Capítulo onze

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Um livro peculiar.



O gosto azedo descer pela sua garganta e as linhas dos seus pensamentos se embaralham uma na outra. Aster se pergunta como por todos esses anos ninguém soube dessa tribo?

— Olhem, senão acreditam em mim, podem verificar o livro. O do templo com as histórias verdadeiras. Estou preso há quase nove anos, me levaram para Zabitar, e há menos de um mês voltei para as masmorras. Nem sei o que espera por mim na ilha. Não sei se minha família continua viva, se a tribo está segura, pode até ser que nem restem sobreviventes. Nem tenho muito a perder, ao contrário de vocês. Então sugiro que se forem aceitar o acordo é melhor fazerem logo. — Kinoá fala, voltando a sentar.

— Há nove anos? Você estava aqui quando os pratas atacaram o castelo? — Aster pergunta.

— Isso é impossível! Não podem existir dois receptáculos. — Keyne profere indignado.

— Não se desespere criança, seu amiguinho não é um receptáculo falso...

— Não duvidamos dele. — Jin o interrompe, o vermelho manchando suas bochechas.

O prisioneiro levanta as mãos em zombaria.

— Olhem, o que posso lhes dar de antemão é que estudei em Soluar também. A história sobre tudo é bastante longa, mas basicamente conheci muitas pessoas, imaginei que voltar pedir ajuda seria uma boa ideia. Só estou dizendo isso porque é capaz de alguém contar se perguntarem e não quero que pensem que menti sobre morar na ilha.

— Que pacas? Eles não permitem alunos não identificáveis, e isso significa que eles sabem que existem moradores na ilha. — Aster pergunta exasperado.

Kinoá cerra os olhos em sua direção e Aster aguarda sedento por respostas. Há quase nove anos, na época em que sua mãe foi condenada. Se o prisioneiro estava presente, ele deve saber alguma informação, nem que seja escassa.

— Querem respostas? Aceitem meu acordo — Ele responde.

— Encontraremos o livro e se não houver nada que comprove sua história, não há acordo, mas se houver, vamos voltar aqui dentro dessa semana e você não só vai nos levar a ilha, mas respondera minhas perguntas e será nosso guia para encontrar Ako e minha irmã. — Aster diz, firmemente — esse é meu acordo.

Eles não querem acreditar que Ekolon é um reino que está prendendo pessoas inocentes, ou que está colaborando para algo ruim, mas um puxão no meu peito de Aster lhe diz para dar uma chance ao Kadomani.

— Parece bom para mim. — Ele diz. Sua mão arrasta fracamente o cabelo para trás — a guardas no corredor do leste, é nessa direção que fica o templo. Vocês podem se esconder naquela direção enquanto chamo a atenção deles para mim. — Ele sugere.

Os quatro se entreolham e se eles pudessem conversar mentalmente, Kinoá diria que estão o fazendo agora.

— Acredito que funciona. Ele não vai ganhar nada nos dedurando agora, não é como se fossem soltar ele por isso — Yejin fala.

— Ok, Kinoá. Faça sua parte. — Keyne ordena, caminhando na direção apontada e os demais segue no automático.

Eles se escondem no corredor escuro, enquanto Kinoá faz um barulho que se assemelham com rochas sendo quebradas. Aster pergunta-se se ele está quebrando a parede? Se sua história é real? Se for, se sua mãe o ajudou? Por que ele está preso se é inocente? Por que precisou proteger seu povo? De quem precisou proteger?

Aster Furis: O receptáculo do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora