Mal tinham adentrado o castelo quando foram surpreendidos por bombas de água.
"Mas o que..." começou Georgie.
Olharam para cima e viram Pirraça, o poltergeist do castelo, rindo descontroladamente. Ele vivia para infernizar a vida dos alunos, foi lembrada Sophia a cada bomba de água que caía.
"Vamos, gente", Rogério puxou os amigos para fora da mira de Pirraça. Os quatro se encaminharam em direção ao Salão Principal. Antes de passarem pelas portas, porém, Sophia soltou um "Ah!" e em seguida acenou a varinha para ela e os amigos, e eles ficaram secos em um instante. "Brilhante", agradeceu Georgie, cujos cabelos voltaram a cair em cachos bonitos, e entraram.
Sophia sempre se encantava com o Salão decorado para as festas. Lembrava-se muito bem da primeira vez que ali entrara e de como ficara maravilhada com as velas flutuantes e o teto encantado para parecer o céu. Tinha lido sobre o castelo previamente, mas vê-lo ao vivo fora uma experiência única.
Sophia e os amigos sentaram-se na mesa da Corvinal ao lado de Marcus Belby, do quinto ano, que encontrava-se ensopado e tremendo.
"Ah, alô!" disse ele animado, embora com a voz um pouco fraca. "C-c-como foram de f-férias?" Ele perguntou, com os dentes batendo. Rogério cumprimentou-o com um tapinha nas costas.
Sophia ouviu Georgie comentar baixinho: "Isso está me trazendo de volta o Quirrell".
"Quem sabe não devíamos arranjá-lo uma toalha para amarrar em volta da cabeça?" sugeriu Sean, fazendo Georgie dar uma risadinha.
"Pirraça?" perguntou Rogério, com um sorrisinho empático.
Marcus concordou com a cabeça.
"Ele não conseguiu se segurar nem um minuto, não é?" suspirou Sophia, e então fez um aceno com a varinha e Marcus ficou seco.
Enquanto os alunos continuavam chegando ao Salão - Sophia cumprimentou Elena West, que lhe deu um aceno tímido de volta, e uns quintanistas também da Corvinal -, a expectativa aumentava. Georgie apontou que não havia nenhum professor novo para ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas ("Que não seja Snape, por favor" suplicou Rogério). Sean, ansioso, repetia "Vamos, andem logo, que demora para começar...", e Sophia sabia que, dessa vez, não era o banquete que ele esperava, mas sim os avisos que o seguiam.
Então a professora McGonagall apareceu, seguida dos alunos do primeiro ano - encharcados, coitados. "Já era hora", disse Sean, sarcasticamente, "estava começando a pensar que tivessem sido pegos pela lula gigante - honestamente, não seria tão ruim, pelo menos poderíamos pular para o banque-" Mas foi calado por uma cotovelada de Georgie.
À medida que a Seleção acontecia, o estômago de Sophia começava a roncar cada vez mais forte - os sanduíches da mãe e os doces do trem já pareciam muito distantes -, e seu humor caía em consonância. A música deste ano não foi muito boa, ela pensava amargamente, o Chapéu Seletor já fez melhor. Mas quando os alunos começaram a ser selecionados para a Corvinal, ela se animou um pouco e bateu palma entusiasticamente com os colegas.
Finalmente, a Seleção chegou ao fim. O professor Dumbledore se levantou e sorriu para os estudantes, os braços abertos num gesto de boas-vindas.
"Só tenho duas palavras para lhes dizer", sua voz ecoou por todo o salão. "Bom apetite!"
Houve vivas em concordância quando as travessas das mesas se encheram, e todos se apressaram para abastar eus pratos. Sean engolia garfadas de comida em velocidade assustadora. "Ah, francamente, Sean", reclamou Georgie. "Não adianta se apressar, os avisos só vão começar assim que todo mundo acabar de comer".

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Sophia
FanfictionSophia não esperava ter um ano tranquilo em Hogwarts - afinal, nem mesmo se atreveria a dizer que tal coisa existia. Ela não imaginava, no entanto, que dragões, sereias, cavalos alados, um professor louco e um certo estrangeiro enigmático incorporar...