CAPÍTULO 06

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ANOS DEPOIS…

Los Angeles, 2009

LUCY GONZALEZ

Encarei a lápide fria e deixei um ramo de rosas amarelas próximo à ela. Eu não me arrependo de ter aceitado a proposta do Tanner. Era ser o que eu sou hoje ou fazer minha avó me visitar na cadeia nos últimos anos e, bom, digamos que eu já esgotei minha cota de desgostos com minha velha. Eu a desapontei quando me envolvi com o Jake, a desapontei quando engravidei e segui com o desapontamento quando me permiti ficar deprimida por anos, deixando de lado o futuro prometido de faculdade e segurança para sua aposentadoria.

No entanto, o que me dói daquela época, é ter perdido coisas importantes como a morte de Jesse. Ele era um dos meus melhores amigos. Era uma das melhores pessoas que cercavam Dominic. É como eu sempre disse, bons corações sempre saem quebrados quando ficam perto do Dom. Ou no caso do Jesse, param de vez.

— Eu sinto muito. — ouço Brian dizer e sinto seus passos se aproximando de mim

— Você está oito anos atrasado. — murmuro

— É que só agora eu percebi que nunca te disse isso. — o ouço suspirar quando ele para ao meu lado — E Jesse significava muito pra você também.

Suspiro.

— Tanner me jogou no acampamento de super agentes dele e não me deu nem a chance de me despedir.

— Ele não queria correr o risco de você contar que eu era da polícia.

— É. — murmuro — Eu precisei escolher entre eles e eu.

Ficamos em silêncio por um tempo, a brisa fria do cemitério de Los Angeles batendo contra nossos rostos e o barulho das folhas voando próximo ao chão. Brian é um bom homem, só parece meio perdido.

— Você já pensou sobre o lance da Letty? — pergunta pela milésima vez naquela semana

— Aquele lance que envolve ela de x-nove em um dos maiores cartéis do México? — ironizo — Aquele mesmo lance que eu neguei quarenta vezes essa semana?

— Eu não pedi quarenta vezes.

— Pediu sim. — o olho

— Pedi nada. — franze o cenho — Talvez trinta e nove.

— Foram quarenta. — ergo uma sobrancelha — E com essa de agora, quarenta e um.

— Qual é?! — insiste — Por favor.

— Eu disse que não, O'Conner. — endereço a voz — Eu não vou colocar a Letícia nisso.

— É escolha dela. — me encara — Foi ela quem pediu.

— Não! — digo mais firme — Eu sou a sua superiora. — jogo a carta da patente — Se eu disse não, então é não.

— Ah. — resmunga passando a mão pelos cabelos — Como é que justo você virou minha superiora, hein?

— Deve ser por eu ser melhor que você. — suspiro e me viro, caminhando pra longe da lápide do Jesse — E também porque eu nunca dei meu carro pra um fugitivo.

— Isso é jogo sujo. — ele diz tentando me alcançar

— Não é não. — me aproximo do meu carro

— Eu pensei que você não ligasse pro que acontecia com os Toretto. — para com as mãos na cintura

— Não, eu disse que não ligo pro Dominic. — o corrijo abrindo a porta do meu carro — Letty e Mia são importantes pra mim.

Redenção - Jakob TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora