O trimestre de verão começou com uma calmaria unusual, tão estranha aos sextanistas que era até inquietante - Sophia sentia-se como se estivesse se esquecendo de alguma coisa, porque não parecia certo. Aproveitava, entretanto, o tempo livre para ler livros que deixara de lado por causa dos estudos e, é claro, passar tempo com Viktor.
Os amigos, por sua vez, estavam cada vez mais envolvidos em quadribol. Desde o sucesso do jogo amistoso, o interesse pelo esporte acordara entre os alunos (ainda mais porque a terceira tarefa do Torneio ainda estava a dois meses de distância). Rogério continuava combinando treinos informais com o time da Corvinal e também fazia planos de realizar outro jogo amistoso.
Em um dos sábados em que os amigos se encontravam no campo para um treino, Sophia acabou os acompanhando, pois não encontrara Viktor e já havia acabado o livro que estivera lendo (e não iria à biblioteca pegar outro pois Madame Pince geralmente não estava de bom humor aos sábados). Sentou-se na arquibancada com Sean. O amigo gritava, como sempre, dando sua opinião sobre cada pequeno detalhe, mas Sophia rapidamente se entediou - um treino não era de perto tão emocionante quanto um jogo. Rogério coordenava uma série de exercícios básicos: voo em formação, passe de goles, tiros livres; todos muito repetitivos.
Quando Grant, que estava defendo os aros, levou uma goles na cara pela terceira vez, Sophia levantou-se. Era preferível encarar a severidade da bibliotecária a ficar mais um minuto assistindo ao treino; sua mente estivera divagando tanto que já até sabia qual livro pegar. Despediu-se de Sean, que mal deu-lhe atenção, e saiu. Ficou atenta durante o caminho para ver se encontrava Viktor, mas ele não estava a vista. Encontrou o livro rapidamente na biblioteca e estava a caminho da saída quando deu de cara com o garoto.
"Uou", disse, recuperando o equilíbrio. "Déjà vu."
Viktor pegou seu livro, que caíra no chão. "Currandeirra do lar?" ele leu o título.
"Ah, bom, agora que eu posso legalmente praticar magia em qualquer lugar, achei que seria bom aprender feitiços do dia-a-dia", explicou. "Meus pais estão adorando a ideia, ficaram muito felizes em saber que eu consigo limpar a casa toda em segundos."
Ele assentiu, devolvendo o livro. "Non imagino como os meus terriam sobrevivido sem magia."
"Pois é. Os trouxas são muitos imaginativos. Uma pena que a medicina ainda não consegue alcançar os mesmos resultados da magia", lamentou Sophia, olhando para o livro em sua mão. "Espera", levantou a cabeça subitamente. "Você acha que... a magia conseguiria curar o câncer? Com um Feitiço do Desaparecimento, por exemplo? Poderíamos só fazer desaparecer o tumor!"
Viktor parecia muito confuso. "Tumor?"
Sophia murchou. "Ah, esquece." Fez uma nota mental para discutir o tópico com Georgie assim que pudesse e mudou de assunto. "Enfim, onde você esteve o dia inteiro? Não te achei em lugar algum."
"Ah, eu estive escrrevendo parra meus pais no nafio. Fazia tempo, enton acabei demorrando mais do que prretendia."
"Entendi. Ei, você quer dar uma volta?"
Viktor concordou e então os dois saíram para os jardins. Andaram pelo terreno, inconscientemente em direção à cachoeira. Estavam passando pela cabana de Hagrid quando o professor saiu, carregando um grande saco em seus ombros.
"Tarde!" ele cumprimentou o casal.
"Alô, Hagrid! O que é isso?" perguntou Sophia, direcionando o olhar ao volume.
"São perus! Peguei na cozinha. Estou cuidando de uns explosivins, que trouxe para o quarto ano, mas ainda não consegui descobrir o que comem. Mas que estão crescendo, estão!" Ele disse, orgulhoso.

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Sophia
FanficSophia não esperava ter um ano tranquilo em Hogwarts - afinal, nem mesmo se atreveria a dizer que tal coisa existia. Ela não imaginava, no entanto, que dragões, sereias, cavalos alados, um professor louco e um certo estrangeiro enigmático incorporar...