𝗕𝗔𝗗 𝗪𝗔𝗬, Vinnie Hacker (HIATUS)

XI. Teoria do Caos.

- Annabeth Wood -
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Três e meia da manhã em ponto foi o horário que o meu despertador tocou. Dei um pinote na cama e o desliguei o mais rápido possível, pois tudo o que eu menos queria naquele momento era alguém me perguntando o por que eu estava acordando naquele horário.

Em geral, eu não era aquele tipo de avó que acorda cinco da manhã até nos fins de semana pelo costume, mas juro que já estava ficando acostumada a acordar naquele horário.

Me levantei da cama o mais rápido possível e acendi as luzes do quarto, pegando a mochila debaixo da cama e verificando se tudo estava lá. Lanterna, fósforo, pacote com os bolinhos e garrafas com suco, livros e CD's com música, roupa reserva e apenas aquilo. Tinha combinado com Vincent que quem iria levar os cobertores era ele, mas mesmo assim eu peguei um cobertor e um travesseiro só por precaução.

Vesti o moletom e penteei o meu cabelo bem rápido, passando apenas um corretivo em baixo das olheiras que se formaram.

Abri a porta da janela da varanda e ali estava eu, saindo de casa escondido novamente. Me joguei no arbusto e sai correndo sem olhar para trás o mais rápido possível.

Nos últimos dias, Christian tem enchido o meu saco pelo simples fato de "eu sei que você está saindo com alguém escondido.", palavras que saíram de sua boca. Inclusive, quem ele achava que era para me acusar de irresponsável e não usar camisinha?

- Caralho, você vai me fazer perder aula durante dois dias na semana Annabeth? - o loiro indagou irônico assim que eu me aproximei.

- Se quiser, podem ser três - abri um leve sorriso e adentrei o carro sem esperá-lo jogando as coisas no banco de trás.

Vincent colocou para tocar At First Light do Gavin Luke em volume baixo no carro e eu imediatamente olhei para ele. Aquilo era tão...

- Eu não sabia que você escutava músicas de piano - comentei e cocei a cutícula da unha.

- Eu ouço quando estou pintando. É bem mais fácil de sentir o que você está fazendo - disse fechando o vidro do carro ao sentir as gotas de água despencarem do céu opaco.

Não falei mais nada, apenas liguei o aquecedor e ouvi a mistura do piano com a chuva que caía do céu ao lado de fora do carro. Era tudo como uma bolha, onde apenas eu e ele estávamos dentro, desfrutando a nossa própria companhia sem se importar com mais nada. Era pacífico e ao seguir o endereço do estabelecimento, as árvores se tornavam maiores e densas deixando tudo ainda mais harmonioso.

Os pelos de todo o meu corpo se levantaram ao sentir os dedos mornos do garoto ao meu lado se misturarem com a minha derme gélida que deixava o meu corpo mais inflexível. Era um toque tão suave e afetuoso mesmo com os olhares na estrada à nossa frente. O som do piano acompanhava as batidas do meu coração, mesmo que a minha mente estivesse apenas na pele morna que aquecia a minha.

☁️ quebra de tempo !

- Você vai cair - Vincent afirmou confiante cruzando os braços. Pode até ser que eu caísse, mas pelo menos eu cairia como uma mulher corajosa.

Bom, escalar um muro para entrar numa casa de teatro abandonada não era para qualquer um.

Joguei os travesseiros do outro lado e pulei o muro, esperando Vincent para que pudéssemos cometer um crime. Assim que ele caiu, soltou um gritinho e eu ri alto, questionando se ele não era um homem corajoso. Bom, de acordo com ele era apenas má sorte.