ESTÁ QUIETO NO CENTRO pt2

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Sinopse: Quando Tommy não pode escolher entre S/n ou Grace, S/n decide por ele, deixando-o para Londres para criar seu filho ainda não nascido em algum lugar onde eles sejam amados. Vivendo com Ada, ela acredita que sua vida está ficando cada vez melhor, o sol brilhando mais forte. Mas como tudo na vida, isso deve chegar ao fim.

Thomas Shelby x Reader

Advertências: Linguagem, álcool, menção de aborto espontâneo

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O céu estava escuro, sinalizando a chegada de uma tempestade que sem dúvida inundaria as ruas. O cemitério estava silencioso, o único som que se ouvia era o do vento açoitando as árvores e o estalar do cascalho sob o sapato de alguém. Esses eram os únicos sons aos quais as almas presas no subsolo estavam acostumadas. Nenhum deus permitiria que ouvissem risos ou canções doces. Eles estavam condenados, não importa se acreditassem em céu e inferno.

Caminhando com determinação, havia apenas um túmulo que Tommy queria visitar. Ele passou pelo túmulo de sua mãe, sem se incomodar em olhar para ele, enquanto estava na frente do de Danny. Ele terminou de visitar sua mãe, nada a traria de volta. O mesmo poderia ser dito de Danny... mas a culpa foi o que fez com que o homem tirasse um tempo do seu dia para visitar seu velho amigo. Se não fosse por Tommy, Danny ainda estaria vivo e seus filhos ainda teriam um pai. Devido ao Peaky Blinder, o pobre homem estava a um metro e oitenta e não conseguiria envelhecer com sua esposa ou ver seus filhos se tornarem bons adultos.

"Você fez bem," Tommy sussurrou ao vento enquanto se ajoelhava na frente do túmulo. Era uma simples cruz de madeira com o nome de Danny esculpido. Muitas vezes ele se ofereceu para pagar por um marcador mais robusto, mas sua viúva sempre dizia não. Ela alegou que Danny não gostaria que as pessoas gastassem muito com ele. Toda vez, Tommy queria discutir, mas ele sabia que ela estava certa

Lentamente, o gângster ergueu-se em toda sua altura e virou as costas para o túmulo. Certa vez, durante a guerra, um soldado lhe disse que se alguém passasse muito tempo em um cemitério, seria o próximo a se deitar ao lado dos mortos. Tommy não era de acreditar em superstições, ele havia perdido a fé demais depois da guerra, mas isso sempre ficou com ele. Durante a guerra, a morte estava sempre na mente de todos e todos tinham medo de que em breve também encontrariam seu criador.

Rapidamente, ele subiu a pequena colina até a estrada principal e começou a pequena caminhada até seu carro. Tommy enfiou as mãos nos bolsos, agindo como se estivesse caminhando vagarosamente por um jardim, não por um cemitério. Se dependesse dele, ele teria ficado por horas. Seus avós e sua mãe foram enterrados lá, assim como todos os outros que impactaram sua vida. As sepulturas por onde passou, embora não conhecesse todas, conhecia a família, frequentava a escola com os netos, lutava ao lado dos filhos. De certa forma, ele sentiu como se conhecesse cada pessoa que ele baseou.

E então seus olhos pousaram em alguém que ele não conhecia, mas eles o conheciam.

Tommy viu em seu caminho o nome que adornava o topo da lápide. Era uma pequena sepultura, a de uma criança das datas que foram gravadas. O bebê não estava vivo nem por um único dia, mas recebeu um enterro melhor do que alguns homens que Tommy conhecia. Elena Rose Shelby, dizia o túmulo. Pisando na frente do túmulo, Tommy se ajoelhou e correu os dedos sobre as ranhuras do nome.

Não importava se ele acreditasse em deus ou em superstições, o vento cessou, os redemoinhos de ar começaram a brincar com um pequeno pote que continha um maço de margaridas frescas. Um pequeno sorriso puxou seus lábios, vendo as flores que alguém havia dado à garotinha. Embora ela não estivesse no mundo há muito tempo, alguém se importou o suficiente para lhe trazer flores frescas.

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