Fim da linha

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Mais uma semana se passou, em pouco espaço de tempo, Helena que antes pesava 69kg já pesava 48kg!
Suas irmãs decidiram visitá -la.

- Céus, você está horrível!
- Mafalda, controle sua língua! - disse Matilda.
- Estou mentindo? Dá até para ver os ossos dela.
- Mafalda se quiser ser horrível para ela, saia daqui!
- Com todo prazer, nem sei porque vim para esse lugar nojento. Inacreditável, a bela virou monstro! Um monstro bem louco.- Mafalda deu uma gargalhada maléfica e foi embora.
                             
                                     ***
- Eu não estou louca! Apenas estou cansada. - disse Helena.
- Claro que não está louca, querida irmã.
- É verdade que estou parecendo um monstro?!
- Não, não dê ouvidos à Mafalda. O único monstro aqui é ela.
- Algumas coisas não mudam...
- Pois é!
- Ajude-me a aprontar.
- Aprontar-se para o quê?
- Para a minha partida, não quero me encontrar com papai neste estado.

Matilda chorou imenso após ouvir o que a irmã disse. Porém, ajudou a irmã.

- Quer usar este vestido com pérolas?
- Sabe que eu não gosto disso...ainda mais com pérolas. Traga calças, vestirei calças.
- Quer irritar o papai?
- Sim.
Ambas começaram a rir.
- Algumas coisas não mudam.
- Sempre gostei de irritar o papai...abra todas janelas, não consigo respirar.
- Está se sentido bem?
- Não, leve-me aos Campos.
- Mas Lena, está passando mal...tome o remédio e descanse.
- Está bem.

Helena fingiu estar a dormir e quando ninguém via, saiu sorrateiramente até aos Campos Grispy, seu lugar preferido.
Chegou lá e na calada da noite, com a luz do seu candeeiro, pintou um quadro, escreveu em seu diário e caiu no sono profundo.

                                   ***
Dia seguinte todos a procuravam aflitos.
- Para onde a minha esposa terá ido, eu devia estar com ela!
- Campos Grispy, ontem ela disse que queria ir lá e eu disse que ela devia ficar. Vamos para lá!

Amber, Tiago e Matilda chegaram nos Campos e viram Helena deitada com o diário no peito e o quadro do seu lado.
- Coitadinha, está cansada! - disse Amber. - Vou acordá-la.
Querida acorde, filha...! Ela não está acordando! Helena!

Tiago verificou o pulso dela, tudo indicava que Helena estava morta. O rosto dela estava pálido, o coração já não pulsava. Todos entraram em pânico.
"Helena...Helena!" Eles gritavam. Tentaram reanimá-la vezes sem conta e nada.
Matilda pegou no diário e viu que ele era novo, Helena só havia escrito na primeira página, Helena escreveu:

" O que são a vida e a morte comparado com o amor?
Não se entristeçam, pois finalmente estou no lugar onde pertence meu coração, neste lugar não há maldade nem sofrimento. Obrigada por terem cuidado de mim, por me terem amado. Me eternizem nos vossos pensamentos e lembrem -se que amei à todos vocês, até a chata da Mafalda.
Helena Grispy."

E o quadro... Helena havia pintado pulmões e escreveu: "novos pulmões agora tenho."

Assim foi a vida de Helena Grispy, cachopa negra que viu o lado lindo e obscuro da vida.
Sua família ficou descansada por saber que sua morte foi calma, por mais que pensem na possibilidade de que foi angustiante morrer por falta de ar, tentar respirar e não conseguir... mas de uma coisa eles têm certeza, Helena foi forte!

                                 Fim.

Helena🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora