capítulo XXVI

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Vitória

Paulo me olha, mas eu não olho para o mesmo, como eu pode? Como eu pode ter confiado nele, e ele me trair deste jeito?

- Não adianta chorar Vitória!_ agarro mais forte no travesseiro escondendo o meu rosto nele, não quero pensar nele.

- Como não adianta chorar? Paulo? Ele me deixou aqui para os leões comerem na hora que quiserem!_ falo alto, estou desesperada agora, estou sem chão! Estou perdida no mundo que ele me colocou! Tudo parece ir ao fundo do poço novamente.

Me jogo na cama e bato sem querer a cabeça na parede fazendo uma cara de dor, escuto Paulo rir e solto uma risadinha da minha própria desgraça, sinto uma coberta cobrir o meu corpo e ele se sentar na minha frente.

Ficamos ali, eu chorando e ele escutando o meu choro tentando me aconselhar de alguma forma, ele nunca foi bom nisso, admiro a sua forma de tentar me deixar bem, ele comprou pizza e assistimos vários filmes, romance e comédia, mas nada me animou, minha cabeça está em outro lugar e meu coração também.

Stefan sumiu do mapa, me deixou perdida aqui sem explicação, não me enviou uma mensagem já que fui bloqueada em tudo, não estou dormindo em casa, só durmo aqui no Paulo ou na minha mãe, Débora. Estou com medo já que há dois dias atrás vi alguém me seguindo depois que saio do serviço, e não era ele.

Não vejo também a minha pequena dafhyne, parece que ela se mudou, então minha alegria diária foi embora e meu ânimo de trabalhar também já foi pro beleleu. Estou continuando tentando ser firme e continuar, mas tudo desmoronou em questão de segundos! Fungo engolindo a saliva olhando o casal da televisão se beijar, viro o rosto olhando para o quadro de foto que eu e minha irmã estava juntas abraçadas na praia.

Se ela estivesse aqui tudo seria diferente de agora, eu tenho certeza que eu não estaria assim, estaria morta. Talvez a morte sempre é a melhor opção na vida das pessoas, o mundo machuca demais apenas quando dá uma volta, só de passar um vento frio no rosto tudo muda.

Encosto a cabeça no ombro do Paulo me aconchegando ali fechando os olhos. Estou quase dormindo, quando escuto um barulho alto, pulo do sofá e Paulo acorda assustado limpando o canto da boca.

- O que foi isso?_ pergunta baixo, travamos no lugar quando senti algo gelado encostar na minha nuca, engulo em seco tentando virar a cabeça, mas uma mão agarra no meu pescoço.

- Te achamos boneca!_ um pano preto tampa os meus olhos e logo tampam a minha boca, tento me debater, mas seguraram os meus braços- Quieta!_ respiro sentindo um negócio forte entrando no meu nariz, logo desmaio não vendo mais nada!

...

Desperto quando o toque da água gelada vem na minha pele, respiro pela a boca perdendo o ar por alguns segundo.  Sentia a minha cabeça latejar, minha perna escorrer sangue que vinha da minha barriga. Engulo o choro e olho para ela, como ela pode? Eu confiei nela, mais que tudo no mundo! E a primeira coisa que ela fez foi me entregar nas mãos desses malditos que eu nem sei quem são!

Ela me olha com raiva e ódio, eu a encarava sem expressão nenhuma, não daria o gostinho de nada para ela! Não ficaria chorando igual eu sempre fiz, eu não!

Minha cabeça tomba para traz quando um soco é transferido no meu rosto, volto com tudo a cabeça para frente, vejo um homem entrar pela a porta e consigo ver a luz do dia ali, mas logo é fechada novamente.

- Minha querida filha!_ levanto a cabeça e olho para o seu rosto, sinto vontade de vomitar vendo ele agora, sinto vontade de morrer. Eu não quero passar por isso tudo de novo! - Você está linda, criança!_ o toque no meu cabelo me faz querer desmaiar.

- Não toque em mim!_ guspo o sangue que tava na minha boca no seu rosto, ele me olhava surpreso enquanto limpava o rosto. Fraquejo quando o puxão forte na raiz da minha cabeça foi puxada, gemi de dor.

- Está muito vagabunda! Tenho que te dar bons modos, mas que pena que não será eu que vou lhe dar! Será ele!_ vejo uma sombra sair da parede quando ele solta a minha cabeça, tento me soltar das amarrações, mas nada adiantava!

Vejo a silhueta de Paul sair do canto da parede, engulo em seco negando com a cabeça, ele sorri para mim mas de imediato fica sério e olha para o meu doador.

- Saíam!_ fala alto e em bom tom, eles sai da sala que fedia a tudo e me deixa sozinha com ele. Ele chega perto me observando, deixo as lágrimas descerem como castacatas dos meus olhos.- Oh, minha princesa, não chore!_ limpa elas mudando de humor rapidamente. Engulo em seco olhando nos seus olhos.

- O que está havendo, o que você quer comigo?_ preciso de respostas rápidas dele, ele segura no meu queixo e sorri.

- Vim te salvar princesa!_ me desamarra pulo nele batendo com toda a minha força que Deus me deu, sou jogada com força par o chão, bato a minha cabeça ali mesmo. Apago.

...

Sinto algo tocar na minha cabeça, era molhado e parecia um pano, resmungo abrindo os olhos e tento não gritar quando o vejo ali.

- Bom dia bela adormecida!_ ele sorri para mim tirando o pano da minha cabeça, me sento na cama vendo no espelho que está a ali mais a frente, eu estava maquiada parecendo uma boneca, com um vestido rosa e tranças no cabelo. - Gostou do visual que eu preparei para você?_ passa a mão na minha bochecha tomando cuidado quando tira a lagrima que caiu dos meus olhos.

- Por favor..._ resmungo virando o meu rosto para ele- Me deixe ir!_ clamo vendo a sua expressão mudar rapidamente, ele se levanta e me olha.

- Não! Agora você é minha! Ele me deu, para mim brincar com você!_ passa a mão no meu cabelo tento me desvencilhar-se dele, mas ele agarra e me prende no lugar, seguro as lagrimas.- Irei te trazer o seu remédio!_ ele fala simplesmente e sai do quarto trancando a porta logo em seguida.

Tento se levantar, mas as minhas pernas não me obedece, começo a me desesperar por conta disso, seguro o choro limpando com as costas da mão manchando a maquiagem. Depois de alguns minutos tentando levantar eu vejo a porta ser destrancada e ele passar por ali segurando um copo de água e mais algo na mão.

- Oh você  estragou a minha maquiagem!_ faz uma cara de choro igual uma criança, me olho no espelho e arrumo ela já que havia algumas maquiagem ali do meu lado.

- Tá tudo bem! Olha! Viu? Eu já arrumei!_ sorri inocente tentando lhe passar confiança.- Que remédio é esse?_ pergunto calma, mesmo sentindo o meu coração acelerado.






















Boa noite vidas! Bom, não citei no começo mais Paul tem transtorno bipolar, uma doença geralmente conhecida pelo o mundo, afeta nas mudanças de humor do personagem da história, uma hora ele vai agir feito uma criança, ou ter raiva excessiva, ou felicidade demais e várias outras coisas!  Vai depender do envolvimento dos dois!
(Paul, Vitoria)

* Não concordo com nada que nestes próximos capítulos! Violência contra mulher é crime e o cara deve ir para a cadeia!*

Boa leitura para os próximos capítulos, vão precisar!

A besta- Série, Cosa NostraOnde histórias criam vida. Descubra agora