 

-Ally... –Eu sussurrei aquele nome, mas a garota que agora não usava mais duas tranças ou brincava despreocupada com dois enormes cachorro havia crescido se tornando uma linda e tímida mulher.
— Eu não sei por que ela parece ter perdido sua confiança infantil, talvez por que deje eu seu marido, talvez por que sua mãe já se foi, mas sei que a muito tempo ela se tornou meu mundo e tudo que eu mais quero é ser seu mundo também e que aqueles lindos olhos brilhem só para mim!

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AlynaOnde histórias criam vida. Descubra agora