Capitulo Oito

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Sina

           QUANDO JEREMIAH E CONRAD VOLTARAM DA PRAIA COM AS pranchas embaixo dos braços, tive a ideia maluca de tentar avisá-los de algum jeito. Mas eu não sabia assoviar e era o único jeito de chamar a atenção deles sem ficar tão óbvio. Mas de qualquer maneira, era tarde demais.

Eles guardaram as pranchas, subiram os degraus e nos viram ali, sentados. O corpo todo de Conrad se enrijeceu, e vi Jeremiah resmungar "merda" baixinho antes de dizer:

– Oi, pai.

Conrad passou direto por nós e entrou em casa.

O Sr. Fisher o seguiu, e Jeremiah e eu nos entreolhamos por um instante. Eu fiz uma expressão desesperada.

– Vou ficar de castigo para sempre – Ele riu e se inclinou.

– Que tal eu pegar o carro enquanto você pega as nossas coisas e Belly, então saímos correndo?

Dei risada e cobri a boca com a mão. Então entrei com Jeremiah.

Conrad e o Sr. Fisher estavam na cozinha. Con estava abrindo uma cerveja, sem nem mesmo olhar para o pai.

– Do que vocês quatro estão brincando aqui? – perguntou o Sr. Fisher.

A voz dele soou muito alta e estranha dentro de casa. Ele estava olhando pela cozinha, pela sala de estar.

Jeremiah começou:

– Pai...

O Sr. Fisher o encarou.

– Sandy Donatti me ligou hoje de manhã e me contou o que aconteceu. Você deveria levar o Conrad de volta à faculdade, não ficar e... e fazer festa e interferir na venda.

Jeremiah piscou.

– Quem é Sandy Donatti?

– É a nossa corretora de imóveis.

Eu queria sumir o mais rápido possível. Estava começando a sentir inveja da Belly. Será que se eu saísse correndo dali, pegasse Belly e nossas coisas, conseguiríamos fugir?

Jeremiah olhou para Conrad e de novo para o pai.

– Eu não sabia que a gente tinha uma corretora de imóveis. Você nunca me contou que ia vender a casa.

– Eu disse que era uma possibilidade.

– Você nunca me disse que ia realmente fazer isso.

Conrad interrompeu, dirigindo-se apenas ao irmão.

– Não importa. Ele não vai vender a casa.

Con tomou um gole da cerveja, muito calmo, e todos ficamos esperando para ouvir o que ele ia dizer em seguida.

– A casa não é dele para ele vender.

– É, sim – respondeu o Sr. Fisher, com a respiração pesada. – Eu não estou fazendo isso por mim. O dinheiro vai ficar pra vocês dois.

– Você acha que eu me importo com o dinheiro? – Conrad finalmente o encarou, os olhos frios. Sua voz soava indiferente. – Eu não sou como você. Não dou a mínima para o dinheiro. Eu me importo com a casa. A casa da mamãe.

– Conrad...

– Você não tem o direito de estar aqui. É melhor ir embora.

O Sr. Fisher engoliu em seco.

– Não, eu não vou embora.

– Avise à Sandy para não se dar ao trabalho de voltar.

Conrad disse "Sandy" como se fosse um insulto. Acho que essa era exatamente a intenção dele.

MEMORIES | CONRAD FISHEROnde histórias criam vida. Descubra agora