A Segunda Tarefa

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Água. Estava rodeada de água.

Bateu as pernas freneticamente, mas então percebeu que mãos fortes a seguravam, mantendo-a firmemente à tona. Respirou fundo, engolindo uma rajada de ar fresco.

Abriu os olhos. Foi imediatamente cegada pela claridade da luz do dia. Lentamente, seus olhos se acostumaram com a luminosidade, e foi então que o viu. Um tubarão branco, suas mandíbulas expostas, a poucos centímetros de seu rosto.

Sophia sufocou um grito. Agitou-se desesperadamente, tentando se afastar da criatura, mas percebeu que as mãos a estavam segurando para perto. Não só isso, as mãos eram do próprio tubarão.

Sophia parou, em uma mistura de horror e confusão, e assistiu ao tubarão levantar uma varinha em direção a sua cabeça e começar a se transformar. Cabelos começaram a crescer em um corte militar, as guelras desapareceram e deram lugar a um pescoço liso, e o focinho se reduziu a um nariz adunco. Sophia piscou. Viktor Krum se encontrava a sua frente.

"Viktor?" ela exclamou, ao mesmo tempo que ele a abraçou.

Então se lembrou. Parecia distante agora, mas sua última memória era de Dumbledore, no escritório de Flitwick, colocando-a em um sono encantado. O diretor havia explicado sobre como a segunda tarefa do Torneio Tribruxo tomaria lugar no Lago Negro, sobre como cada campeão teria uma hora para procurar e resgatar seu refém, e sobre como Sophia seria a refém de Viktor.

Ela girou o corpo e percebeu que havia emergido no meio do Lago. A uma margem, estavam dispostas arquibancadas explodindo de alunos, que gritavam enlouquecidamente. Sophia inclinou a cabeça para tirar água do ouvido e percebeu o quão alta a multidão estava sendo.

"Famos?" disse Viktor suavemente.

Sophia assentiu e começou a nadar em direção à margem, onde os juízes aguardavam. Tão logo chegaram à terra, Sophia e Viktor foram imediatamente assediados por Madame Pomfrey, que lhes enrolou em grossos cobertores e os encaminhou para perto de Cedrico e Cho. Os dois sorriram ao vê-la, mas Sophia não pode retribuir o cumprimento, pois Madame Pomfrey empurrou uma poção muito quente para dentro de sua boca antes que ela pudesse protestar. Sophia nem havia percebido o quão frio estava até a poção fazer efeito, aquecendo seu corpo até as extremidades e fazendo sair vapor pelas suas orelhas.

Após Madame Pomfrey terminar de tratar Viktor, eles finalmente puderam conversar.

"Focê ecstá pem?" Viktor perguntou, com uma expressão preocupada.

"Sim", Sophia respondeu, alegrando-se. Logo que acordou, tinha ficado completamente atordoada, pois havia muita coisa acontecendo muito rápido. Mas agora já havia se acalmado. Tudo estava bem, fora resgatada, de acordo com o previsto, e Viktor ainda chegara em segundo lugar - o que não era o ideal, mas ainda era bom.

"Eu non sabia que pegarriam focê. Imaginei que fosse algum objeto qualquerr", ele continuou, sério.

"Está tudo bem, eu estou bem", ela disse, ainda sorrindo.

"Cheguei atrrasado. Achei que non ia conseguirr te tirrarr de lá."

Sophia franziu a testa. Ele estava sendo muito intenso sobre a tarefa. "Viktor", ela começou. "Você sabe que eu não estava realmente em perigo, não sabe?"

Ele levantou a cabeça e a encarou. Piscou, confuso. "Non?"

"Não, é claro que não! Que tipo de torneio arriscaria a vida de pessoas que não têm nada a ver com ele? Por que você pensaria..."

"A música dizia."

Sophia endireitou-se. "Que música?"

"A do ovo."

SophiaOnde histórias criam vida. Descubra agora