Vitória.
Já era tarde quando ele decidiu me deixar em casa, por mim já era para eu estar em casa faz tempo. Ele sempre inventava uma desculpa para ficar mais algumas horinhas comigo na praia, mesmo eu não querendo muito eu acabava aceitando. Sou muito difícil de falar não para alguém.
- Obrigada por hoje Paul._ falo assim que eu já estava fora do carro, escorada na janela.
- De nada princesa, você merece tudo e mais um pouco._ sinto um arrepio quando a sua frase termina, sorri sem graça por estar desconfiando dele.
- Bom nos vemos por aí._ falo saindo de perto do carro, ele assenti ligando o mesmo.
- Tchau vic._ engulo em seco vendo o carro sair em alta velocidade, não sei muito bem, mas algo me diz que eu não devo confiar nele. Me assusto quando sinto mãos me envolverem por trás.
- Vou perguntar apenas uma vez._ a voz áspera e arrastada é soada perto da minha orelha. - Quem era aquele filho da puta e aonde você estava?_ sei que ele não estava nada calmo pelo o tom de sua voz e pela a sua mão que apertava a minha cintura.
- Stefan._ falo com a voz falha sentindo ele me machucar.- Esta me machucando._ tento tirar as suas mãos de mim, resmungo quando o aperto se torna mais forte.
- Quem era aquele Vitória?_ tento respirar, mas não dá com a sua mão me apertando. Sinto desespero com apenas esse toque dele, não quero ter flashback com ele, não quero ter mais uma crise. Não agora.
- Por favor, me solte._ peço choramingando, o aperto se vai desfazendo me fazendo respirar aliviada.- Nunca mais faça isso._ me viro e tapeo com toda a minha força. Ele segura os meus punhos e me olha de cima, me fazendo sentir medo dele.
- Vamos Vitória, quem é a porra daquele cara?_ pergunta mais uma vez sem paciência alguma, o medo se vai e o ódio e raiva vem.
- Pra que você quer saber?_ me solto dele bruscamente, ele me olha em desafio.- Não temos nada.
- Sim, nos não temos nada e nunca vamos ter._ Aquilo doeu mais do que deveria, seco as lágrimas nervosa abrindo o portão. - Mas enquanto você estiver na minha proteção eu tenho que saber de tudo que acontece com você.
- Eu nunca pedi nenhuma proteção, de homem algum! Não sei por que você ainda está aqui cobrando isso._ me viro para ele nervosa, eu só queria a minha cama agora e um pote de sorvete e um filme romântico para tirar todo esse choro de mim. - Me deixa em paz stefan._ peço já cansada, ele me olha agora sem resquícios de raiva.
- Eu não posso._ ele fala indo em direção à moto dele, soluço alto e ele se vira me encarando.- Você não vai me ver mais, mas eu não posso deixar de ver você._ ele sobe na moto, penso em ir até ele e falar o que eu estou sentindo de verdade, mas meus pés não deixam eu nem dar um passo para frente. Ele liga a moto e se vai depois de me dar um última olhada.
1 semana depois
Os dias se passaram e cada vez havia ficado pior, eu não o via, mas sentia a sua presença há todo momento. Quando eu dormia, quando eu saia com a Débora ou os meninos, eu sentia a sua presença.
Eu não tinha mais animo para nada, parecia que tudo havia voltado a ficar cinza e escuro, parecia que eu cai em um poço sem fim. Era apenas do trabalho para casa e de casa para o trabalho, nem as crianças me fazia sorrir um pouco. Tudo ficou escuro novamente.
Não vi mais o Paul depois daquele dia, achei meio estranho, mas prefiro assim, melhor do que um homem chiclete no meu pé. Eu só queria ele, ele fazia tudo ficar melhor.
Não sei como consegui me apegar tão rápido assim dele, foram poucos dias com ele que me fez ser mais feliz, eu já estava até esquecendo de tomar os meus remédios, que agora aumentou já que não estou conseguindo dormir por conta de pesadelos. Como agora, já são 2 e 30 da manhã e nada do sono vir, tomei 3 pílulas de remédio, mas nada me deixa calma com o pensamento de que os meus pais podem voltar ou algo pior.
Me viro na cama disposta para tirar o orgulho da mente e mandar uma mensagem para ele, pego no meu celular e vou nas mensagens procurando o seu contato, quando eu acho eu já entro nas conversas e digito uma para ele.
Oi!_ só enviou, o último visto dele foi semana passada naquele dia.
Podemos conversar?_ insisto suspirando e deixando o orgulho de lado.
Pode vir dormir aqui comigo?_ mando, mas depois de alguns minutos apago essa mensagem seria burrice e cadelinha dele demais. Largo o celular de lado e me cubro tentando relaxar no meio das cobertas que não está me deixando nenhum pouquinho calma.
Ele tá fudendo com o meu psicológico, que merda, nunca deixei ninguém entrar assim. Aí vem um homem tatuado com cara que não faz nada de bom para o mundo, passo alguns dias na casa dele, me apego ao mesmo. O mesmo diz que a obrigação dele é apenas me proteger e não se apaixonar. Tudo bem ele não disse com essas palavras. Mas como eu sou uma boa cadelinha dele, não consigo o tirar da minha mente fudida.
Eu preferia mil vezes os pensamentos de suicídio do que os pensamentos de um homem que me falou com todas as letras: nos não temos nada e nunca vamos ter. Que vida horrível que eu estou tendo agora. Nem remédios está me fazendo dormir, só ele consegue me fazer dormir quando eu fico agitada.
O que ele está fazendo comigo? Respiro e inspiro sentanda na cama sentindo o meu coração querer sair pela a boca, fico assim por uns dez minutos até eu me acalmar por dentro. Meu celular apita me fazendo querer pegar rápido nele, mas ao mesmo tempo não. E se for ele, mas se não for?
Pego o celular na mão com o coração batendo muito forte dentro do meu peito, estou ansiosa. Ligo o celular e desbloqueio ele, sem abrir a caixinha de notificações eu já entro no WhatsApp. Merda é ele. Abro a mensagem e sorri animada com a sua mensagem.
Não adianta apagar pérola._ suspiro esperando ele escrever outra. Estou indo aí._ quase jogo o celular na parede quando eu li a mensagem, deixo sem responder desligando o celular e me jogando na cama.
Isso só pode ser um sonho, ou o destino pode estar zoando com a minha cara, ele ama me zuar toda vez que tem alguma oportunidade dessa.
Pérola, pérola. Tadinha nem sabe o que espera para o seu destino, será que essa paixão vai continuar sendo a mesma? Ou vai acabar? Hmmmm cena dos próximos capítulos. Beijos borboletas 🦋
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A besta- Série, Cosa Nostra
RomansaDepois que seu marido morreu, Vitória se vê em guerra contra a depressão e a insuficiência de se sentir indesejada por não poder mais projetar filhos. Com 24 anos, ela vive em uma pequena chamada Fox, no Interior dos Estados Unidos. Stefan, um hom...