Visitantes Estrangeiros

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Setembro se passou em um piscar de olhos. Logo, Sophia encontrou-se com mais deveres acumulados do que jamais tinha tido, mesmo com a eficiente abordagem de organização que tinha instaurado no quinto ano para estudar para os N.O.M.s.

"Eu só queria dormir", choramingava Sean, deitado em cima de seus livros, numa noite em que se encontravam fazendo tarefas na Sala Comunal.

"Ah, corta essa, Sean", disse Georgie, que folheava irritadamente Um Guia Para Transfiguração Avançada.

"É, anime-se!" Rogério era o único que parecia energizado. "As delegações de Beauxbatons e Durmstrang chegarão amanhã! Não vão demorar para escolher os campeões!"

"Que adianta...", queixava-se Sean, ainda deitado. "Ouvi dizer que Verônica Dalton, do sétimo ano, vai se inscrever... Não tenho a menor chance contra ela! E ainda mais com o Diggory por aí, ele é tão perfeitinho... Sabe quantos N.O.M.s ele conseguiu?"

"Não."

"Bom, eu também não. Mas imagino que foram muitos, né?"

Georgie virou os olhos. "Me poupe, Sean. Se não quer, não se inscreva." disse e passou a escrever furiosamente em um pergaminho. Sophia teve dó da pena.

Sean, que já se acostumara faz tempo com o comportamento da amiga, continuou a gemer dramaticamente em seu canto. Sophia e Rogério trocaram olhares, levantaram os ombros e voltaram a estudar.

-

Na última aula de sexta, dia 30 de outubro, os alunos não conseguiam mais se conter de excitação. "Francamente!", reclamava o prof. Flitwick. Ele só não falou mais porque a sineta tocou, mais cedo que o costume, anunciando o fim da aula. Os alunos dispararam para fora da sala, cada um voltando correndo para sua Sala Comunal. Os quatro amigos subiram depressa as escadas para a Torre da Corvinal e puseram as capas, apressados. Sophia e Georgie até tentaram checar seus cabelos em um abajur muito bem polido, mas foram arrastadas para fora por Sean e Rogério, que mal cabiam em si de animação.

O prof. Flitwick já os esperava no saguão de entrada e os fez formar uma fila, ou pelo menos tentou - a energia estava muito alta, era impossível controlar os alunos. Cada diretor levou sua Casa, do jeito mais organizado que conseguiram, para a entrada. Ficaram então esperando pelo que pareceu um bom tempo.

"Será que vão demorar muito?", perguntou Sophia.

"Não sei... Quem sabe vão fazer alguma apresentaçãozinha, assim como os times fizeram na Copa?", sugeriu Rogério.

"Ah, mas aí nós teríamos que fazer uma também! Pena que não temos nada para mostrar..." disse Sean.

Georgie se virou para ele, ofendida. "Temos o coral! E a orquestra!"

Sean ficou meio sem jeito; tinha esquecido que a amiga participava do coral de Hogwarts. Sorte que não teve tempo de responder, pois Dumbledore exclamou:

"Aha! A não ser que eu muito me engane, a delegação de Beauxbatons está chegando!"

Todos percorreram os olhos pelos jardins, exaltados. Alguém gritou e apontou para o céu sobre a Floresta, e então puderam ver. Algo muito grande voava em alta velocidade em direção ao castelo.

"Meu Deus..." soltou Marcus Belby, em algum lugar à direita de Sophia.

Era uma carruagem azul-clara enorme, do tamanho de um casarão, puxada por doze cavalos alados, todos baios, cada um parecendo um elefante de tão grande. Os mais impressionantes, entretanto, eram os seus passageiros; particularmente, a primeira mulher que desceu. Era enorme, o que condizia com a carruagem. Sophia tinha certeza de que, se colocada ao lado de Hagrid, a mulher pareceria ter uma altura normal.

SophiaOnde histórias criam vida. Descubra agora