XV. Jane e Florencia.

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- Annabeth Wood -
point of view

Preciso dizer que hora eram? Sim, eram quatro e meia da manhã, e é óbvio que seria chato ter que mencionar onde eu estava indo. Mas eu estava indo pela primeira vez para a casa de Vinnie, e de acordo com ele todos só acordavam às dez horas então nós teríamos tempo o suficiente para aproveitar cada momento.

Na noite anterior eu havia pedido para meu pai para usar o carro dele na manhã seguinte e o mais velho deixou sem demora. Talvez ele tivesse percebido que o motivo para eu ter faltado aula tem me deixado bem mais feliz e aí sim ele se tocou que sem ver Vinnie eu estava infeliz.

Assim que estacionei o veículo na frente da casa de Vincent, pude perceber o quão rico ele era. Certo, aquilo não era uma casa, era uma mansão. A arquitetura era impecável e passava uma vibe mais antiga.

A casa tinha dois andares e duas pilastras grossas de encontravam na frente. As janelas iam do chão ao teto e toda a casa era revestida de tons beges ou pretos.

- Gatinha!

O loiro sussurrou para mim na varanda de seu quarto antes que eu pudesse tocar a campainha. Ah, mas ele não queria que eu subisse aquilo ali não né?

- Sobe! - jogou um lençol e eu franzi o cenho arregalando os olhos em seguida.

No interior haviam algumas aulas de escalada ou viagens para lugares onde você obrigatoriamente tinha que saber escalar ou fazer qualquer tipo de atividade física. Normalmente ficavam em alguns acampamentos que as crianças faziam nas férias de verão. Minha mãe sempre insistia para que eu fosse, e é claro que eu obedecia, mas se passavam dois dias e eu já estava de volta em casa pelo simples fato de que eu já estava completamente aleijada. Arranhões e machucados gigantescos nos cotovelos, nos joelhos, no queixo e em qualquer outro lugar onde eu poderia me apoiar.

Eu não podia gritar dali de baixo e sabia que se ousasse em fazer aquilo provavelmente algum adulto acordaria e sairia para ver quem era. Eu não podia ser vista, mas provavelmente algum vizinho que ficava por ali já deveria ter me avistado mesmo que de longe.

Segurei o lençol firmemente e me certifiquei de limpar o tênis antes de coloca-los nas aparentemente recém-pintadas paredes bejes da casa dele. Pulei a janela e fui surpreendida quando senti os fortes braços do loiro rodearem a minha cintura de forma resistente para que eu não caísse.

Assim que levantei o rosto pude ver os orbes cor de caramelo me olharem calmamente e logo a força que pressionava a minha cintura ser desfeita e transformada num abraço reconfortante. Rodeei meus braços no pescoço do loiro e logo ele fechou a janela, impedindo o frio de entrar e me levando para sua cama.

- Sei que te convidei para te mostrar as minhas pinturas, gatinha, mas eu estou morrendo de sono... - sussurrou contra os meus ouvidos antes de subir em cima de mim.

Os cachos loiros despencaram do seu coque e caíram sobre sua face, me fazendo coloca-los atrás da orelha dele e subir meu rosto para cima cada vez mais, procurando por contato entre nossos lábios. Poxa, estava de manhã. Eu queria um beijo de bom dia.

- Hum - murmurei quase contra os lábios do loiro sonolenta assim como ele. - , podemos, mas só se você me der um beijinho.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa o menino soltou uma risadinha e logo selou nossos lábios devagar, me beijando com ternura. Ambos estávamos com sono e sem vontade de fazer nada naquele momento mas sabiamos que nenhum de nós iria esperar mais para poder nos sentir. Estávamos viciados um no outro e tínhamos a consciência daquilo. De que os nosso únicos momentos felizes era quando estávamos juntos.

𝗕𝗔𝗗 𝗪𝗔𝗬, Vinnie Hacker (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora