Capítulo 23: Amor

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Eu já te disse alguma vez
Tu tem pra mim o nome mais bonito
A boca canta ao te chamar
Teu canto chama o meu sorriso.

- Anavitoria, Calendário.

Eu nunca vi ninguém fazer tanto barulho num só coração, teu cuidado é desastre, é zona sem hora, sem onde, é agora.

Sabe aquele momento que tudo parece fazer sentido? De maneira surpreendente e acolhedora. Quando olhamos alguém e pensamos que tudo valeu à pena e que viveríamos - por mais difícil que tenha sido - tudo novamente? Era essa a sensação que acometia Violeta. As aflições passaram feito mágica e ela se viu presa na imagem do maior amor do mundo: Eugênio com Martha no colo. Ele balançava aquele bebê cheio de medos, mas com tamanho cuidado que a encantava. Pensou que jamais veria sorriso tão bonito no rosto do homem que amava, pensou também que as coisas não podiam melhorar e decretou, repleta de vivacidade, que tudo na história dos dois poderia ficar ainda melhor.

Viver era um sonho que estava muito além da ilusão.

- Não consigo parar de olhá-la. - Disse Eugênio. - Tem a tua boca. E o teu nariz arrebitado.

- Ela é igualzinha a você, meu amor. - Respondeu.

- Nada disso. Consigo ver você nela.

- E eu consigo ver você nela.

O homem sorriu, que sensação doce ter em uma única pessoa outras duas que tanto se amavam e se queriam.

- Martha Camargo Barbosa. - Ele falou. - Tua avó estaria tão orgulhosa. Tenho certeza que te amaria muito, filha.

- Eugênio, tem noção que ela nasceu no aniversário da tua mãe? Tem prova maior de que ela sabe da neta?

- Parece surreal pra mim. Vou poder comemorar esse dia novamente após tantos anos. - Olhou Violeta e sorriu. - Vilú... Era o único dia que ela era feliz. Consigo, de certa forma, sentir essa felicidade.

- Consigo ver nos teus olhos o quão feliz está.

- Você me fez o mais feliz dos homens.

- Foi uma boa surpresa, não foi? - Sorriu. - Ela não estava nos nossos planos agora, mas de certa forma parece que sem ela... Nada seria possível.

- Fizemos a melhor coisa do mundo. - Beijou o rostinho da filha. - Esperei por ela durante anos, agora não quero perder mais nenhum minuto.

- Nós saímos um pouco da rota... Nossos planos de criança eram duas filhas.

- Nossos planos de criança nunca conseguiriam mensurar esse momento. Tudo poderia ter sido diferente, mas, agora temos três meninas e acho que valeu a pena.

- Valeu sim. Você mudaria algo?

- Violeta, nós não podemos adivinhar como seria nossa vida se casássemos quando mais jovens. Talvez fosse um caos, talvez eu te fizesse sofrer muito mais do que nessa nossa realidade. Então, não mudaria. Prefiro essa nossa vida, onde eu te faço feliz e tu me faz feliz.

- Tens razão.

Ouviram as batidas na porta, a família queria conhecer a mais nova moçoila do Engenho Camargo. Entraram em silêncio, morrendo de amores pelo bebê.

- É igualzinha ao Eugênio! - Berenice falou.

- Mas a boquinha é da Violeta. - Heloísa analisou.

- Ela é pequena. - Isadora olhou atenta.

- Ela é um doce. - Elisa admirou.

- Fizeram um bom trabalho. - Berê gargalhou.

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