A curiosidade mata ou gera conhecimento?
Quando voltam para o castelo, suas mentes ainda se encontravam em um turbilhão. Os quatro andaram pelos corredores e campo de treinos com olhares desconfiados. Perguntavam-se internamente quem poderia ser o traidor. Se seriam, talvez, até os líderes de outros reinos. Ou os seus próprios governantes, mas que motivo maior eles encontrariam para destruir seu próprio reino? Aster esfrega seu ombro enquanto caminha pelo corredor dos quartos.
— Aster! — A rainha Gowen o chama, antes que ele entre no quarto. — Estávamos procurando por você. Venha, estamos resolvendo o processo da festividade.
Ele olha para elas conectando o que foi dito. A rainha Kami suspira descendo a mão da cintura fazendo sua manga azul arrastar no chão.
— Ele parece tão cansado Gowen. Esqueça Aster, não há necessidade de ir.
Seus ossos realmente parecem chumbo. Ele pondera enquanto retira com seus pés o calcanhar de dentro do sapato, como sempre faz quando os usa por mais de algumas horas. Aster suspira considerando ser melhor ir para não passar vergonha na festividade. Uma hora ou outra ele terá que saber qual é seu papel. Ele refaz seus passos e Gowen esfrega suavemente sua costa assim que ele se aproxima. A carícia faz Aster se encolher em desconfiança, contudo é rápido em esconder.
— Não se preocupem majestades. Sei que é importante que eu saiba.
— Sendo assim... Vamos lá querido. — Gowen diz, gesticulando para o fim do corredor.
Aster esfrega seus olhos.
— Meu papel não é dançar, certo? Sei que estragarei tudo se for isso.
As rainhas riem do seu nervosismo enquanto descem a escada para a sala de estar. Há dois guardas no fim do corredor que os seguem silenciosamente.
— Bom, dançar não é o seu papel, mas certamente terá que fazer. — Kami fala.
Aster abre a porta da sala e o cheiro de chá revira seu estômago. As rainhas entram por primeiro lhe dando tempo de analisar o ambiente. A rainha Jjimei está admirando uma folha em frente a uma bola branca de luz enquanto o rei Koda e Vuren conversam perto da grande janela. Os demais príncipes e princesas estão na sala, menos Kian.
— Onde Kian está? — ele pergunta a Keyne — Que horror, esse livro é enorme.
Keyne fecha livro, sendo este um diferente do que Aster tinha o visto lendo dois dias atrás. A capa é vinho com raízes marrons, mas não há nome nenhum. Aster se pergunta como o príncipe arranja tempo para ler, sendo que ele faz basicamente a mesma rotina que ele.
— É só o herdeiro que participa da abertura da festividade. — O príncipe explica. — No oeste e sul há só Gally e Yeru. O rei Vuren decidiu que Coan e Lessa podem fazer isso juntos já que são gêmeos. E do nosso é a Kamala, eu vim porque sou o guardião, nossa parte da cerimônia é diferente. Infelizmente meu irmão não tem uma parte — Ele explica.
— Ah, entendo.
Ele varrer o lugar com o olhar, beliscando suas coxas, até que ele se fixe em Kamala conversando com Kyo. Aster vê nesse momento a oportunidade para falar com ela, já que a princesa encontra-se sempre ocupada. Sua garganta começa a se fechar da feita que se levanta para encontrá-la, mas Keyne puxa a barra da sua camisa.
"Deixe-a" ele diz.
"Só quero conversar com ela. Kamala também pode saber de algo" Ele responde, permanecendo em pé.
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Aster Furis: O receptáculo do dragão
FantasíaO espírito do dragão nunca erra, é o que dizem, de geração a geração. Mas o que acontece quando um reino desestabilizado pelos maus tempos vê pela primeira vez a tradição quebrar? Quando ao invés do espírito escolher como receptáculo aquela que todo...