CAPÍTULO 49

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BRIAN O'CONNER

Suspirei e cruzei os braços na frente do corpo. Eu estava atento a tudo ao nosso redor, embora meus olhos não conseguissem desfocar da imagem da Lucy. Ela estava muito mal.

— Aí, na boa, ela não parece bem não. — Roman murmurou ao meu lado

— É claro que ela não está bem, sua anta. — Tej rebateu

— Eu tô falando sério, Tej. — Roman continuou, se mostrando verdadeiramente preocupado — Estamos falando de uma mãe de três filhos. Se ela não botar a cabeça pra funcionar logo, essas coisas ruins vão possuir ela.

— Rome tem razão. — murmuro — Ela vai precisar de ajuda. Podemos contar com vocês? — eu encaro os dois

— E quando é que não puderam? — Tej me olha — É o que nós fazemos, somos uma família.

— Correr ou morrer. — Roman murmura — Eu espero mesmo que morrer não seja necessário.

Com as mãos nos bolsos eu me aproximei da Luz assim que o médico cirurgião reapareceu no corredor. Ela se agitou ao vê-lo e parou de roer as unhas, o encarando.

— Senhora Toretto, foi um procedimento difícil e bem delicado. — ele explica — Uma bala estava alojada na cintura dele, uma segunda passou bem perto dos rins. O problema maior foi o terceiro projétil. Ele entrou pelo peito esquerdo e saiu do outro lado, nas costas.

— Mas ele está bem, não está? — a voz dela vacilou — Quer dizer, está vivo e vai acordar em breve, não é?

— Ainda é cedo pra dizer que ele está fora de perigo. — o médico responde pacientemente — Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, ele teve duas paradas cardíacas durante o procedimento, nós precisamos reanimá-lo. Ele quase nos deixou.

Todos ficam em silêncio, chocados demais com a informação.

— Não, ele não. — ela negou, ainda em choque — Ele não me deixaria. Ele prometeu pra mim.

— E ele está lutando para cumprir essa promessa. — o médico a olha nos olhos — Mas está custando muito pra ele.

Os olhos da Lucy estavam brilhantes feito duas bolinhas de gude, mas não era um brilho satisfatório de ver. Estava brilhando por causa das lágrimas que começaram a cair sem parar.
Lucy, Dom e eu fomos os primeiros a chegar no hospital. Jakob estava desacordado, tinha um rabecão e perícia na casa dela fotografando o cadáver da Leda. Verônica Garcia pegou as três crianças da Lu, colocou dentro de uma van blindada, jogou meus filhos, minha esposa e o pequeno Brian dentro e fugiu. Ainda não sei pra onde, mas ela prometeu que dará notícias em breve, assim como nós. E então Roman e Tej apareceram, assim como Letty. Estávamos todos ainda muito confusos com tudo o que estava acontecendo.

— Ele vai sair dessa. — eu a abracei de lado — Lu, vai dar tudo certo.

Ela me olhou e, por alguns segundos, eu pude ouvir meu coração quebrando em milhares de pedacinhos. Ela me olhou de um jeito que eu nunca havia visto na vida, estava perdida, com dor, afundando em sofrimento. Havia acabado de perder a avó, a única mãe que ela conheceu em toda a sua vida. E agora estava prestes a perder o homem que ela amava. O homem que ela esperou vinte anos pra ter de novo.

Eu queria que ela se sentasse em uma das cadeiras do corredor, mas duas enfermeiras apareceram correndo, chamando pelo médico. Lucy arregalou os olhos ao reconhecê-las. Elas estavam na equipe que operou o Jakob.

— Outra parada cardíaca. — uma delas diz apressada — Estamos perdendo ele, o eletrochoque não está funcionando.

Os três saíram correndo e eu não consegui segurar a Lucy. Ela correu atrás deles e eu corri atrás dela, com direito a Roman e Tej correndo atrás de mim. Letty e Dom estavam no outro corredor da UTI, Dom abaixado no chão e Letty ao seu lado tentando consolar o marido.

Redenção - Jakob TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora