CAPÍTULO 10

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LUCY GONZALEZ

Respirei fundo, enquanto estava apoiada no Charger de Dom. A rua estava silenciosa, já era madrugada e nós dois estávamos em um silêncio confortável, mas eu já estava de saco cheio.

— Tá legal, então a gente só vai ficar aqui esperando aqueles dois terminarem? — encaro Dom

— Eles precisam disso.

— Sim, precisam se entender e se perdoar, mas a gente sabe muito bem o que eles estão fazendo lá dentro. — aponto por cima do ombro para a casa atrás de mim — Acho que já...

— Lu. — ele me interrompe ao me olhar — Cala a boca.

— Não me mande calar a boca. — franzo o cenho — Não é como se a gente tivesse tempo pra isso agora.

— Você é muito implicante, coisinha. — estreita os olhos na minha direção

Voltamos ao silêncio, dessa vez com direito aos meus dedos tamborilando na lataria do carro.

— Ei. — ouço a voz de Mia

Ela se aproxima de nós enquanto arruma o casaco que veste. Ela está sem jeito, deixando ainda mais evidente o que estava fazendo na cozinha.

— Como me despeço do meu único irmão? — Mia o encara triste

Eu reviro os olhos o mais discretamente possível.

— Eu volto. — Dom promete

Os dois se abraçam apertado e Mia libera algumas lágrimas discretas. Quando eles se soltam, ela me encara.

— O que eu digo pra Leda, quando ela acordar e se der conta de que você se enfiou numa enrascada com meu irmão? — me olha

Eu acabo sorrindo fraco.

— Só tente não deixá-la enlouquecer você.

Mia suspira e me abraça apertado. Eu beijo sua bochecha.

— Cuida deles, tá? — murmura — Não os deixe fazer nada de imprudente.

— Tá pedindo isso pra pessoa errada. — murmuro de volta, fazendo-a sorrir

Eu respiro fundo desfazendo o abraço e então Dominic e eu entramos no Charger. Brian e Mia se despedem com um beijo e ele logo entra em seu WRX STI horroroso. Deixando a caçula para trás, nós saímos dali, Brian nos seguindo.

Eu encaro o crucifixo de Dom balançando no retrovisor e fecho os olhos, sentindo o vento da madrugada contra meu rosto.

— Eu sabia que você ia se sentir melhor. — Jakob sorri dirigindo — Dirigir sempre melhora as coisas.

— Você sempre sabe como fazer eu me sentir bem. — digo sentindo o vento bagunçar meus cabelos

— Acho que é um dom. — ele comenta prestando atenção na estrada e acelerando mais — Eu sinto você, você me sente.

— Tomara que a gente nunca perca isso. — eu o olho — É nossa conexão especial.

— É.

Eu me inclino em sua direção e deixo um beijo em sua bochecha, para logo depois me deitar em seu ombro e me aninhar em seu braço. Jakob sorri. O rádio tocando Roxette, o vento entrando e saindo do carro, só nós dois e a estrada.

Noites quentes de verão, meio de julho, quando Jakob e eu éramos eternos selvagens. Os dias loucos, as luzes da cidade, a maneira como brincávamos feito crianças, mas nos amávamos com a devoção que os melhores amantes tinham.

Redenção - Jakob TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora