[8] 24 de Outubro

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24 de Outubro

Dia 26, Sábado

— ...te falei, não é nada — disse Malfoy, e Harry se virou, assustado, quando as cortinas abriram. Pomfrey o encarava, uma expressão indecifrável no rosto.

— ...pois não? — ele perguntou quando ela já o estava encarando há tempo suficiente para deixá-lo desconfortável.

— Madame Pomfrey, está tudo bem — Malfoy disse, aparecendo de trás da repartição do hospital, com a camisa na mão, extremamente aborrecido. — Ele não me machucou.

— O quê? — Harry perguntou, perdido. — Te machucar?

— Ela está preocupada por causa das marcas — Malfoy murmurou.

— Que mar- oh. Oh—. Harry sentiu seu rosto corar. Era incrível, pensou, como quando parecia que a situação não poderia ficar mais constrangedora, ela ficava.

— Sim, oh — Pomfrey disse de modo neutro. — O sr. Malfoy insiste que nada sério aconteceu. Mesmo assim, eu vou chamar a Esposito.

— Por causa de alguns chupões? — Malfoy estava incrédulo.

Harry se remexeu na cadeira. Na luz clara da enfermaria, o pescoço de Malfoy parecia meio... violentado.

— Não apenas alguns chupões. Suas costas estão de um jeito que parece que você brigou com uma Veela raivosa.

— O quê? — Harry estava confuso. — Eu não arranhei as costas dele -

— Não você, Potter, mas a maldita árvore contra a qual você me empurrou ontem — Malfoy respondeu. — Ela está toda preocupada porque -

— Porque nós precisamos monitorar vocês e nos certificarmos que não machuquem um ao outro, sr. Malfoy — disse Pomfrey bruscamente.

— As coisas ficaram meio agressivas, mas foi tudo consensual -

— E, se esse fosse um relacionamento comum, não seria da conta de mais ninguém. No entanto, com o histórico de vocês, nós temos nossas reservas quanto a permitir que vocês abusem um do outro -

— Ele não abusou de mim -

— Eu não... — Harry começou, e Pomfrey fez um gesto para que ele desse a volta por trás de Malfoy. Harry olhou para as costas de Malfoy e ofegou.

— Oh meu deus... — disse. — Eu não tinha idéia... Malfoy, por que você não disse -

— Porque eu não me importei, seu idiota. Nem senti. Não sou uma garota, Potter, você não precisa agir como se eu fosse quebrar. Acredite, se não gostar do que você fizer, eu direi.

— Mas -

— Irei chamar Esposito — disse Pomfrey firmemente. Ela começou a caminhar para fora da sala, mas depois se virou, obviamente em dúvida se deveria deixá-los sozinhos juntos.

— Oh, pelo amor de deus — Malfoy resmungou, — Nós não vamos pular no pescoço um do outro enquanto você chama a curandeira. Olha, o Potter irá manter suas mãos de trasgo para si mesmo naquela cama, e eu vou ficar sentado aqui no meu cantinho, quietinho e longe do Grifinório grande e assustador.

Harry abaixou a cabeça, profundamente envergonhado, e Pomfrey lançou a eles outro olhar severo antes de entrar no escritório.

— Por Merlin, isso é ridículo — Malfoy murmurou.

Harry mordeu o lábio, se perguntando se era possível conseguir uma queimadura de pele por corar forte demais.

— Oh, que diabos, Potter, você não está mesmo pensando que... sim, você está — Malfoy passou a camisa pelos braços e começou a abotoá-la. — Você não me machucou, seu imbecil — disse ele, irritado.

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