Capítulo 11: Lascívia

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Quando te vejo não saio do tom
Mas meu desejo já se repara
Me dá um beijo com tudo de bom
E acende a noite na Guanabara, meu amor
Você me dá sorte, meu amor
Você me dá sorte, meu amor
Você me dá sorte de cara!
- Caetano Veloso e Gal Costa, Sorte.

Tempo é algo que foge de nós, ainda mais quando estamos distraídos. Uma semana torna-se um mês, quatro semanas viram dois meses, assim sucessivamente - o tempo é rio que corre. Julho, um mês comemorativo para Eugênio e Isadora. O dia treze seria comemorado com ambos naquele ano.

Violeta estava mais feliz após a conversa com Júlia, decidiu dar uma chance a algo que não poderia fugir: o amor que sentia por Eugênio.

- Olha o bolo! - Manuela trazia a sobremesa com animação.

A família Camargo e a família Andrade estavam ao redor da mesa, Eugênio e Isadora lado a lado esperando o acender das velas.

- Vamos fazer um pedido juntos, tio Eugênio! - A menina disse assim que a chama da vela surgiu.

Ambos se entreolharam e sorriram, quinze segundos para se pensar em algo que queriam muito e o assoprar de uma vela conjunta.

- Eles se gostam bastante. - Júlinha sussurrou para Violeta.

- Sim, acho isso tão bonito. - Violeta sorria olhando os dois.

- Espero ter sorte e realizar! - Isadora disse.

- Vamos torcer, Dorinha. - Falou Eugênio. - Para quem quer entregar o primeiro pedaço?

- Pra mamãe. - Cochichou.

- Ótima escolha.

Manuela cortava as fatias, Isadora pegou a mais bonita, e, junto de Eugênio, foram até Violeta.

- A primeira fatia não podia ser para outra pessoa, meu bem. - Eugênio sorriu.

- É para você, Violeta. - Isadora entregou o pedaço.

- Papagaios! - Sorriu. - Muito obrigada! Estou lisonjeada por ser a pessoa favorita de vocês. - Disse de maneira engraçada.

- Convencida. - Disse Eugênio.

- Cabeça de bagre.

- Trampa-viva.

O homem a roubou um beijinho, ambos estavam enamorados o bastante para não se importarem com as piadas dos amigos e familiares que riam da cena. A vida estava mais leve, Eugênio já havia contado para todos sobre o namorico dos dois, guardar segredo nunca foi o forte dele.

- Vou atrapalhar os pombinhos, mas preciso ir embora. - Júlinha disse apressada.

- Nem comeu o bolo. - Violeta estranhou.

- Tenho um compromisso daqui alguns minutos, Vio. Preciso me apressar.

- Posso saber onde vai?

- Pro cassino. - Olhou ao redor. - Se Constantino perguntar por mim, diga que fui ao banheiro.

Antes de Júlia sair, Violeta a segurou pelo braço.

- Júlia, ele vai brigar com você novamente.

- Não vai, e se brigar, logo nos acertamos. - Sorriu.

- Não pode esquecer dos problemas em jogatinas, ora pipocas.

- Não pode me dizer o que fazer. - Fez a amiga soltá-la.

Violeta a viu sair afoita, deixando Constantino e Arminda para trás. Aquilo a incomodou, contudo, não poderia dar as costas para a filha e o namorado em pleno aniversário.

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