Capítulo vinte e três

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Você tem um coração bom, Aster; não se esqueça.



O zumbindo oco no ouvido de Aster o faz ter dificuldade para discernir o que Walter grita de cima de uma pedra enquanto atira flechas nos invasores prateados, os Kadomanis e soldados lutam juntos aos dragões nativos contra os inimigos em comum. Com a invasão repentina eles mais se protegem do que atacam os prateados.

Abruptamente tudo ficou cinza, desde da fumaça que flutua dos pontos em chamas na grama à névoa que desceu irada por findarem sua paz. Como se a cor tivesse sido sugada pela explosão junto ao primeiro toque no chão de um prata. Cinza como os olhos de Aster que franze a testa se arrastando para sair de baixo do Syon não querendo o machucar sabendo que o dragão está vivo.

— Levante! Saia de cima de mim — Aster ordena.

Ele levanta os ombros de forma que o dragão pendule para o lado e então escorregue, levantando-se a contra gosto. Aster põe-se de pé imediatamente e Syon bloqueia seu caminho com sua asa e o garoto o olha irritado.

— O que você esta fazendo? Você quer me ajudar? — ele pergunta e o dragão inclina a cabeça. Aster bufa tentando contornar sua asa, porém o Syon lhe bloqueia novamente — Pare! Saia!

Um estrondo ecoa em seguida e entulhos voam na direção de Aster, mas a asa do dragão lhe protege. Ele espira fundo encolhido pelo susto. Seu olhar levanta cauteloso mirando no dragão que bufa soprando em seu rosto.

— Ok, já entendi. Você esta me ajudando, mas sua ajuda seria mais bem-vinda se você os ajudasse — Aster diz apontando para seus amigos.

O Syon o observa por alguns segundos e logo em seguida espirrar nele fazendo suas antenas roçarem no rosto de Aster, que aproveita para correr assim que o dragão alça voou. Porém, saindo da proteção que o Syon criou, as palavras do general que finalmente se tornam nítidas faz seus pés falharem.

— Vá! Encontre-a logo! — Walter grita — Keyne, arraste-o daqui — ele diz.

Keyne acena para Walter enquanto puxa um drocs por um chicote no pé e Yejin atrás dele atira uma grande pedra bem no centro ajudando na causa da queda e o príncipe se vira para pegar a mão de Fernia ao lado de Alika. Os quatro começam a correr em direção a Aster. Ele dar passos de costa para ter certeza que eles chegaram perto antes de começar a correr junto.

— Parecem haver muitas cavernas e os tesouros devem estar nelas... não temos muito tempo Aster — Alika diz, ela se encolhe com a flecha que passa por suas cabeças.

— Tudo bem, tenho certeza que ela esta por aqui, eu só... só preciso de um pouco de concentração — ele fala tateando sua bolsa na costa — pelo menos a caixa... wow

Ele se interrompe freando o pé na grama e quase caindo. Os outros também param alarmados assim que o grunhido nojento do drocs faz todos eles fecharem os olhos por conta do bafo e saliva que bate contra seus rostos, mas antes que qualquer um deles se movimente para atacá-lo, um rugido agudo ressoa e um Tyrian azul arranca a cabeça da criatura deixando-o cair com um baque no chão. Como se não fosse nada de mais, o Tyrian voa sobre suas cabeça, deixando-os se entreolhando atordoados.

Eles retornam a prosseguir e Aster desvia do corpo, tentando não encostar na gosma que escorrer dele. Pegando a espada caída ao lado da criatura, ele corre e os outros o segue como rebanho por ser o único capaz de enxergar melhor através da névoa e dragões agitados. Os olhos dele brilham em cinza enquanto se desvia do bater de asas abruptos e lacunas no chão, seu peito arder mais que as chamas sob a grama.

Aster Furis: O receptáculo do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora