A terceira tarefa

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Nos dias seguintes, os três tentaram manter-se calmos enquanto aguardavam algum retorno de Fairfax - o repórter havia prometido encaminhar qualquer resposta que recebesse referente à reportagem. Entretanto, no sábado, Rita Skeeter publicou um artigo polêmico no Profeta Diário que dizia que Potter sofria de dor de cabeça (por causa de sua cicatriz), delírios constantes e possivelmente uma necessidade egocêntrica de continuar relevante.

Como a matéria de Skeeter teve grande repercussão, principalmente entre os alunos de Hogwarts, o trio perdeu em parte as esperanças d'O Pasquim dar algum retorno, então se focaram em seu mais novo projeto. Os gêmeos queriam se aproveitar da última tarefa do Torneio para divulgar seus fogos de artifício encantados, então estavam trabalhando para personalizar quatro opções de fogos, uma para cada campeão. Os de Potter seriam um leão rugindo, os de Cedrico um texugo, o de Viktor uma águia e o de Fleur um ramo de rosas, de acordo com suas respectivas Casas e escolas. A ideia seria soltar os fogos do campeão que retornasse vencedor e fosse coroado vencedor do Torneio Tribruxo.

"Não acham meio arriscado?" perguntou Sophia. Teria sua última detenção com Snape na terça, não gostaria de estender seu castigo.

"Soph, o que eles podem fazer? É a última semana de aula!" argumentou Jorge.

"E, se conseguirmos o dinheiro de Bagman, estaremos um passo mais próximo de abrirmos nossa loja!" continuou o irmão. "Precisamos divulgar nossos produtos!"

A garota acabou concordando, afinal, que mal faria se divertir um pouco?

Com este novo projeto em mente, os dias passaram correndo e Sophia mal percebeu quando chegou a última terça-feira do ano, dia da terceira e última Tarefa do Torneio Tribruxo. Quando finalmente processou essa realização, sentiu seu peito afundar. Era a última semana do ano, e ela não fizera nada em relação a Viktor. O garoto iria participar da última tarefa e então partir de volta para a Bulgária. E ela não o veria mais.

Seu coração palpitava muito rápido e seu estômago embrulhou. Não tinha apetite algum, mas se forçou a descer para o café da manhã. Quando chegou ao Salão, viu Viktor na mesa da Sonserina, com sua expressão meio carrancuda de sempre, mas parecendo perfeitamente calmo.

As pernas de Sophia tremiam, mas ela não sabia o que fazer. Poderia simplesmente ir até ele, mas o que falaria? Sem falar que ele estava cercado de sonserinos e outros alunos de Durmstrang nada simpáticos. Não, era melhor esperar. Falaria com ele após a refeição.

Sentou-se à mesa da Corvinal e tentou agir normalmente, mordiscando uma maçã enquanto observava Viktor. Ele não parecia ter pressa alguma. Finalmente, Karkaroff aproximou-se do menino e disse algo, e ele se levantou e seguiu o diretor até uma câmara.

O coração de Sophia quase escapou por sua boca enquanto ela assistia à cena desamparada. Karkaroff provavelmente levara Viktor para algum preparativo do Torneio, que poderia muito bem durar o dia inteiro. Desesperançada, saiu do castelo e sentou-se em um banco à margem do Lago. Como já haviam acabado os exames, alguns professores haviam dispensado os alunos da última semana de aulas, então ela teria a manhã inteira livre. Pegou uma miniatura de fogos dos Weasley que estava usando para praticar e começou a brincar, transformando suas formas e fazendo-os se organizar em figuras diferentes.

Estava distraída com os fogos e seus próprios devaneios quando ouviu passos - passos próximos demais. Guardou os fogos apressadamente no bolso do uniforme, mas sentiu que não os apagara completamente. Sua coxa queimava e ela podia sentir o leve cheiro de malha queimada.

Virou-se em um sobressalto e viu que os passos que se aproximavam eram de Viktor e um casal de bruxos que não conhecia.

"Sophia?" Viktor fez. Ela mal teve tempo de responder, pois a mulher mais velha ecoou:

SophiaOnde histórias criam vida. Descubra agora