CAPÍTULO 02

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JAKOB TORETTO

— Aqui você troca o óleo. — ensino — Tem que prestar atenção sempre.

— Ok. — Lucy passa o pulso na testa, secando o suor — Entendi.

Desde que ganhou o carro, Lucinda vem aqui em casa todo dia depois da escola pra aprender sobre mecânica, enquanto sua avó está no trabalho. Às vezes ela mata aula e chega aqui primeiro que Mia, ficando nós dois aqui na garagem boa parte do dia. Como hoje, por exemplo, que ela deveria chegar às quatro, mas chegou às duas.

— Não pode ficar matando aula desse jeito. — comento

— Deu certo pra você. — murmura mexendo no motor do carro atentamente

— É, mas você é mais inteligente que eu.

— Isso é verdade. — ri fraco — Mais bonita também, então eu tenho muitas opções no futuro.

— Tipo o que? — franzo o cenho

— Eu posso ser uma stripper famosa ou talvez namorada de um bandido. — dá de ombros — Atriz pornô, talvez.

— Você tá zoando, né? — ergo uma sobrancelha

— Tô. — cai na risada — Você fez a cara de assassina da minha avó.

— Agora eu sei porque ela está sempre gritando. — murmuro — Olha as coisas que você fala.

— Relaxa, ok? — me olha — Eu sou uma ótima aluna e essas aulas não vão me custar muito.

— Menos mal. — comento — Hoje eu vou correr.

— Eu bem que queria ir te ver, mas o Seth me chamou pra uma festa.

— Sua avó deixou você ir?

— Claro que não. — me olha — Vou fazer o que eu faço sempre, pular a janela.

— Escuta, esse lance entre você e o alcoólatra do Seth é sério?

— Não, Jake. — faz careta — Seth é só um passatempo. Uma carona.

— Se precisa de um motorista, por que não me chama? — a olho

Ela me olha interessada.

— Quer ser meu motorista?

Não, mas quero o que o Seth recebe por ser seu motorista.

— Bom, se você só atura o Seth porque precisa de um motorista, então eu poderia ser. — dou de ombros — Pelo menos eu não sou alcoólatra e nem um babaca.

Lucy parece pensativa e então volta a mexer no motor do carro.

— Não sei não, Jake. — murmura — As pessoas diriam que estou dando pra você.

— Elas dizem isso de você e do Seth?

— Provavelmente sim. — confirma

— E... — coço a nuca — Você está?

Ela me olha parecendo estar ofendida.

— É claro que não, estrupício. — praticamente rosna — Eu nunca nem dei pra ninguém.

— Nunca? — franzo o cenho

— Nunca. — confirma

— Por que?

— Não é que eu romantize isso, longe de mim. — explica — Eu só acho que os caras que eu fico são uns manés, não confio neles. E eles, com certeza, não sabem o que estão fazendo.

— Estou chocado.

— Por que? — me olha

— Por você estar falando de sexo comigo. — franzo o cenho — Nem a Mia faz isso e olhe que ela é minha irmã.

Redenção - Jakob TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora