Convites

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Georgie estava certa: após o sucesso de Potter na primeira tarefa, as pessoas pareciam mais interessadas em discutir seu êxito contra o dragão do que importuná-lo nos corredores. O número de distintivos que diziam "POTTER FEDE" até diminuiu consideravelmente, e os que restaram normalmente se contentavam com "APOIE CEDRICO DIGGORY".

O tempo ia piorando cada vez mais. Sophia, entretanto, continuava sugerindo aos amigos que passassem mais tempo nos jardins, mas eles só iam às vezes, e ficavam pouco tempo.

Em uma tarde de sábado em que se encontravam debaixo da árvore de sempre, Sophia conjurou chamas coloridas em um pote de vidro. O fogo dançava e mudava de cor ocasionalmente, e rapidamente esquentou os amigos.

"Ah, que lindo!" elogiou Georgie. "Podíamos assar marshmallows."

"Bom, eu não sei quanto a marshmallows", disse Sean, revirando a mochila, "mas tenho aqui uns bolinhos de caldeirão que iriam muito bem quentinhos."

Os amigos comemoraram e cada um sacou a varinha e fez um bolinho levitar acima das chamas. Logo estavam saciados e aquecidos, e começaram a conversar mais animadamente do que antes. Sophia olhava, distraída, para os jardins ao redor deles. Percebeu, então, que Georgie a encarava curiosamente, e voltou sua atenção aos meninos.

Passado um tempo, começou a chover, e foram obrigados a correr para o castelo, Sophia um pouco decepcionada. Mais tarde, na Sala Comunal, os amigos voltaram a discutir os acontecimentos da 1a tarefa, coisa que já tinham feito várias vezes.

"O que vocês fariam?" perguntou Sean. "Eu não faço a menor ideia, os quatro foram muito bem, pensaram muito rápido..."

"Krum foi bem inteligente de atacar uma região vulnerável do dragão", disse Georgie. "É o mais fácil e com menos esforço."

"É, foi isso que Bard fez para matar Smaug", comentou Sophia.

Os amigos a encararam, confusos. Sophia olhou com expectativa para Georgie, mas ela também parecia perdida.

"Você não leu O Hobbit?", Sophia disse, esperançosa, mas a amiga balançou a cabeça negativamente.

"Hobbit?" repetiu Rogério. "O que é isso?"

"Ah, são um povo pequeno, do tamanho de anões, mas com pés muito grandes. Gostam bastante de comer", explicou Sophia, com naturalidade.

"Então basicamente são o Chuck Wright", riu Sean. Wright era um sextanista muito pequeno e bochechudo. Sophia e Georgie lançaram um olhar repreendedor ao amigo.

"Parece que você esteve lendo muito o Pasquim", disse Rogério, sorrindo.

"Não, só ficção trouxa", respondeu Sophia. Sentia-se um pouco desconfortável quando zombavam da revista. Costumava defendê-la, pois não entendia o porquê dos bruxos acharem que as criaturas que o Pasquim publicava eram ridículas, sendo que era comprovada a existência de umas ainda mais estranhas (como diabretes da Cornualha, por exemplo, que só vivem para causar caos). Só parou quando leu um artigo que dizia que Tom, o dono do Caldeirão Furado, roubava fios de cabelo de seus hóspedes enquanto dormiam para depois esvaziar seus cofres em Gringotes.

Os amigos voltaram, então, à conversa sobre a primeira tarefa, e logo estavam pressupondo a segunda.

"Aparentemente o ovo só grita quando é aberto", disse Georgie.

"Um espírito agourento", propôs Rogério, confiante.

"Ah, isso seria meio óbvio..." comentou Sophia. "Quem sabe alguma coisa a ver com o fato de ser um ovo? Sabe, quando os bebês nascem e saem do conforto do útero, ficam chorando o tempo todo porque acham que estão morrendo."

SophiaOnde histórias criam vida. Descubra agora