LUCY GONZALEZ
Os últimos dois dias foram de aflição, com direito a corrida de Letty e Dom e encontro entre Hobbs, Owen e Dominic. Eu fiquei na base, monitorando de longe e pensando se Brian estaria bem. O prazo dele já está acabando, ele já deveria ter dado um sinal de vida.
— Esse não é o motor original. — comento encarando o capô aberto do Mustang Shelby 1967 que Tej me deu
— Como é que você sabe tanto de carros, hein, meu anjo? — Tej pergunta parado ao meu lado
— Eu tive um bom professor. — sorri fechando o capô — E confesso que peguei um pouco da paixão dele pela Ford. Ele tinha um Mustang Shelby também, mas era diferente desse aqui. Ele me deu um Camaro branco.
— E onde está esse Camaro?
— O tempo o apagou. — suspiro — Mas eu ainda mantenho o motor.
— Sabe, se você quiser, eu posso dar um jeito de salvar o motor e construir do zero a lataria.
— Seria ótimo, Tej, mas eu não estava no Rio com vocês. — digo rindo — Eu não tô com onze milhões no bolso.
— Brian não te deu a senha ainda? — ele franze o cenho
— Senha de quê? — eu também franzo o cenho
Ficamos os dois nos encarando e eu o vejo ficar sem graça. Ele desvia o olhar, mudando de assunto.
— Sabe, eu tenho uma oficina. — diz olhando pro carro — Um lugar onde você pode ir sem ser roubado. Cuidar do teu carango vai ser um prazer.
— Mesmo que você seja legal e tenha um preço bacana, eu não posso pagar.
— Então eu faço de graça.
— Já foi estranho o suficiente você me dar um carro como esse, agora quer restaurar meu Camaro de graça? — o encaro — Eu agradeço, mas não. E, além do mais, ninguém nunca mexeu nele. Só eu e quem me deu.
— É especial, né? — me olha — Saquei.
— Sabe, Tej, eu juro que você é meu favorito por aqui.
— Não diz isso muito alto, porque o Roman é bem ciumento.
— Eu já percebi. — murmuro — Não espalha, mas eu até gosto dele também. — digo baixo — Só não estou acostumada a ficar de bom humor.
— Você é durona. — ele apóia o quadril no meu capô — Brian falou um pouco de você, no Rio.
— Falou? — franzo o cenho — Falou o que?
— Que você é leal, forte. — dá de ombros — E que apesar da casca grossa e jeito assustador, é zelosa e cuida dos outros.
Respiro fundo, desviando o olhar. Fico comovida com a forma como ele fala. Não é como se eu desse brecha para que as pessoas digam coisas boas de mim. Eu me fechei há muito tempo e acabei ficando assim, mais distante. Mas como o Buddy costumava dizer, os brutos também amam. E amam intensa e verdadeiramente.
— Quanto ele te pagou pra você limpar a barra dele comigo? — o olho de novo
— Não muito. — ele sorri
O elevador da base abre e Hobbs e Dominic saem de dentro dele. Os dois marcham em nossa direção e eu suspiro, recuperando a pose.
— Tej, vê pra mim o que consegue com aquele rastreador que eu te falei. — Luke diz
— Você que manda. — ele diz indo até sua mesa
Os dois carecas se aproximam de mim e me encaram.
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Redenção - Jakob Toretto
FanfictionO leste de Los Angeles é um lugar difícil para se crescer sozinho, por isso o destino uniu os caminhos daqueles que queriam sobreviver, fazendo deles uma grande família. Após a grande tragédia que tirou a vida do patriarca da família Toretto, eles t...