OI! Estou repostando Aster Furis, pois pela primeira vez ele está passando por revisão. Mas saibam que os capítulos já estão completos e irei postar dois a cada semana (ou mais dependendo do retorno) 🌈
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.Os pingos de chuva batem forte contra a janela, como uma pessoa em fuga desesperada para entrar. Aster as observa escorrerem pelo vidro enquanto traça desenhos com os dedos gordinhos. Sua mãe lhe disse uma vez para não ter vergonha em chorar, pois até mesmo o céu fica triste, e hoje, a aparência cinza dele faz Aster se perguntar o que o deixou assim.
Um coçar de garganta o faz ter um sobressalto. Ele desvia o olhar da janela para frente, onde no lugar da mesa de seu mentor no educandário está a da cerimônia organizada. Aster observa ao seu redor, engolindo seco quando percebe que foi chamado. Os olhares o acompanham, nada discretos, eles queimam sobre sua costa, apesar de o ministro ter chamado mais seis crianças.
— A alma é a nossa vida, sem ela balançamos como plantas apenas seguindo o vento. Nossa alma é o nosso eu. Aquilo por qual sua alma vibra é pelo que você lutará. E hoje você saberá a direção para seu propósito. Como sabem, há sete aspectos da alma — o ministro fala. Suas joias balançam com o movimento de seu braço e os cílios longos quase grudam um no outro quando ele pisca. — Observem.
Ele sobe no pequeno degrau disposto no salão, parando em frente à bacia com água fumegante. O sacerdote espeta o dedo na agulha suspensa por uma reta cinza e, da feita que uma gota cai na água, ele fecha a mão, trazendo-a para perto do corpo. Assim que uma luz amarela surge da bacia, dançando por alguns segundos, os suspiros ecoam seguidos dos aplausos. O ministro sorriu, abrindo os braços, gesticulando para as outras seis bacias sobre o altar improvisado. Ele inspira profundo, parecendo absorver a atenção. Aster rir soprado. Os vistosos sempre foram assim, amantes da atenção.
— Como perceberam, minha alma brilha em amarelo. Um vistoso. Explorador, vibrante e esperto — ele continua enquanto levanta o braço revelando seu pulso onde sua marca da alma brilha em amarelo; um sol com raios espessos e duas luas minguantes circulando quase por completo. — Mas foi apenas uma demonstração para não temerem. Bem... proponho iniciarmos. Subam, por gentileza.
Aster sobe os recentes degraus de ferro junto às outras seis crianças. Ele olha de esgueira para o sacerdote no centro que cantarola chamando o primeiro nome. Arno. O garoto, de olhar caído, suspira conforme estica o braço, sua testa se franze quando ele pressiona o dedo na agulha. A gota de sangue pinga e faíscas rosas surgem.
— Um plácido. Afável, justo e bondoso — o ministro profere.
Os aplausos explodem e o sorriso de Arno cresce junto à vermelhidão de seu rosto. Ele se vira descendo um degrau para mostrar sua marca a todos. Um espiral de vento com raios na ponta. Ele fica em posição de aguardo e o nome da garota ao seu lado é pronunciado. Ela não perde tempo e espeta o dedo. As chamas explodem em vermelho, junto aos aplausos e assobios, ela se vira, levantando seu punho. O ministro profere orgulhoso que ela é uma audaz. Corajosa, forte e persistente. Logo em seguida, a próxima garota espeta o dedo de baixo para cima e a gota rola antes de pingar e luzes laranjas fluírem em zigue-zague. Uma artífice. Criativa, inventora e esperta.
Aster olha para a água borbulhante, imaginando qual chama brotará dela. Ele morde o lábio e o gosto ferroso o faz franzir o nariz. Será que sua mãe se importaria se não brilhasse como ela imaginou? Ele pensa, mas rapidamente o dissolve da mente. Se existe uma pessoa que não ligaria, era ela. Porém, ele se importa. Aster sempre imaginou as chamas brilhando em azul, como um sagaz; sábios, racionais e líderes natos, para eles sempre há grandes oportunidades. Ou até mesmo os sensitivos e audazes, sempre admirados, apesar de que nos últimos tempos ser sensitivo não é tão seguro. Um cutucão no seu ombro o desperta de seus pensamentos.
— Sua vez, Aster. — O ministro diz, olhando de seu lugar.
Aster ajeita a postura encarando a agulha, ele descruza os braços de trás do corpo elevando o direito. O pinicado em seu dedo é tão ligeiro que ele não tem tempo nem de reagir. A gota desce tão lentamente como se não quisesse que ele perdesse seu encontro com a água. As chamas surgem e a respiração de Aster engata. Ele sente o caroço crescer em sua garganta e seu braço arde onde a marca surge. Quatro círculos, do último e menor, sai uma linha como serpente permeando entre eles até atravessar a maior, onde a luz vaza. Os murmúrios voam até seus ouvidos:
— Cuidado com seus bolsos de agora em diante.
— Sendo filho de quem não é surpresa.
— Protejam suas costas.
As vozes se elevam entre risadinhas. O sacerdote coça a garganta alto e as vozes cessam, enquanto os olhares se arregalam pela repreensão velada.
Aster pisca, mirando as chamas verdes que serpenteiam ferozmente na bacia. Ele ergue a cabeça e dá meia volta, encarando as outras crianças.
— Um ávido. Estratégicos, determinados e... ambiciosos. — O ministro anuncia — muito bem, desçam. E agora Akiles, Berlon...
Para ele, a voz do ministro vai se assemelhando a um zumbido enquanto caminha para seu assento. O nó em sua garganta faz seus olhos arderem, mas ele pisca, afastando qualquer água que queira descer. A marca recente já lhe deu muito do que ser apontado, ele não dará de bandeja mais um motivo agora.
Um ávido, assim como sua mãe, a desordeira. Um ávido, assim como todos os traidores.
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Aster Furis: O receptáculo do dragão
FantasyO espírito do dragão nunca erra, é o que dizem, de geração a geração. Mas o que acontece quando um reino desestabilizado pelos maus tempos vê pela primeira vez a tradição quebrar? Quando ao invés do espírito escolher como receptáculo aquela que todo...