A Cara Do Crime

008

🍭

Abro os olhos e tomo um susto vendo Cabelinho me encarar fixamente.

── Maycon...  ── resmungo e me viro pro outro lado da cama.

── Oque? ── ele pergunta.

── Me deu um susto. ── digo olhando para a porta que leva em direção a sacada.

── Desculpa, amor. ── beija meu pescoço ── É que tu é muito linda, preciso ficar te encarando toda hora. ── sorrir mesmo não querendo, mas aperto os lábios me arrependendo logo depois.

── Preciso levantar. ── murmuro e Cabelinho continua na mesma posição ── Maycon!

── Pra que, mano?

── Xixi. ── falo e ele bufa se levantando de cima de mim.

Vou até o banheiro e faço minhas necessidades. Escovo meus dentes calmamente e logo Cabelinho apareceu no banheiro.

Ele chega atrás de mim abraçando minha cintura, beija meu pescoço e suspiro desviando o olhar do seu.

── Tu já pode sair do quarto. ── suspiro aliviada ── Mas papo dez, se tu pensar em fugir de novo, te taco num lugar onde tu vai ficar no escuro vinte e quatro horas.  ── me arrepio só de pensar.

Maycon beija minha bochecha com um sorriso no rosto, a segundos atrás ele tava com uma cara de psicopata me ameaçando e agora tá assim.

Paro de pentear meu cabelo quando vejo ele tirar sua bermuda, meus olhos se arregalam e começo a andar pra fora do banheiro.

── Pode ficar aqui, pô. ── diz segurando meu braço.

── Eu não quero ficar, vou na cozinha. ──  explico.

── Tu tava penteando o cabelo e vai continuar. ── me puxa e me deixa na frente do espelho, onde eu estava ── Vai ficar aqui.

Fecho os olhos e respiro fundo, olho para meu braço que ele já soltou vendo um pequeno vermelho.

── Meu Deus! ── grito percebendo agora que ele está completamente nu.

── Vou tomar banho e nois desce. ── fecho os olhos antes que eu veja algo que não queira.

Penteio meu cabelo vagamente já que estou de olhos fechados. Escuto o barulho do chuveiro e Cabelinho começa a cantar uma música enquanto toma banho.

A voz dele é linda.

── Recomeçar... eu e você... ── canta novamente o refrão.

Paro para analisar e me lembrar da noite de ontem. Maju me disse para eu ser carinhosa com Cabelinho, acho que sendo carinhosa com ele, posso ganhar algo em troca.

Será que ele deixar eu voltar a fazer minha faculdade?

── Esses teus pensamentos me quebram. ── Maycon diz beijando meu pescoço.

── Você tá molhado. ── resmungo quando sinto minha blusa molhar.

── Ih, foi mal, troca de roupa pô. ── diz e sai do banheiro.

Faço um biquinho nos labios pensando na proposta. Será que dá certo?

Vou até o quarto e caminho até o closet. Tomo um susto vendo minha parte lotada de roupas. Pego uma aleatória e logo a reconhecendo

── Você pegou minhas roupas na minha casa? ── pergunto chocada.

── É. ── ele diz e coça a nuca ── Tu não conseguiu pegar tudo e...

Olho para o maleiro e deixo as lágrimas de felicidade cairem.

── Você trouxe eles. ── murmuro olhando para os três bichinhos de pelúcia.

── É. ── diz sem graça e corro em sua direção o abraçando.

── Obrigado. ── o encaro e ele sorrir.

Abraço ele ainda mais o apertando, Cabelinho conseguiu me pegar no colo e me apertar ainda mais no abraço.

── Faço tudo pra te deixar feliz. ── murmur.

🍭

Mexo na panela para não queimar o frango, olho para frente vendo Cabelinho me encarar fixamente. Fico envergonhada e desvio o olhar para a panela.

── Oi, gatinha. ── Márcia diz aparecendo na cozinha.

── Oi. ── comprimento e ela beija minha bochecha.

── A patroa da casa cozinha, Maycon?

── Ela gosta de fazer esse bagulho, vou deixar ela ser feliz né. ── ele diz e mordo os lábios contendo o sorriso.

── To gostando de ver. ── ela diz e me ajuda a terminar a comida.

Terminamos e comemos na bancada da cozinha, eu estava no canto enquanto Maycon degustava a comida.

── Caralho. ── diz e o analiso ── Bom pra caralho.

Eu sorrir, pela primeira vez eu sorrir de verdade para Maycon, seu olho faíscou e ele me encarou encantado.

── Que bom que gostou. ──digo quebrando o silêncio.

── Tá muito bom mesmo, Áurea
── Márcia diz ── Vai ser uma ótima cozinheira.

── Se eu conseguir abrir meu restaurante... ── murmuro e volto a comer.

Olho para Cabelinho que continua intacto, acho que ele não me escutou.

18.08