18. MEDO DA VERDADE

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Jungkook e Jimin voltaram pra casa, Jungkook estava muito feliz pelo fato de Seok-Jin ter chegado para ajudar a sua mãe. Mas Jimin não conseguia tirar a tese de Jungkook ser irmão de Taehyung.

— Você tá bem? – Jungkook pergunta chamando a atenção de Jimin.

— Sim. – Jimin afirmou sorrindo. — Eu estou prestando atenção na sua risada.

— Você acha que o Taehyung vai devolver o Hoseok? – Jungkook pergunta voltando ao seu estado normal.

— Não sei. – Jimin diz rápido. — O Taehyung é imprevisível, e ele parece mesmo gostar do Hoseok. – Jimin suspirou pesado.

— E você tem ciúmes? – Jungkook perguntou baixo fazendo Jimin rir de canto.

— Você não precisa saber disso. – Jimin diz estacionando o carro. — Vamos indo.

Eles entraram em casa, Jimin se assustou com o que viu na sua sala, seu pai estava parado em frente a sua mãe.

— Quem deixou você entrar? – Jimin questiona frio.

— Ele chegou, o filho traíra, o refugou de Ha-yun! – Seong-jin soltou irônico. — Eu vim buscar a sua mãe para ela voltar pra casa.

Ha-yun parecia assustada e a paciência de Jimin estava acabando.

— Com toda a educação que eu tenho, vou pedir para que você se retirar da minha casa. – Jimin diz rápido apontando pra porta. — Não é bem-vindo aqui.

— Eu vou quando ela for. – Seong-jin diz pegando no braço de Ha-yun com força.

— Jimin... – Ha-yun o chama choramingando baixo.

— CALA A BOCA! – Seong-jin ordena gritando com ela.

— Ela fica. – Jimin diz calmo, serenamente. — E eu peço que solte o braço dela, agora.

— E se eu não fizer? – Seong-jin diz frio olhando para Jimin. — Você vai fazer o que? Me bater?

— Jungkook... – Jimin olhou para o moreno. — Ligue para a polícia, por favor. – Jimin pede sério.

— Não será necessário. – Seong-jin diz arrumando o terno. — Eu já entendi o recado.

Jimin o acompanhou até a porta e antes dele sair, Jimin segurou o seu braço se aproximando de sua orelha.

— Se voltar a minha casa, vou te dar uma surra tão grande que você não vai se lembrar nem do seu nome. – Jimin sussurrou travando o maxilar. — Tenha uma ótima vida de merda pai. – ele se soltou e foi embora.

— Eu vou subir. – Jungkook diz sentindo o clima na sala pesar.

— O que ele tava fazendo aqui? – Jimin fechou a porta irritado e se virou para a ela.

— Você não o ouviu? – ela secou as lágrimas sentando no sofá. — Ele queria me levar de volta pra casa. Ele acha você uma influência de merda.

— Não acho que ele esteja errado sobre mim. – Jimin diz irônico escorando na parede. — Olha se vai ficar vamos ter que colocar algumas regras.

— Já falei que vou arrumar outro lugar. – Ha-yun diz ríspida. — Você se afastou da família por um motivo, meus problemas são meus.

— Nossos. – Jimin a corrigiu fazendo ela o olhar curioso. — Não deixava ele te tocar quando tinha cinco anos, e isso não mudou. E eu acho que o seu bebê merece ter uma família melhor do que Seong-jin.

— Quer dizer que eu fico aqui? – Ha-yun diz olhando para o filho.

— Sim. – Jimin afirmou. — Só que ele não vai poder voltar a entrar aqui, e nem ver o bebê. Sabe que eu não o suporto e vise versa. – ele diz calmo.

— Não vou me intrometer. – Ha-yun diz levantando. — Eu prometo.

— Ótimo. – Jimin beijou a testa dela. — E o seu jantar maluco?

— Eu sou uma péssima cozinheira. – eles riram juntos. — Eu tenho que pedir desculpas a Jungkook, sobre Jong-in. – O sorriso de Jimin sumiu.

— Eu tenho certeza que ele vai adorar falar com você. – Jimin diz subindo as escadas.

O loiro foi para o quarto, onde Jungkook estava sentado na cama fazendo os trabalhos da faculdade, era uma visão de calma, Jungkook trazia calma pra ele.

— O que ta fazendo? – Jimin diz se aproximando já sabendo da resposta.

— Cálculo. – Jungkook diz em um suspiro. — É pra aula de cálculo.

— Por que você tem aula de cálculo? – Jimin diz rindo beijando o pescoço dele. — É tosco...

— Importante. – Jungkook gemeu de olhos fechados sentindo os lábios de Jimin tocarem seu pescoço.

— Não mais do que isso. – Jimin beijou seus lábios puxado Jungkook para a sua cintura. — Já falei que você é lindo?

— Que papo de apaixonado Jimin. – Jungkook diz rindo dele e o loiro mostrou a língua. — Vou acabar acreditando em você.

— Pode acreditar gatinho. – Jimin beijou o queixo dele. — Quer ajuda com o trabalho?

— Você, bom de cálculo? – Jungkook diz desacreditado.

Jimin faz que não com a cabeça.

— Não me julgue por querer passar um tempo com você. – Jimin diz em tom óbvio.

Eles deitaram de barriga pra baixo na cama, Jimin colocou a cabeça no ombro de Jungkook enquanto o moreno resolvia o trabalho. O loiro não entendia nada de nada que ele escrevia, mas não estava nem aí, só queria passar um tempo daquele jeito.

— Sua infância foi uma merda né? – Jungkook diz quebrando o silêncio gostoso.

— Eu não conheço uma pessoa que teve a infância boa. – Jimin diz em um suspiro para o moreno.

— Mas a sua parece ter sido pior. – Jungkook diz rápido, em tom triste. — O que rolou?

— Meu pai sempre foi um alcoólatra de merda. – Jimin diz sentando na beira da cama. — Ele gostava de bater na gente sem motivos.

— Jimin... – Jungkook diz sentando atrás dele.

— Jong-in sempre foi o mais fraco, desmaiava primeiro, sempre. Mas comigo, ele gostava de brincar de esconde-esconde, se ele me achasse a surra seria pior. – Jimin engoliu em seco. — Quando ele não me achava, batia na minha mãe, na maioria das vezes eu entrava na frente e apanhava por ela. Dois anos vivendo essa vida de merda, até ela fazer as nossas malas e fugir com a gente de madrugada. Eu passei por muita necessidade sabe Jungkook? Fome, frio. Por isso hoje eu quero ter tudo do bom e do melhor e dar para a minha mãe tudo do bom e do melhor.

— Eu não sabia. – Jungkook sentiu o rosto molhar.

Jimin tirou a blusa deixando Jungkook ver várias cicatrizes em suas costas, ele achava que eram cicatrizes de sexo, já que Jimin gostava de sexo violento, mas não, eram cicatrizes de surra, surras essas dadas pelo pai.

— Sinto muito. – Jungkook engoliu em seco passando as mãos em cima das cicatrizes.

— Ele sempre achava a gente, não importa quantas vezes tentássemos fugir, ele sempre achava. – Jimin diz baixo

— Sinto muito. – Jungkook não se conteve e abraçou ele por trás, chorando baixo. — Ele não merece você... Ninguém merece. Sinto muito. – Jimin sorriu pelo gesto. — Você é perfeito demais para pessoas tão podres como o seu pai.

Jimin puxou ele para o seu colo e enxugou as suas lágrimas com as mãos.

— Está tudo bem. – Jimin sorriu. — Eu já superei Jungkook. Eu 'tô bem, viu? – ele sorriu e Jungkook o abraçou novamente. — Tudo bem.

Perfeito Pra Mim | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora