[13] 28 de novembro

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28 de novembro

Dia 61, sábado

Draco se espreguiçou cansado e estalou alguns ossos das costas. Ele e Potter estavam na biblioteca, mais ou menos na metade das três horas programadas de estudo e revisão de anotações, que seriam encerradas com um jantar em Hogsmeade. O que ele estava começando a esperar ansiosamente.

Ele não deveria precisar tanto disso, mas precisava. Precisava de um tempo longe da Sonserina, da tensão e da hostilidade de lá. Tempo longe da Grifinória e de sua doçura irritante e enjoativa, especialmente pela maneira como o estavam tratando ultimamente. Os idiotas ignorantes achavam que estavam fazendo um favor a ele, incluindo-o em seu círculo social. Sentindo pena dele pelo que a Sonserina estava fazendo. Dando-lhe as boas-vindas de braços abertos, com uma grande dose de presunção de Veja Como Somos Nobres e uma pitada nauseante de Você Não Está Grato a Nós Por Sermos Seus Amigos em Seu Momento de Necessidade.

Isso fez com que ele tivesse vontade de jogá-los todos no esquecimento.

Pelo menos ele não se sentia mais tão constrangido perto dos Grifinórios que haviam participado do círculo de cura. McGonagall e Snape não tinham sido um problema; os professores que salvavam a vida dos alunos haviam se tornado quase rotina durante seus anos em Hogwarts e, de qualquer forma, ele não precisava ficar perto deles em ambientes sociais. Blaise e Pansy haviam apenas dito que ele estaria eternamente em dívida com eles, não apenas pelo feitiço de cura, mas por permanecerem leais a ele apesar de sua família ter caído em desgraça com o Lorde das Trevas. Mas, durante semanas, ele se sentiu totalmente exposto e desconfortável com seu fardo de gratidão perto de Weasley, Granger e Longbottom. Passar qualquer tempo na presença deles era bastante desconfortável.

Ele finalmente havia se acostumado, mas a Grifinória ainda era irritante. O único ponto positivo na Torre da Grifinória, no momento, era Seamus Finnigan, com seu divertido desconforto em relação a toda a questão "gay". Ele ainda desviava o olhar de forma estranha quando via Draco e Potter na mesma cama, era incapaz de ficar no mesmo cômodo quando eles se tocavam e até resmungou algo como "Você não pode fazer isso em outro lugar" uma vez quando Potter beijou Draco, o que fez com que os outros garotos da Grifinória o provocassem de forma impiedosa - e muito engraçada - por causa de seu pudor.

Pelo menos sua homofobia mortificada era honesta. Estúpida e induzida por trouxas, mas honesta.

Bem... não totalmente induzida pelos trouxas. Muitos dos puros-sangues da Sonserina haviam demonstrado que estavam dispostos a se rebaixar à homofobia também, se isso ajudasse a denegrir o caráter de Draco e Potter.

— Malfoy, pare com isso — Potter disse distraidamente, colocando a mão no pescoço de Draco sem tirar os olhos de suas anotações de Aritmancia.

— Parar o que?

— Ranger os dentes. Relaxe. — Potter começou a esfregar firmemente a junção do pescoço e do ombro. — Deus, você está tenso — ele murmurou, ainda sem tirar os olhos de suas anotações.

Draco abaixou a cabeça um pouco mais, surpreso com o quão bom era a simples massagem no pescoço, enquanto a mão de Potter se movia para a base de seu pescoço.

— O que você está fazendo?— ele perguntou curioso.

— O que?

— Com a sua mão. Não parece um feitiço normal... — ele parou, inclinando a cabeça para dar a Potter mais espaço para trabalhar.

Potter olhou para cima, divertido, sua mão ainda fazendo sua mágica.

— Não é um feitiço, apenas uma massagem no pescoço. Você nunca recebeu uma antes?

Bond | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora