Capitulo Um

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Sina

BELLY CHEGOU CEDO DA CASA DE MARCY. ENTÃO NÃO FIQUEI EM casa "sozinha" por muito tempo. Eu estava deitada no sofá com uma camiseta larga com o nome de Cousins, com uma garrafa de refrigerante de Uva vendo TV, quando ela chegou.

Ela se juntou a mim em silêncio. Ficamos ali até ficar com dor de cabeça. A casa estava vazia porque Steven estava trabalhando na Best Buy e minha mãe estava trancada no escritório.

Peguei meu celular um pouco depois para avisar a Taylor que não iria à festa por estar passando mal. Por sorte ela não insistiu muito, então quando ela chegou eu já estava trancafiada no meu quarto com o cobertor cobrindo até a minha cabeça e o ar-condicionado ligado.

Antes delas sairem, Belly bateu na minha porta. Eu me levantei meio tonta e a abri.

- Fala com a mamãe. Ela precisa descansar um pouco.

Assenti e me despedi dela. Susannah nomeara minha mãe executora de seu testamento, e acho que isso envolvia muita burocracia. Minha mãe passava muito tempo ao telefone com o advogado de Susannah, analisando as informações. Ela queria que os últimos desejos de Beck fossem perfeitamente atendidos.

Susannah deixara para Steven, para Belly e para mim um pouco de dinheiro para a faculdade. Também havia deixado para mim e Belly algumas joias. E a coleção de conchas dela também, eu as coloquei na minha estante e adorava ficar admirando elas, sempre me dava vontade de chorar mas não deixava de ser bom.

Fui até o escritório da minha mãe e bati algumas vezes antes de entrar.

- Mãe?

Ela ergueu os olhos pra mim.

- Oi, filha.

- Você jantou?

Eu sabia que não. Ela não saíra do escritório desde que eu tinha chegado em casa.

- Não estou com fome. Se não tiver comida na geladeira, você pode pedir uma pizza.

- Posso preparar um sanduiche pra você.

Eu e Belly fomos no mercado no início da semana. Steven, eu e Belly estávamos revezando, mas eu não gostava de ir sozinha então Belly ia apenas para me fazer companhia. Eu duvidava que nossa mãe sequer tinha se dado conta de que era o fim de semana do feriado de Quatro de Julho.

- Não, tudo bem. Eu mesma preparo alguma coisa mais tarde. Você vai nessa festa com sua irmã?

- Ahn... não. Eu estou me sentindo um pouco mal então vou descansar um pouco.

Ela não disse nada mas sabia que ela não queria que eu ficasse me isolando. Ela voltou para a papelada, mordiscando a caneta.

- Tudo bem. Apenas me avise se resolver sair.

Assenti e fechei a porta ao sair.
Fui até a cozinha, peguei os itens para preparar um sanduíche de peito de peru, mostarda, queijo e pão branco.

Preparei o sanduíche, coloquei em um prato, cobri com filme plástico e o deixei em cima do balcão, onde ela o veria.

Então corri para o meu quarto e deitei na cama.

☆☆☆

Jeremiah

VER O PRÓPRIO PAI CHORAR FERRA COM A CABEÇA DA GENTE. TALVEZ não seja assim com algumas pessoas. Talvez algumas tenham pais que não tenham problema para chorar e estejam sempre em contato com as próprias emoções. Mas meu pai não era desse jeito. Ele não é de chorar e certamente nunca nos encorajou a expressar os sentimentos dessa maneira. Mas, no hospital, é depois durante o velório, ele chorou feito um garotinho perdido.

MEMORIES | CONRAD FISHEROnde histórias criam vida. Descubra agora