XII. Eu vou com você.

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- Annabeth Wood -
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Depois daquele dia eu não olhei mais na cara do meu irmão. Se passaram mais ou menos duas semanas e eu e Vinnie só saíamos após o colégio e se víamos normalmente no bar quando eu estava no meu expediente de trabalho.

Foi uma semana tenebrosa para mim e que me deixou super para baixo a cada dia que se passava, já que ter que almoçar sem olhar nos olhos dele e tentar arranjar os horários certos para não esbarrar com ele pela casa era uma das coisas mais desconfortáveis do mundo.

Aquela situação me desencadeou diversos gatilhos sobre quando meus avós brigavam na minha infância. Foi uma das piores fases da minha vida onde eu mais me sentia sozinha. Eu estava me sentindo daquele jeito.

Era como vivenciar o inferno em todas as madrugadas após Vincent desligar o telefone para que pudesse ir dormir, até por que eu nem podia mais sair já que o fofoqueiro do Christian havia contado para o meu pai que eu estava faltando as aulas.

- É o seguinte gatinha. - Vincent ordenou autoritário depositando o seu celular em cima do balcão do bar e se sentando na banqueta logo em seguida.

Ergui uma sobrancelha e soltei um "Hum" em resposta.

Eu já sabia o que ele iria dizer e tinha certeza de que eu não estava nem um pouco no clima de ouvir sermões ou dicas para eu dormir mais rápido e parar de chorar. Elas normalmente não me ajudavam, na verdade nunca me ajudaram.

Durante a infância a minha mãe sempre me mostrou que não importa o que ela fizesse ou o que ela dissesse, nada iria mudar o fato de a minha família estar totalmente arruinada. (Exceto sorvete de menta com chocolate).

- Antes eu vou querer uma coca bem gelada com gelo e uma rodela de limão. - pediu e eu logo saí para entregar o seu pedido. Logo, logo o meu expediente de trabalho acabaria e eu não queria me atrasar para voltar para casa, já que eu provavelmente levaria uma bronca. - Bom - prosseguiu. -, amanhã, depois do seu expediente de trabalho a gente pode ir para a minha casa.

- Não vai dar Vincent. Meu pai não se descola de mim desde a semana retrasada - disse cabisbaixa. Nem mesmo a festa que teve no último fim de semana eu pude ir.

- E quem disse que você obedece ele? Inclusive, você nem tá falando com a sua mãe, né? - ele franziu o cenho.

- A gente se fala às vezes. Na verdade nessas férias de verão agora eu vou para lá - comentei secando algumas louças para finalizar o quanto antes o expediente. A loja já estava fechada, então mais ninguém iria entrar.

- E se eu fosse com você? - ele sugeriu de repente e eu não pude deixar de soltar uma risada.

- Você está realmente com saudade de sair comigo. Mas não dá... eu não sei se isso é uma boa ideia.

- É só você dizer que eu sou seu amigo e não tenho onde passar as férias. A gente precisa fazer algo, que, gatinha, já tem dias que você não sai.

Larguei o pano de prato no balcão e apoiei minhas mãos no mesmo, fechando os olhos e suspirando logo em seguida. Seria bom se eu conseguisse sair de casa com Vincent mais uma vez, iria ser divertido. Mas de uma coisa eu tenho certeza, Christian faria de tudo para que ele não fosse.

Apesar de que o moreno não poderia me impedir. Talvez até mesmo meu pai quisesse.

- Tá. - cedi. - Mas primeiro eu vou conversar com a minha mãe e aí a gente vê. Você está muito grudado em mim, o que foi?

- Sair com você não é tão legal como sair com as outras pessoas.

☁️ quebra de tempo !

O telefone chamava pela ligação enquanto eu arrumava a minha estante de livros que por sinal estava uma bagunça. Desde que eu havia chegado não havia tocado em quase livro nenhum, no máximo em algumas noites sem sono. Talvez a cidade grande estivesse mexendo comigo realmente.

Ou talvez fosse outra coisa que ocupava as minhas madrugadas.

- Oi amor - ouvi a voz feminina do outro lado da linha e logo peguei o celular pondo no ouvido novamente. Era meio desesperador conversar com ela em voz alta. Nunca se sabe o que minha mãe pode falar.

- Oi mãe - disse me sentando na borda da cama. - Como você está?

- Bem, querida. E você? Com o seu pai e a Bárbara?

- Tá tudo bem... - disse e respirei fundo. - Então... eu vou para aí essas férias agora e eu queria saber se tem como eu levar um amigo comigo.

- Um amigo?

- É. Tem problema por você? - fitei o chão nervosa. Sendo bem sincera eu nunca gostei de convidar muito os meus amigos para fazer algo com a minha mãe, já que na maioria das vezes ela nunca se dava bem com nenhum. Aquilo meio que atrapalhava a chance de alguma amiga ir para a minha casa.

- Ah, não amor. Mas eu realmente espero que ele seja educado porque você sabe que eu não gosto de adolescente chato - ela resmungou e por um milésimo algumas lembranças passaram pela minha mente.

- Ele é legal. Eu prometo.

- Certo. Te vejo depois então.

- Tá.

- Te amo.

- Te amo.

E assim a ligação foi encerrada. Encarei o eletrônico em minhas mãos e logo suspirei sabendo que aquilo daria uma bela discussão e olhares ameaçadores de Christian pela casa.

 Encarei o eletrônico em minhas mãos e logo suspirei sabendo que aquilo daria uma bela discussão e olhares ameaçadores de Christian pela casa

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915 palavras
22/07/2022

𝗕𝗔𝗗 𝗪𝗔𝗬, Vinnie Hacker (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora