Caminhos da floresta

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Na segunda que sucedeu a viagem, Sophia desceu atrasada para o café da manhã e foi imediatamente cumprimentada por uma página dupla do Profeta Diário em sua cara.

"Que diabos, Sean?" ela perguntou, sonolenta, afastando o jornal.

"Leia ali!" ele apontou.

Sophia semicerrou os olhos. "'Bianca Hurt se aposenta dos Falcões de Falmouth'?"

"Não, embaixo!"

"'Fogos misteriosos no Castelo de Edimburgo'."

"Continue!"

"'Na noite do último sábado, dia 22 de maio, a capital da Escócia foi gracejada por um espetáculo de fogos de artifício como nunca vira antes'", Sophia leu. "'Os fogos mágicos, ainda não reconhecidos, foram lançados por canhões encantados no Castelo de Edimburgo. Milhares de trouxas assistiram ao evento, embora o tenham associado a um feriado de primavera. O(s) autor(es) da peça ainda não foram identificados.'"

Quando terminou de ler, Sophia abaixou o jornal devagar, revelando uma expressão de incredulidade. "Eu não acredito que eles fizeram isso."

Sean soltou uma gargalhada. "Genial, não é?"

"Isso foi arriscado", Sophia respondeu, mordendo o lábio. "E se descobrirem que fomos nós?"

"Relaxa, Soph. Não têm como traçar os fogos de volta a nós."

"É claro que têm! Os gêmeos Weasley são entusiastas notórios de fogos de artifício, todo mundo sabe disso. Se os professores começarem a desconfiar, não vão demorar a descobrir que não estivemos em Hogsmeade no sábado."

Sean balançou a cabeça. "Agora você está começando a delirar."

Apesar do descaso do amigo, Sophia não conseguiu tirar a preocupação de sua mente. Os gêmeos tentaram tranquilizar a menina, mas ela ainda se lembrava da detenção que pegara por causa simples episódio de fogos no lago em seu aniversário. Se conseguissem ligá-los ao caso de Edimburgo, então, não conseguia nem imaginar o que fariam. Aquilo fora uma obstrução clara do Estatuto Internacional de Sigilo em Magia, e todos agora eram maiores de idade.

Durante o resto da semana, Sophia, em um frenesi neurótico, analisava minuciosamente o comportamento e fala dos professores, em uma tentativa de identificar alguma suspeita. Estava quase aquietando-se, até que Snape, na aula de Poções de quinta, reacendeu sua ansiedade.

"Para a próxima aula, tragam sessenta centímetros de pergaminho sobre a alquimia no Egito Antigo", ele anunciou após a sineta. "E sem borrões, srta. Adams, a não ser que queira voltar à aula de Poções do primeiro ano."

Sophia franziu a testa, para seu azar, no momento em que Snape olhou em sua direção.

"Algo a dizer, Laurie?"

"Não, senhor."

"Eu imaginava. Espero que a senhorita não esteja ocupada demais participando de eventos ilegítimos para fazer seu dever."

Sophia piscou, aturdida.

"Dispensados."

Enquanto organizava seu material, o coração de Sophia batia descontroladamente. Será que Snape sabia de Edimburgo? Certamente, se o professor soubesse, já os teria castigado de maneira muito mais severa que apenas um comentário ríspido. A não ser que ele estivesse planejando algo pior...

"Sophia!" uma voz a despertou de seus devaneios.

Sophia pulou. "Alicia! Oi."

"Você está bem?" A garota se aproximou, e as duas seguiram pelo corredor.

SophiaOnde histórias criam vida. Descubra agora