Fim de Ano

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Sophia passou o resto do dia com Viktor, aproveitando o pouco tempo que ainda tinham até o final do ano letivo. Antes do jantar, passou na biblioteca e pegou alguns livros de Defesa Contra as Artes das Trevas avançados, pois era uma matéria que ela sempre teve dificuldade - mas que agora precisaria dominar. Ela se lembrava do ano anterior, durante o qual dementadores vagueavam pelos terrenos livremente, e quão desamparada se sentia, sem saber como se defender caso algum a atacasse. Também se lembrava do Clube de Duelos que Lockhart tentara restaurar em seu quarto ano. Apesar do fracasso do professor, o experimento acabou por deixar Sophia sentindo-se bastante insegura sobre suas habilidades de duelar.

"Olha aqui, são vários feitiços de proteção diferentes", mostrava Sophia a Georgie durante o jantar. "Fianto Duri, Muffliato, vários versões de Protego... A ideia é combinar todos. Vou tentar lançá-los assim que chegar em casa."

Georgie assentiu. "Sim, acho bom. Vou tentar usar esses na casa dos meus pais. E dos meus avós. E talvez eu visite meus parentes em Londres, talvez seja bom... Eles moram ali perto do Caldeirão Furado..."

"Vocês deveriam comprar um bisbilhoscópio", sugeriu Rogério.

"O que é isso?" perguntou Sophia.

"É tipo um detector de perigo. Eu tenho um, mostro pra vocês quando voltarmos para os dormitórios."

Sean deu um grande gole de suco de abóbora. "Será que não estão exagerando um pouco demais? Quero dizer... Não temos nenhuma confirmação ainda. O Ministério não se pronunciou."

Sophia encarou o amigo. "Você está dizendo que não acredita que Você-sabe-quem voltou?"

Ele deu os ombros. "Só estou dizendo que não temos confirmação."

"Viktor foi amaldiçoado! Cedrico está..." sua voz falhou. Ela pigarreou e então continuou. "Nosso professor de Defesa Contra as Artes das Trevas era um Comensal da Morte infiltrado! Karkaroff está desaparecido desde a Terceira Tarefa, e estão dizendo que ele também era um Comensal da Morte!"

"Bom, sabemos que os Comensais da Morte estão de volta. Não quer necessariamente dizer que..."

"Sean!" Sophia o cortou, desacreditada. Olhou para os amigos, procurando apoio, mas eles desviaram o olhar. Sophia então levantou-se, bufando, e subiu para a Torre da Corvinal.

Sophia deitou-se em sua cama e tentou ler os livros que emprestara. Estava tentando entender como poderia aplicar o Feitiço Redutor em uma situação de perigo quando Georgie apareceu.

"E aí", a amiga a cumprimentou, sentando-se ao seu lado.

Sophia sorriu sem muito entusiasmo.

"Sinto muito por Sean. Ele precisa de um pouco mais de tempo."

"Georgie, todos nós precisamos de mais tempo para processar isso. Mas não temos esse tempo. Se Você-sabe-quem voltar, precisamos estar prontos."

"Eu sei, Soph, mas... Tente entender. Sean perdeu os pais na guerra. Se Você-sabe-quem não foi derrotado durante a guerra, se ele realmente voltou... Significa que todos os sacrifícios que a família dele fez foi em vão. Significa que ele cresceu sem os pais por nenhum motivo."

Sophia engoliu em seco. "Desculpe. Não tinha pensado nisso."

A garota desceu e encontrou os meninos na Sala Comunal, jogando uma partida de xadrez com uns quartanistas.

"Ei, Sean", ela chamou. "Desculpe por sair daquele jeito. Tem sido uns dias muito estressantes."

Ele abriu um pequeno sorriso. "Tudo bem, Soph. É um saco, só. Tudo isso. É um saco."

SophiaOnde histórias criam vida. Descubra agora