A brisa leve e morna balançava de forma fraca a grama e as belas e delicadas flores do jardim que ficava na mansão da Corte Primaveril. O aroma doce de flores impregnava todo o ambiente, assim como o canto fraco dos passarinhos tomavam conta da audição de quem passava.
O Sol começava a baixar, deixando que seus raios mais fracos se espalhassem lindamente pela natureza.
Pandora se virou em direção ao Sol, deixando que ele refletisse sua luz em seus lindos e encantadores olhos amendoados. Ela sorriu. Aquele era um dos seus lugares favoritos.
Seu vestido marfim, esvoaçava com o vento, e seus longos cabelos escuros e cacheados eram bagunçados pelo mesmo.
Ela se agachou um pouco, quase inaudivelmente, próxima a uma bela roseira, que a alguns anos atrás, não era tão bela assim. Ela soltou uma risada fraca, colocando uma mecha de cabelo para trás de sua orelha. Sua orelha redonda, que escondia um segredo, que acobertava uma mentira de algo que ela jamais conseguiria revelar.
— Prim - ela chamou, sua voz doce, como sempre era — Onde você está, flor? - perguntou, encarando um pouco a roseira, mesmo que já soubesse a resposta
Ela quase soltou uma risada mais alta quando ouviu as risadinhas baixas da filha que mal tinha completado um ano, a herdeira da Corte Primaveril.
Pandora ficou em completo silêncio, e se abaixou completamente, se movendo até o final da roseira, onde finalmente conseguiu virar o rosto e encarar a pequena fêmea de cabelos loiros, com cachinhos iguais aos dela.
Primrose encarava a roseira, sentada no chão, com as mãos apoiadas na grama, achando que Pandora ainda estava atrás das flores.— Te encontrei! - Pandora disse, ao lado dela, para brincar com a mesma. A criança virou o rosto rapidamente, arregalando os lindos olhos verdes em surpresa. Ela se virou um pouco novamente, e tentou usar suas mãozinhas para se apoiar e se levantar para correr para longe — Vai se esconder de mim novamente, flor?
Primrose finalmente conseguiu se levantar sozinha, e deu alguns passos para longe, enquanto sorria com a pergunta. Antes que ela conseguisse ir para muito longe, Pandora a pegou no colo, rindo enquanto olhava o vestido completamente sujo de terra que a pequena usava.
— Vai precisar de outro banho, Primrose - ela fingiu estar irritada, enquanto fazia cosquinhas na barriga da criança. A bebê gargalhou e começou a se debater nos braços de Pandora. A fêmea finalmente parou, e beijou a bochecha da filha, e depois a outra
— Mama - ela chamou Pandora, e a mesma sorriu, sentindo seu coração esquentar. Primrose puxou um pouco o seu rosto, fazendo o mesmo que ela havia feito, colocando um beijo em cada bochecha dela
Pandora juntou suas testas, conseguindo olhar seus olhos verdes com mais atenção. Os olhos de Tamlin. Os olhos que ela havia conhecido pela primeira vez no meio da floresta, enquanto ela corria desesperadamente, porque foi tudo o que ela conseguiu fazer naquele dia terrível.
Mas, algo nos olhos de Primrose, lembravam os de Pandora. A gentileza que eles carregavam, a bondade e curiosidade que faziam eles brilharem.
Pandora sentiu os dedos pequenos de Primrose puxarem algo, o colar de seu pescoço. Mais especificamente a pedra que ele carregava. A pedra que ela jamais saberia dizer se um dia seria usada novamente. A pedra que havia selado sua vida antiga naquele dia, uma vida que ninguém conhecia, nem mesmo Tamlin.
Mas, aquela era sua nova vida, e ela não queria que nada a atrapalhasse.
Ela segurou a mão da filha, que havia se fechado envolta da pedra.
Ela não podia deixar que nada acabasse com a felicidade que ela havia finalmente achado para si mesma, não podia.
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Corte de Labirintos de Rosas e Estrelas
Fantasy"Eu estava em um jardim que mais parecia um labirinto, o mesmo era coberto de espinhos. Vi na minha frente uma jovem, ela estava de costas e usava um vestido claro e longo. Seus cabelos loiros que não saiam de meu pensamento estavam soltos. Então e...