CAPÍTULO 05

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LUCY GONZALEZ

Eu gostava do Brian. Ele era um bom colega de trabalho, fazia bem o dever dele, me auxiliava quando precisava e, tirando as vezes em que ele sumia do nada, parecia um bom rapaz. O problema é que ele estava ficando mais próximo do Dom e da galera e isso estava o afastando de mim. Tirando o Brian, todos os meus amigos estavam atrelados ao Dominic, o que fez eu me afastar de todos. Sendo assim, eu estava feliz de estar me relacionando com alguém que não tenha nada a ver com ele. Minha avó dizia que as coisas estavam, finalmente, começando a andar.

— Tem certeza que não vem almoçar na casa da Dotty comigo? — vovó insiste — Vai ser legal, minha filha.

Ah, sim! É maravilhoso ver um bando de velhas reunidas e falando sobre homens enquanto bebem conhaque e debatem vez ou outra sobre a missa do dia. Não, obrigada.

— Pode ir, vovó. — murmuro — Eu vou ver se como alguma coisa por aqui.

— Não sei o que eu faço com você, menina. — suspira ao beijar minha testa — Por favor, se comporte.

— Sim, senhora.

Minha avó saiu de casa com um perfume doce que deixava rastro por onde ela passava e deixava meu estômago embrulhado. Eu tomei banho, lavei o cabelo, vesti uma saia jeans, blusa de alças, calcei os tênis e amarrei uma bandana branca nos cabelos. Decidi não ficar em casa em pleno domingo. Brian disse que eu podia ligar sempre que quisesse, então essa é a hora.

Liguei uma, duas, quatro vezes e nada. Ele não me atendeu. Bufei irritada e saí de casa, olhando para o outro lado da rua, mais embaixo. Os carros estavam parados ali, o pessoal estava descendo com as sacolas do mercado. Brian estava com eles e, como se tivesse um pressentimento, olhou direto na minha direção.

— Eu devia saber. — resmungo sentindo meus olhos enchendo de lágrimas — Como eu sou idiota. — bufo caminhando apressada até meu carro

É claro que ele iria se bandear para o lado do Dom. Ninguém resiste a ele. Eu pensei que ele era meu amigo, mas ele escolheu não ser. Escolheu o Dom, porque ele é muito mais legal do que uma garota ranzinza na cola dele. E estar sob a proteção de Dominic é significativamente mais vantajoso pra ele.

— Lucy! — o ouvi me gritar

Entrei no meu carro e dei ré, saindo da entrada da minha garagem, mas precisei frear com desespero quando Brian se jogou em cima do meu capô.

— Eu vou passar por cima. — rosno

— Qual é, desce aí! — acena

— Vá ficar com os seus novos amigos! — grito de volta

— Você sabe que é bem vinda, Lucy. — insiste — Não se faz de difícil!

Piso no acelerador, fazendo o motor roncar e o carro tremer.

— Você não me assusta! — ele mantém os olhos nos meus

Respiro fundo.

Seria tão mais fácil se todos soubessem a verdade... mas nem eu sei toda a verdade. Só sei que o Dominic é um hipócrita precipitado e eu sou a única que sabe disso. Tem sido solitário pra mim.

Jogo o carro no canto da rua e desço do mesmo.

— Isso. Vem comigo. — Brian sorri me estendendo a mão

— Eu vou te dizer o que vai acontecer. — o encaro séria — Eu vou chegar lá, o clima vai ficar estranho. Aí o Dominic vai ficar sem graça e provavelmente falar alguma coisa que vai me fazer levantar daquela mesa e sair. Isso tudo em cinco minutos.

Redenção - Jakob TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora